3 - Arthur volta a trabalhar

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No dia seguinte, pela manhã, já estava no prédio da ViennaLife. Andrea veio me receber com um grande sorriso.

— Bom dia, senhor Cavill. Venha por aqui, por favor, vou mostrar o seu escritório.

— Bom dia. Vamos sim, claro. — respondi.

Pela primeira vez eu estava ganhando um escritório só pra mim. Nossa! Não sei se eu estava acostumado com tanto luxo. Ao entrar no elevador com a moça, ela apertou o andar 10. Me lembrei que era o mesmo andar do escritório do nosso chefe, Christopher Mason. 

— Está preparado? — Andrea não pode evitar mais um sorriso após perguntar.

— Então... acho que sim. 

— Vai dar tudo certo, menino. Boa sorte no primeiro dia!

Chegamos no décimo andar. Saí do elevador e olhei pra trás, fazendo um gesto sutil com a cabeça para agradecer Andrea. 

— Sua sala é a 16. — ela apontou para a porta que estava próxima. — Arrasa. — piscou pra mim e as portas do elevador fecharam.

Respirei fundo e me virei de volta ao corredor, me preparando para esse dia tão promissor. Minha sala era ao lado do escritório do Christopher. Já não bastava ser no mesmo andar... Espero que ele não pegue muito no meu pé. 

Não parava de pensar no Mark. Ele nem me ligou ou mandou mensagem depois que foi embora ontem de noite. Estava tentando esquecer isso. Estava tentando não me importar muito, pelo menos não mais.

Caminhei até a porta e entrei no meu escritório. O lugar era de tamanho médio, muito bem organizado, limpo e estiloso. As paredes eram de cor branca e os pisos eram de mármore em grandes losangos. A janela era tão enorme quanto ao do escritório de Christopher, dava pra ver grande parte da cidade e isso me encantava. A essa hora do dia, o sol estava atrapalhando um pouco, mas foi só abaixar um pouco da persiana.

Finalmente sentei na cadeira e comecei a trabalhar. Ao longo do dia, tive que traduzir vários anúncios e propagandas, sendo interrompido duas vezes para mostrar alguns imóveis para um casal mexicano e uma jovem russa.

O dia foi tranquilo, nem sequer esbarrei com o meu chefe. Por outro lado, ouvi ele gritando e dando ordens ao telefone o tempo todo, praticamente. Aquilo era tão irritante que eu estava prestes a pedir para mudar de sala, mas obviamente eles não teriam nem motivos para fazer isso. É... parece que eu ia ter que aguentar tudo isso. Afinal, nenhum emprego é perfeito, não é mesmo?

Ao fim da tarde, na hora de sair do local, parei pra falar com Andrea. 

— Obrigado por tudo, tá bom? — disse a ela.

— Ah, que isso! — riu. — Como foi hoje?

— Foi bem tranquilo, na verdade. Acho que vou me dar bem aqui.

— Vai sim, apesar dos perrengues que passamos nesse lugar, o salário é bom e o que fazemos não é tão estressante. Na verdade...

— O que? — perguntei, curioso.

— Na verdade o que nos estressa é uma certa pessoa. — Andrea olhou de uma forma nada discreta para Christoper, que tinha acabado de descer para o piso térreo. Olhei.

Christopher parou de andar e notou o chão, então se virou para a faxineira que eu tinha encontrado ontem e gritou:

— Esse chão tá imundo e você tá aí parada!

A senhora abaixou a cabeça e rapidamente pegou o esfregão, limpando o piso com tanta força que quase senti os meus braços doerem só de olhar.

— Limpe direito! — o senhor Mason gritou mais uma vez e voltou a andar.

Dois homens, um coração (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora