11 - Sou uma boa pessoa quando você está perto

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Eu acordei e estava sozinho no sofá da sala. Na verdade, quando eu dormi? Não me dei conta de nada. Por um momento, estava me sentindo normal e então me lembrei do meu livro, agora perdido. Maldito Mark... Maldito seja. 

Levantei e notei que já era manhã do dia seguinte. Procurei por Christopher a casa toda, mas nenhum sinal dele. Tinha ido embora. Imediatamente me lembrei daquela noite de sexo casual que eu tive. Obviamente quando você se envolve desta forma descompromissada com alguém, não espera nenhuma paixão ou algo do tipo, mas a pessoa te deixar na manhã seguinte é algo totalmente arrogante. 

Não tive nenhuma noite de núpcias com Christopher, porém, havia pedido a ele pra ficar comigo. Talvez tivesse entendido errado, achou que apenas pela noite fosse o suficiente. A verdade é que eu ainda estava carente, precisando de um ombro pra chorar. Eu perdi algo que significava muito pra mim e não sabia se eu seria capaz de perdoar Mark algum dia. 

Telefonei pra Sel. 

— Oi, bebê. E aí?

— Eu tenho péssimas notícias, Sel...

Contei tudo a ela, que quase não acreditou. 

— Se eu der de cara com esse garoto na rua, eu juro que eu...

— Ah, não se meta em encrenca, ainda mais por mim, por favor. 

— Por você eu faço de tudo, amigo. Eu e você pra sempre, lembra? — ouvi isso e sorri do outro lado da linha. — O que você vai fazer agora? — ela perguntou.

— Eu não sei... Agora, pelo menos, eu...

— Hum?

— Eu quero encontrar o Christopher.

— Oi!? 

— É, Sel, ele...

— Ele o quê?

— Calma! Se você me deixar falar... Ele tá diferente agora. Tem sido uma pessoa legal e me ajudou muito ontem à noite. Me fez companhia e eu acabei adormecendo, agora não sei porque ele foi embora, não sei se aconteceu alguma coisa...

— Isso não me cheira bem, Arthur. Parece que você tá caidinho por ele. 

— Não. — menti, mas falei naturalmente, pois queria negar até pra mim.

— Não sei não. — ela riu.

— Olha, se você acredita ou não, já é com você.

— Ai, calma, cara, só estava te enchendo! 

— Preciso ir agora. Vou tentar encontrar ele pra ver se aconteceu algo.

— Vai lá, beijos.

 Tomei uma ducha rápida e bem quente. O frio estava demais lá fora e ainda nevava um pouco. Escovei meus dentes depois de comer torrada com manteiga e vesti meu agasalho, uma calça jeans e calcei minhas botas.

Liguei para o número dele e então para seu escritório. Ambos estavam fora de área. Então, o que me restava era ir até a sua casa. Foi um pouco chato para me lembrar o caminho, mas como tenho a memória boa, consegui lembrar de todo o percurso.

Lá estava eu, frente ao portão.

Olhei para o lado, havia um interfone. Então, toquei.

Uma câmera colocada bem alto no muro fez um barulho bem sutil. Ao fitá-la com cuidado, parecia que estavam dando zoom com ela bem na direção do meu rosto.

— Senhor Cavill, que prazer em tê-lo aqui. — disse Sebastião pelo alto falante. — Em que posso ajudar?

— Olá, senhor. Bom dia. Ahn... — estava com vergonha. 

Dois homens, um coração (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora