6 - Um recomeço na vida

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Depois que cheguei em casa, só quis deitar e tentar dormir. Felizmente eu consegui. Acordei de manhã, atrasado pro trabalho e com a cabeça latejando de ter chorado tanto. Levantei depressa e nem tomei banho, não escovei os dentes e nem tomei café. Só vesti minha roupa correndo, lavei o rosto, penteei o cabelo e saí o mais rápido possível.

No ônibus, a caminho do trabalho, estava conferindo as dezenas de chamadas perdidas de Mark. Algumas mensagens também... em uma delas, dizia que ele estava batendo na porta da minha casa e eu não atendia. Perguntou o porquê. Perguntou onde eu estava. Ignorei tudo e o bloqueei. 

Ao chegar na entrada do prédio, me deparei com Christopher, encostado em seu carro estacionado, conversando com uma mulher.

— Você tem um carrão mesmo, hein. — ouvi ela comentando de longe.

— É, né... gostou? — ele ergueu as sobrancelhas e eu revirei os olhos.

Passei pelas portas automáticas. 

— Bom dia! — Andrea cumprimentou.

— Bom dia. — respondi séria e rapidamente. 

Corri para o elevador, que ainda estava aberto. Apertei o número do meu andar e esperei cerca de um minuto, mas o elevador não fechou.

— Senhor Cavill, esse elevador está ruim, logo consertam, mas... o senhor terá que subir de escada. — um dos funcionários me avisou lá de fora. 

Que saco. Saí do elevador.

— Obrigado. — disse e fui para as escadas.

Comecei a subir e já estava começando a ficar cansado. Eram muitos degraus até o décimo andar. No caminho, passei por Christopher. Ele só me olhou de relance e eu já estava de saco cheio. Esse homem me persegue...

Finalmente cheguei ao andar da minha sala. Parei um pouco para respirar e encontrei Sun.

— Bom dia. — sorri meio forçado.

— Bom dia, Arthur! — ela sorriu de volta, mas de uma forma muito mais natural que a minha. Confesso que forcei para ser simpático. Eu estava muito triste por dentro. 

Christopher passou por mim e prosseguiu em silêncio até a sua sala.

— Bom dia, senhor. — Sun insistiu em cumprimentá-lo, assim como fazia todos os outros dias. Mesmo que não tivesse resposta dele...

Sorri levemente e pedi licença. Fui até a minha sala e sentei na minha mesa. Tinha muito trabalho pra fazer e estava conseguindo ir muito bem, pelo menos até começar a lembrar dos últimos acontecimentos horríveis que eu vivenciei.

Foi um dia horrível, não conseguia esquecer o que tinha acontecido. As horas demoraram a passar, mas finalmente chegou a hora de eu ir embora. 

Na entrada do prédio, Selina estava me esperando.

— Artie? — falou, preocupada.

— Oi... — respondi, surpreso. — O que faz aqui?

— Mark me ligou e fiquei preocupada com você. Vim te receber pra gente jogar conversa fora, se você estiver afim. — ela deu um leve sorriso. 

— Ah, tudo bem. — sorri de volta e comecei a caminhar ao lado dela até o meu ponto de ônibus.

Contei tudo o que havia acontecido.

— Nossa, Artie. Eu acho que ele nunca foi muito afim de você, então. Talvez não seja a hora certa pra ele namorar.

— E nem a pessoa certa, né.

Dois homens, um coração (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora