12 - Coisas inesperadas

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Christopher havia me deixado em casa. Eu me lembrava muita coisa do que tinha acontecido há poucos minutos. Na verdade, me lembrava de tudo, cada detalhe. Eu não esperaria que tudo isso acontecesse de jeito nenhum. De repente, tudo havia me pegado de surpresa. 

Depois de namorarmos aquela noite toda, eu me sentia muito frágil emocionalmente e então escondi meu rosto no pescoço dele, chorando por muitos minutos. Disse abafadamente que gostava muito dele e ele me abraçou muito forte.  

— Também gosto muito de você. — ele me devolveu com a voz mais suave que eu já tinha ouvido. 

Estava ficando muito frio, então ele me levou para o seu carro. Entramos. Chris limpou uma lágrima do meu rosto. 

— Não quero que chore. 

— Tá bem... É porque ultimamente não tem sido muito fácil, sabe? — expliquei.

— O quê? — ele me perguntou, curioso.

— A minha vida, tudo. 

— Vai passar. — ele suspirou. — Imagina quando você se sente assim sua vida toda? 

— Você fala... de você? — perguntei, sentindo dó. 

— Sim. 

— Eu sinto muito, Chris. Sinto muito mesmo. 

— Não se preocupa. Eu já estou acostumado. 

— Mas não precisa ser assim sempre. — eu disse e apoiei minha mão em sua perna.  

— É, talvez. — ele segurou minha mão e sorriu pra mim, antes de ligar o carro e dirigir.

No percurso, nenhum dos dois falou palavra alguma. Acho que aquela noite já havia falado bastante por nós dois. Antes de me deixar em casa, ele disse algo. 

— Arthur. 

— Sim?

— Me desculpe por hoje mais cedo, de novo. 

— Tudo bem. 

— Me desculpe por tudo, na verdade. 

— Está tudo bem, Chris. 

— Eu quero ter um bom coração igual a você. 

— Mas você já tem. 

— Você acha?

— Tenho certeza, só não sabia usá-lo. 

Nós rimos, então ele me beijou mais uma vez antes de eu sair do carro. 

— Obrigado, boa noite. — eu disse.

— Sabe, isso não é nem um pouco estranho, Arthur. Eu adorei beijar você.

— Eu também adorei. — ri. 

— Boa noite, se cuida. 

  ∞  

Era véspera de Natal, dia 24 de dezembro. Acordei com um vento forte batendo contra minha janela, mas ainda não nevava. Sorri ao lembrar de Christopher, da nossa noite, de tudo que havia acontecido. Será que a gente ia começar a namorar ou algo assim? Afinal, parecíamos um casal apaixonado, não é? 

Depois de me levantar, tomar um banho rápido e escovar os meus dentes, chequei o meu celular e encontrei várias mensagens.

Mensagens de Christopher Mason.

"Eu amei nossa noite. Eu preciso de mais momentos assim com você."

"Bom dia, se já acordou!"

Dois homens, um coração (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora