...Ignorando o perigo, entro na cozinha de uma vez e sou atingido por uma forte pancada na cabeça. Fico momentaneamente tonto e acabo recebendo diversos golpes pelo corpo todo, chutes, socos e posso estar ficando louco, mas tenho quase certeza que o...
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Aurora Um mês depois...
Durante os últimos trinta dias, muitas coisas aconteceram. Fomos a primeira consulta dos bebês, me mudei oficialmente para o apartamento do Theo e com isso, assumidos nossa relação públicamente. Contei aos meus pais sobre gravidez e mesmo não estando aqui ao meu lado, pude sentir a felicidade e amor com que trataram a novidade. Deixamos para contar a Télinha e ao senhor O, todos juntos. Foi uma noite inesquecível.
Alice, Ema e eu, compramos três pares de sapatinhos de bebê e colocamos em três caixinhas diferentes. Após o jantar, entregamos as três juntas e quando Télinha se deu conta do que estava acontecendo, acabou desmaiando. Levou alguns minutos para que ela acordasse, mas a emoção apagou qualquer mal estar e acabamos a noite chorando amontoados no tapete da sala. Télinha arrumou colchões e travesseiros para todos e dormimos junto com eles no quarto do casal, foi hilário, mas valeu a pena depois de vermos o sorriso satisfeito estampado no rosto dos dois.
Theodore tem se mostrado cada dia mais amoroso e cuidadoso, comigo e com o bebê. Todas as noites antes de dormirmos, ele passa vários minutos conversando com o nosso pequeno e já perdi as contas de quantas vezes chorei ao vê-lo fazendo isso. Ainda, não tive nenhum desejo maluco em horários impróprios, mas hoje, comecei a sentir o gosto de melancia desde a hora em que nos deitamos. Tentei resistir a essa vontade, mas algo me diz que não vai ser tão fácil esquecer e também, não quero que o meu filho nasça com cara de melancia.
- Theo... ainda esta acordado? - Pergunto esperançosa.
- Hum...
- Theo? - Cutuco seu braço algumas vezes. - THEODORE!
- Que foi? Aconteceu alguma coisa? - Diz se levantando assustado e imediatamente me arrependo de ter gritado.
- Não...
- Então, porque diabos me acordou gritando?
- É que eu... deixa pralá.
- O quehouve, amor? - Sua voz adquiri um tom preocupado.
- Não é nada de mais. - Minto.
- Aurora.
- Tudo bem! Eu quero comer melancia! - Solto tudo de uma só vez.
- Era isso? Amanhã eu compro pravocê.
- Vocênãoestá entendendo. Eu quero comer melancia, "agora". - Ele me encara incrédulo.
- Mas... são duas horas da manhã! Aonde eu vou achar uma melancia á essa hora? - Pergunta abismado.
