17.17 (Concluído)

#11 O Nome Próprio de 17

No palácio, 17 dirigiu-se ao mais alto conselheiro real e pediu:

- Quero informações sobre a família 16. Onde posso encontrá-las?

O rei que tinha acabado de entrar, estava curioso:

- Porque queres essa informação 17?

- Porque... estou a querer saber sobre o nosso passado. Acho que não há mal nisso, certo meu rei?

- É muito bom estares interessado nos 16. - Sorriu o conselheiro real. - Afinal, estás prometido em casamento a uma jovem dessa família.

17 cerrou os punhos:

- Eu sou Guerreiro, pensava que não tinha direito a casar.

- Tens o direito a casar, mas... com quem eu escolher. - Sorriu o rei. - E eu escolhi uma jovem de boas famílias científicas do Distrito Terra no Continente Menor.

O rapaz sabia que se fizesse mais perguntas iria atrair atenção sobre Araceli, então não inquiriu mais nada e retirou-se da presença do rei.

O homem sentou-se no trono e perguntou ao seu conselheiro:

- Já descobriste algo sobre a escolhida?

- Sei que é da Terra.

- Da Terra? Mickri?

- Não, Alteza. Segundo percebi, ela é uma simples humana terrestre.

- Impossível! - O rei estava chocado. - Não existe nenhuma história entre um Guerreiro de Oberon e uma simples humana da Terra.

- É verdade, Majestade. Daí que... talvez seja um sinal.

- Que queres dizer com isso?

- Talvez seja o Cosmo. A filha dele seria a prometida da realeza. Ela seria a jovem 16.99. O que é fantástico, visto que raramente a realeza casa com quem ama de verdade.

- Se for ela... então o meu filho, o príncipe 17 encontrou a sua escolhida mais rápido do que pensei. Mas isso trará problemas a ambos os planetas, bem como ao Cosmo. Ele fugiu... Será prisioneiro!

- Isso mesmo, Alteza.

- Investiga. Quero saber tudo sobre essa jovem.

...

Araceli observava as estrelas e viu um transporte pequeno parar junto à sua varanda. 17 saiu do pequeno veículo e aproximou-se de olhar ansioso. Sentou-se junto a ela preocupado.

- Desculpa se fui estúpido. Só achei que era estranho saberes tanto sobre... - Suspirou e não concluiu o seu raciocínio.

- Não consigo parar de pensar em ti. - Confessou ela. - Estou cansada.

Ele beijou o topo da cabeça dela que estava agora encostada ao seu ombro:

- Apesar do cansaço, quando estamos juntos sinto-me como se fosse vencedor do mundo.

Ela olhou-o:

- És tão exagerado.

- Mas tu gostas de mim assim. - Sorriu ele.

Araceli ficou perdida no olhar e no sorriso dele:

- Tinhas razão.

- Em quê?

- Eu queria aquele beijo. Nunca... nunca tive o meu primeiro beijo. Só estive interessada em estudar e passar despercebida na escola... Mas, agora percebo que sempre esperei por alguém especial.

- Estás a dizer que eu sou especial?

Ela mostrou o pulso:

- Que achas?

17 beijou o pulso dela sobre o minúsculo coração brilhante e aproximou-se dela:

- Estou rendido a ti, Araceli. Nem sequer sei o que se passa comigo.

- Já somos dois. Nunca estive mais confusa em toda a minha vida. - Lamentou ela.

17 voltou a direcionar o olhar dela para o seu:

- Diz-me o que queres que eu faça. Farei o que quiseres. Se achares que é melhor ficarmos longe um do outro, eu... vou fazer o meu máximo para cumprir a tua vontade.

Araceli mordeu o lábio inferior pela atitude maravilhosa do jovem:

- Diz-me o teu nome.

- Queres mesmo que eu te diga que és a miúda que mais amo no universo? Foi o que prometi: se o disser é como se jurasse jamais amar outra pessoa.

- Quero sabê-lo.

- A minha mãe chamou-me... Rylan.

O olhar apaixonado de 17 sobre a jovem era intenso, Araceli acarinhou o nome próprio dele no pulso que agora estava totalmente revelado.

Ela aproximou-se ainda mais dele e quase tocou nos lábios dele. Acordou com um barulho intenso no quarto ao lado.

- Que se passa comigo???? - Araceli agarrou na cabeça com as duas mãos e o seu olhar voltou a cair sobre o pulso com os números, o seu nome e o coração brilhante.

...

Rylan acordou do seu sonho e não conseguiu dormir nem mais um segundo. Agora, Araceli sabia o seu nome. Isso deixava-o totalmente doido! Se a ouvisse dizer o seu nome, ele não sabia se conseguiria controlar a vontade de a ter nos seus braços. No dia seguinte seria a graduação dos novos Guerreiros. Ela estaria a vê-lo de uniforme. Sorriu e olhou para o céu. O sorriso lentamente desapareceu e o rapaz ficou confuso ao perceber que não via uma única estrela. Isso poderia prejudicar o seu trabalho como Capitão dos seus Guerreiros. Decidiu nada dizer sobre o assunto e começou a traçar um plano devido compreender os efeitos daquele amor que sentia.

*****

O Rylan já está a preparar-se para o futuro. Quem leu o "Perfume da Mia" sabe que não é fácil ter esta doença...