- Mosquito Cupido? - Ela parecia assustada.
- Sim, quando ele pica... a pessoa fica infetada com um amor louco e temporário pela primeira pessoa que vir. Ao menos, se foste picada... vais apaixonar-te por alguém decente. - Riu ele, apontando para si mesmo.
- Como posso ficar curada da picada?
- Ou és operada de urgência no hospital Nautilis ou... se não tiveres paciência... terás de ter um herdeiro com o alvo da tua paixão descontrolada.
Araceli ia morrendo ao ouvir aquilo, 17 desatou-se a rir como um maluquinho e ela percebeu que não tinha passado tudo de uma piada daquele rapaz irritante.
- Não teve piada nenhuma! - Zangou-se ela.
- A tua cara! Céus, foi a coisa mais linda do mundo...
- Não vais levar o beijo no fim da semana. Vais ser um Guerreiro Oberiano que nunca beijará uma jovem terrestre na vida.
Ele parou de rir e observou:
- A minha vida ainda está a começar... Tenho muitos anos para viver e beijar humanas terrestres. Aposto que adorariam beijar um Guerreiro Oberiano.
Araceli não sabia o que responder devido ao olhar hipnotizante dele. Baixou o olhar e suspirou:
- Deves achar que és mesmo lindo e irresistível.
- Que achas tu? - Sorriu ele bem perto dela.
Ela segurou-o pelo colarinho preto e aproximou-se da boca dele:
- Acho que vais sonhar comigo devido à tua doença. Por isso, aproveita Oberiano... Porque jamais vais tocar nestes lábios na realidade.
Largou-o e correu até Tonya que estava fora de si preocupada por não saber da nova amiga.
...
17 continuou a observá-la de longe com uma sensação estranha no peito. Ele sabia que Araceli tinha razão. Não era boa ideia amá-la, apaixonar-se ainda mais por ela. O voto dele era com a proteção dos dois planetas. Ainda não era Guerreiro oficialmente. Mas se ficasse com ela, teria de desistir de tudo! O seu pai ficaria desiludido e totalmente raivoso se soubesse dela. Zero aproximou-se:
- Tudo bem?
- Sim. Parece que estou cansado, só isso.
- É melhor irmos para casa, certo? Eu próprio já comia qualquer coisa.
O jovem de cabelos dourados mais escuros sorriu para o amigo e foi despedir-se das raparigas para ir com Zero para casa.
...
Tonya sentou-se na cama de Araceli e perguntou:
- Quando desapareceste, foste levada pelo meu irmão. Mas não parecias nada zangada.
- Ele está a tentar ter aquele beijo. - Justificou ela.
- Tens mesmo a certeza que é só isso? - Tonya parecia desconfiar de algo mais.
- Tenho a certeza.
- Se o dizes! Acredito. Mas... eu vi-o a fazer-te olhinhos. Tenho de admitir que o meu irmão fica muito fofo quando está perto de ti. Sempre achei que era o pior terrorista da família. Agora vejo-o de forma diferente.
- O Zero parece gostar de ti. - Troçou Araceli.
- O Zero? Deus me livre! Aquele desmiolado é mais vazio que o teu copo de água! Por falar nisso... devíamos combinar ir à praia. Devias conhecer melhor o nosso planeta. Só estarás cá mais seis dias.
- Boa maneira de desviar a conversa. No entanto, tenho a certeza que nunca verei o planeta inteiro em seis dias. - Lamentou Araceli.
- Se bateres sedutoramente essas pestanas ao rapaz certo... talvez consigas!
- Do que falas?
- Sabes o que estou a dizer! Há um rapaz neste planeta que fará tudo o que lhe pedires e acontece que tem na sua posse uma nave totalmente veloz.
- Eu não lhe vou pedir esse tipo de favor. - Suspirou Araceli.
- Como queiras, pensei mesmo que era um sonho teu conhecer Oberon.
Tonya mostrou um sorriso malicioso e Araceli atirou-lhe uma almofada:
- És muito esperta! Se eu por alguma razão fazer esse pedido, ele vai querer algo em troca! E ambas sabemos que isso não é boa ideia.
- Sim. Na verdade, tenho pena dele. - Admitiu Tonya – O nosso pai nunca irá deixar que ele case contigo. Nunca vai permitir que... enfim... vamos mudar de assunto, este é um tema muito deprimente.
Conversaram sobre tudo e sobre nada, Tonya tinha uma curiosidade enorme sobre as pessoas da Terra e como se apaixonavam. Araceli contou algumas histórias engraçadas sobre os chamados "encontros" terrestres e Tonya ficava cada vez mais fascinada com o assunto. Quando passava da meia-noite, Tonya foi para casa e Araceli adormeceu instantaneamente.
...
Era de manhã!
Araceli acordou com um toque na sua janela. Levantou-se e abriu as cortinas. Ali estava ele: o rapaz mais bonito que ela tinha visto. Ficou parada a olhar para ele e o rapaz semicerrou os olhos, gesticulou:
- A apreciar a vista?
Araceli abriu a janela:
- Não tenho tempo para aturar-te. Tenho de estar arranjada para o pequeno-almoço em meia hora.
- Eu sei a verdade. - Sorriu ele sedutoramente.
- Que verdade?
- Tu queres que eu seja só teu, admite.
Araceli recuou, enquanto o jovem avançava até a encostar na parede:
- Deves ter dormido no lado errado da cama! Claramente estás a delirar! - Cortou ela.
Ele aproximou a face dele e acarinhou a bochecha dela, os narizes quase roçaram um no outro:
- Amo-te, Araceli. Podes fugir, correr, esconder-te... Mas onde quer que estejas, eu sou teu.
Antes que ele tocasse nos lábios dela, Araceli acordou com o despertador.
- Que sonho foi este? - A jovem parecia totalmente confusa e preocupada.
*****
Esta parte faz-me recordar os sonhos que o B. provocou na Ivy no meu livro "O Jogo de Poker". Aquele miúdo deixou saudades.
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17.17 (Concluído)
RomanceAraceli Bartholy adora as histórias que o pai conta sobre um planeta diferente do seu. Tem um amor incomum pela história da princesa de Mickri e um Guerreiro de Oberon. Ao crescer, surge a oportunidade de fazer uma viagem ao planeta dos seus sonhos...