Meu Filho é um Maroto

Capítulo 19

Capítulo 19 – Não o deixe morrer

Enquanto esperávamos até a dilatação estar boa para entrar em trabalho de parto, Tigo tentou me distrair com piadinhas. Até se transformou em cachorro. Nem contei que ele já consegue se transformar por inteiro, depois de anos que ele tenta, finalmente conseguiu.

Ele até conseguiu arrancar boas gargalhadas de mim, mesmo que as contratações e esse medo que estou sentindo às vezes acabem com as risadas.

Annie e Caco devem estar dormindo a essa hora, já está bem tarde. E Miguel também deve estar dormindo, já que hoje não é noite de lua cheia.

Depois passamos a conversar sobre um dos meus projetos, estou investindo numa pequena vila pobre, que está se tornando em uma pequena sociedade bruxa. Já que só bruxos moram lá. Acho que finalmente vou realizar meu grande sonho. O bom é que a vila fica muito próxima a nossa casa, consigo chegar lá andando sem nenhum problema, foi em uma das minhas caminhadas com Caco que eu a descobri.

Passaram-se alguns minutos até que a dilatação pudesse estar boa. Senti um alívio quando Lice entrou no quarto para me ajudar a colocar o vestidinho de hospital.

- Lice, por favor, promete para mim que se alguma coisa der errado você vai cuidar do meu filho - falei com os olhos marejados, estou nervosa

- Ah Andy, você sabe que sim maninha, mas não chora, vai dar tudo certo - ela beijou minha tia - Vamos para sala de parto

- Meu pai chegou?

- Não sei, mas seu sogros já chegaram - dei um gemido de dor e Lice aumentou a velocidade da maca

Na sala de parto, Tiago estava lá, assumiu seu posto ao meu lado. Papai assumiu o posto do meu outro lado.

- Pronta?! - Tiago perguntou com um sorriso lindo

- Estou com medo Tiago

- Andy, meu amor. Você vai conseguir, nosso filho vai nascer saudável e chorão que nem a mãe - ele deu um sorriso enorme que me deixou mais confiante

- Pai?

- Oi bruxinha!

- Eu te amo - ele sorriu e beijou meu rosto

- Também te amo filhota

- Vamos dar inicio ao parto, sua dilatação já está boa - o médico me olhou - No três, Andy. Um... Dois... Três... Empurre

Empurrei forte apertando com força a mão de Tiago e a mão do meu pai. Séries e séries de repetições desse mesmo ato, e nada de ouvir o chorinho do meu filho.

- Tigo... Está demorando muito

- Calma morena, vai ficar tudo bem

- Um... Dois... Três... Empurre - coloquei toda minha força dessa fez, sentindo meu filho escorregar de dentro de mim

- Tiago por que ele não está chorando? - perguntei assustada por causa do silêncio - O que aconteceu com meu filho?

Tentei me mover para ver meu filho nas mãos do médico, mas papai me segurou deitada na cama. Tiago se afastou de mim para ver o que aconteceu, e papai ainda está me segurando.

- Pai, o que tá acontecendo? Cadê meu filho? - minha voz foi se tornando desesperada

- Fica calma, Andy

- Eu quero pegar meu filho no colo, deixa eu ver ele. Pai, por que ele não tá chorando? - comecei a chorar só de imaginar

A máquina que mede os meus batimentos cardíacos começou a fazer um barulho alto e acelerado, isso significa que meu coração está muito acelerado. O suor atrapalha minha visão, não consigo ver meu filho nem Tiago.