Capítulo 62 – Finalmente a maldição virou tradição
***Miguel
Papai...
Fechei os olhos com força, sentindo o sangue quente do meu pai nas minhas mãos, o desespero querendo tomar conta de mim, mas não posso! Não posso!
Escutei o grito de Annie... O que ele tá fazendo aqui? Isso não vem ao caso. Tenho que prestar atenção no meu pai. Fazer o que nasci para fazer, salvar meu pai.
Aos poucos, fui sentindo uma leveza tomar conta de mim, parei de fazer força nos olhos, meu corpo foi caindo. Minha mente vagou por alguns minutos, por um enevoado de lembranças, lembranças que não são minhas, que não são dos meus pais... São dos meus mais remotos antepassados.
Desde o momento em que o terceiro irmão ganhou a capa, até o momento em que a capa foi passada para meu primo, Felipe.
Depois de ver tudo isso, tudo que minha família já passou, o quanto essa capa está na nossa família, à importância que ela tem para nossa história... É enorme. Foi então que percebi o que tenho que fazer... Consegui entender que estávamos enganados em relação à maldição que vai virar tradição. Pensávamos que maldição era a sombra ver toda nossa família passar por provações, por dificuldades sem poder ajudar. Sim por parte é isso, mas não é só isso, é o fato de que não temos que libertar a sombra para a maldição virar tradição, isso é uma consequência do que tenho que fazer.
Tenho que encontrar alguém para substituir a sombra, um Potter que consiga ver nossa família passar por provações, nos instruindo, nos ensinando o que fazer, mas sem interferir. Assim como a sombra foi para mim, mesmo sem perceber, ele tornou a maldição em tradição! Eu só tenho que tornar isso oficial, tenho que libertar a sombra e encontrar um Potter a altura para lidar com isso.
Aos poucos senti o peso voltar ao meu corpo, caí (ou quase isso) em um lugar todo branco. Olhei para os lados, avistando minha irmã, com meu pai.
- Eu vi seu corpo, nos meus sonhos, morto... - ouvi Annie falar - Eu vi o senhor agora, nos braços de Miguel, papai... Eu morri?
- Ninguém morreu - falei depois de ouvir a conversa deles
- Guel? - Annie correu para os meus braços
- Papai - o abracei com força, querendo começar a chorar, mas me segurando
- Meu garoto, Miguel, não quero que você se preocupe tanto comigo, faça o que tem de ser feito. - assenti para ele, o abraçando novamente
- Como você chegou aqui Annie?
- Eu não sei... Eu... Quando vi o papai desacordado... Eu acho que desmaiei e acordei aqui... Onde estamos Guel?
- Você não reconhece Annie? Tá não te culpo, você só esteve aqui uma vez
- E que lugar é esse? - papai perguntou
- O lugar onde fui treinado... A casa da sombra, o pilar para tudo isso... Só que está limpo
- Mas isso não explica como consegui chegar aqui - disse Annie
De repente senti a mente clarear de um jeito... Não posso fazer isso sozinho, nunca pude. Preciso de todos os Potter aqui comigo.
- Annie você conseguiu chegar aqui porque... Nossos poderes, não vem dos nossos olhos, como mamãe pensa, você não tem olhos azuis, mas tem poderes mentais
- Tá doido Guel? Eu não tenho os poderes que você e a mamãe tem
- Tem sim Annie, você só não sabe, porque nunca foi estimulada e naquele dia... Naquele dia que você descobriu tudo, você estava instável, por causa do grande baque emocional, primeiro o loiro oxigenado levou uma surra por sua causa, você descobriu que o melhor amigo do seu irmão é um lobisomem, viu seu tio ensanguentado quase morrendo, foi muita pressão psicológica, mas nada se compara a hoje... Ver o papai ensanguentado desse jeito, prestes a morrer
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Meu Filho é um Maroto
FanfictionAlguns anos se passaram desde a tentativa da sombra de assassinar Andy e sua família, agora Miguel já está com 11 anos de idade e está entrando no seu primeiro ano em Hogwarts. Como será o primeiro ano de primogênito de Andy e Tiago? Nesse primeiro...