Nueve - Decisiones

32 4 2
                                    

Texto em primeira pessoa.
Quando aparecer "[...]" dê play na música.

Finn

Bati na porta do consultório e esperei até ter a permissão de entrar. Sra Carlucci entrou afobada, assim que a porta se abriu. Sentamos em frente ao médico, prendi o tanto de ar que conseguia em meus pulmões e soltei devagar, talvez minha asma voltasse com as notícias que receberia. forcei meu melhor sorriso para a mãe da minha namorada que, estava mais assustada que eu e olhei para o médico.

- Que bom que os dois estão aqui. - O Doutor disse, e em meu cérebro foi disparado um alerta vermelho que piscava e soava um som muito alto, como algo que me avisava " alerta vermelho, notícias ruins estão a caminho!" - Infelizmente, tenho péssimas notícias.- Disse ele enquanto mexia em alguns papéis na mesa.

Olhei para Mey, seus olhos ganharam uma vermelhidão na parte branca. Puxei o ar mais uma vez mas sem deixar escapar.

- O tumor no cérebro de Oliver está se expandindo para as partes mais importantes, como a área da memória e fala. - Ele deu uma pausa para absorvermos e continuou - Com isso, está mexendo na parte da lucidez dela.

Lembrei do que Oliver disse ao acordar do desmaio, sobre um campo e nós dois. Aquilo nunca havia acontecido.

- Então ela vai ficar tendo alucinações agora? - Perguntei imediatamente.

- Sim, até não saber mais diferenciar a realidade das alucinações. Sinto muito!- Lamentou o Doutor.

- Minha filha... Quanto tempo ela tem? - Aquela pergunta era a última coisa que eu queria a resposta, mas minha sogra a fez, e a resposta foi a pior possível.

- Um mês e meio no máximo se continuar com o tratamento. - O médico respondeu sem rodeios e Sra. Carlucci começou a chorar. Envolvi Mey nos braços antes de começar a chorar também. Naquele momento decidi que não contaria a Oliver. Ela sofreria muito com a notícia, mais do que já estava sofrendo.

[...]

- Me desculpe meu amor, mas é necessário. - Tentava confortar Olivier segurando sua mão.

- Eu sei. - Ela deu um sorriso fraco.

O Moço pediu licença para entrar no quarto. Ele tinha uma maquina de raspar o cabelo na não e uma tesoura. Posicionou a cadeira de plástico branca enquanto eu ajudava Oliver a levantar da cama.

- Prometo que mesmo sem cabelos, será a mais linda! - Disse sincero para ela.

Ela soltou um longo suspiro e apertou minha mão. O rapaz ligou a maquina e começou a raspar seus fios loiros. Lágrimas começaram a cair lentamente de seu olhos. Me partia em estilhaços o coração vê-la daquele jeito, e não poder fazer nada para ajudar. Por que diabos eu era ator? Cantor? Por que eu não escolhi medicina? Eu estaria agora procurando incansavelmente a cura para o câncer.

A cada lágrima derramada, uma dor no meu peito pulsava. Seus olhos apertados me causavam náuseas. Onde estava aqueles lindos olhos azuis? Eu queria vê-los. Eram só fios de cabelo, mas aquelas lágrimas não eram por eles, elas eram carregadas de sofrimentos reais. E quem dera fosse só pelos fios. Naquele momento, naquele quarto de hospital com paredes brancas, onde me encontrava diante de Oliver Carlucci, ali, segurando sua mão, entendi, e percebi que Oliver era meu infinito em dias números. Era o amor que me fazia sentir dor, não uma dor que ela de propósito causava, na verdade a consequência de que pudesse me deixar. Oliver era meu amor. Não o primeiro, talvez não seria o último, mas o mais feliz. Ela estaria sempre em meu coração. Não aguentei vê-la abrir um sorriso carregado de dor quando o rapaz terminou de raspar sua cabeça. Desabei, e chorando a abracei. Envolvida em meus braços, Oliver Carlucci compartilhou comigo um sentimento indescritível que nunca havíamos sentido. O mais puro e inocente amor, que seria eternizado para sempre em nossos corações. Beijei seus lábios macios e vermelhos e ela retribuiu. Não me lembro bem se foram minutos ou horas, mas o tempo pareceu parar. Tudo voltou a minha mente, o dia que a conheci, o dia da praça, nossos filmes com pipoca, cada sorriso. Eu a amava, e não por ter me feito esquecer dos meus problemas, não por ser minha fã. Eu amava por ser ela, por ter entrado em minha vida e por ter me dado o privilégio de vê-la sorrir.

[...]

- Bom dia. - Anunciei minha entrada no quarto.

- Bom dia. Ela pareceu surpresa. - O que faz aqui tão cedo?

- Não queria me ver? - Fingi que ia sair do quarto.

- Não é isso! Só q-que bom que veio. - Sorri e fui até ela.

Um lenço amarelo desgastado estava amarrado eu sua cabeça. Afastei o pano que cobria sua testa e depositei um beijo ali.

- Bom, se você não pode ir no baile... O baile vem até você!

- O que?- Indagou Carlucci sem entender nada.

Maria entrou junto de Noah, os dois muito elegantes. Maria foi até Olivier e lhe entregou um vestido empacotado. Noah Schnnap foi até ela também e lhe entregou um buquê de flores.

- Seu dia vai ser perfeito! - Falou Maria emocionada.

- Será inesquecível Oliver!!! - Noah concordou.

- Mas o que vocês estão aprontando? - Carlucci tinha uma expressão de confusão misturada com felicidade e desconfiança.

- Confie em nós! - Maria deu uma piscadinha para ela. - Agora eu vou levar o Finn e o Noah vai te ajudar. - Maria saiu me carregado do quarto, antes que desse tempo de me despedir.

Saímos e fomos para o salão de eventos do hospital. Quando decidimos fazer o baile do tapete vermelho de St lá, o lugar estava meio abandonado. Tinha poeira para todos os lados e estava cheio de bagunças. Mas dei um jeito rápido. Se Olivier só teria aquele mês de vida, ia ser o melhor de sua curta existência.

Existe uma frase que li em um livro depois que conheci Oliver. Era um livro que falava sobre um romance de dois adolescentes com câncer. A frase era o seguinte; "A vida não é uma fábrica de realização de desejos". Realmente a vida não era, pois ela estava levando aos poucos o meu único desejo. Mas se pelo menos meu desejo se fosse com um sorriso, eu sofreria menos pelo resto da vida.


************

Reta final da fic. Continuem comigo! Erros vou corrigindo aos poucos! Bjs 😘

Hasta que se rompe • Filiver • Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora