CONTO 2 | Família Collins
"Cartas não servem apenas para se comunicar, também é uma forma de mostrar seu carinho e amor por uma pessoa, talvez ela esteja em um dia ruim, então você pode escrever uma carta para animar ela, e dizer que ela é important...
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"Porque eu sei que Você a ama, Mais do que eu posso amá-la Tu já deste mais do que eu poderia oferecer Então eu confio no Senhor Porque eu sei que Tu podes salvá-la Jesus, Salvador." (Savior - Disciple.)
— Há algum tempo atrás eu tentava me preparar para dizer a você para parar com as cartas. — Ella começa me olhando nos olhos por uma fração de segundos, em seguida desviando o olhar para a quadra. — Eu lhe diria que você não poderia resolver os problemas das pessoas mandando cartas. Eu lhe perguntaria se você já tinha parado para pensar que nem todas as pessoas acreditavam nas mesmas coisas que você e que você não poderia obrigá-las a acreditar.
— E você não quer mais dizer essas coisas? — Pergunto olhando-a, embora o olhar dela ainda esteja na quadra. Ela balança a cabeça negativamente e só então volta a me olhar.
— Devo apenas te agradecer, no fundo, receber suas cartas foram um alento em dias desesperançosos e solitários. — Ela aperta os lábios ao mesmo tempo em que os olhos dela se enchem de lágrimas.
— Eu sempre quis te fazer uma pergunta. — Digo, minha voz soando um tanto baixa e cautelosa. — O que aconteceu no passado? Por que seus olhos quase sempre estavam tristes? E por que nunca respondeu minha pergunta de anos atrás?
— Foram três perguntas. — Ela sorri tristemente e então respira fundo. — Não tenho certeza de que você queira ouvir a resposta das primeiras perguntas. Quanto a última, eu fui embora antes que pudesse respondê-la, e quando voltei não esperava que ainda quisesse ouvi-la, até mesmo porque já não era mais a mesma resposta em que eu pensei dar no dia em que li a carta. — Ela suspira. Desvia o olhar por segundos, olhando para as próprias mãos apoiadas sobre o colo. Quando volta a olhar para mim ela dá um mínimo sorriso. — Mas então, mesmo que não de forma formal, acho que agora tem sua resposta, somos amigos, não somos?
Nós éramos, graças a Hannah que todos os dias tentava fazer Ella se tornar cada vez mais parte do nosso grupo.
— Antes a resposta seria não, não é? E isso tem a ver com a resposta das primeiras perguntas. — Ella não diz nada, então decido brincar um pouco para dissipar o peso que aquele momento começava ter. — Mas então você percebeu que eu sou um amigo muito legal, e resolveu tentar. — Ella dá outro sorrisinho. — E Jesus, por que não queria ser amigo dele?
Ela respira fundo mais uma vez enquanto olha um ponto fixo atrás de mim, sei que não há nada lá, é só uma fuga para não me olhar nos olhos. Não quero parecer invasivo, ou obrigá-la a falar sobre algo que ela não queira, mas não posso negar que quero muito entender o que lhe aconteceu, o que a fazia ficar tão distante das pessoas. Estou prestes a falar isso, porém ela começa a falar.
— Ele não estava lá. — Ela sussurra abaixando a cabeça. — Você disse que eu poderia chamá-lo a qualquer momento, mas Ele... Ele não apareceu.
