Fomos interrompidos pelo celular dele tocando.
- Alô? Sim... Sim meu amor, está na segunda gaveta da escrivaninha do escritório do papai. Sim... Amanhã quando eu sair da reunião, procuro o que você me pediu. - Ele sorriu paciente, deduzi ser a Nicole.
- Deixa... Deixa eu falar... - Supliquei, já de pé.
- Filha, a S/n vai falar, - Avisou e me passou o celular.
Lhe encarando, eu pus o celular no ouvido. Ai percebi que estava tremendo.
- Nicole?
- S/n... Olá mamãe. - Parecia contente em me ouvir. Eu não consegui conter a emoção.
- Saudades... - Foi tudo o que eu consegui falar, em meio ao choro.
- Está chorando S/n, por que? Por que, está chorando?
- Não... Não é nada. - Controlei meu choro e até sorri forçado, para não lhe deixar preocupada. - Eu estou só emocionada de falar com você. Estou morrendo de saudades.
- Eu também. - Sorriu, do outro lado da linha. - Sabe, estava perguntando para o papai onde estava o meu tablet, vou para a escola atrasada hoje.
- É? - Estava lutando contra o meu choro. - Peste, você... você me enganou.
- Sim. - Deu uma gargalhada. Luan me olhava atencioso, o olhar dele era tão acolhedor. Eu não estava entendendo. - Você está bem?
- Eu? Ah... - Contrai os lábios, e coloquei uma das mãos a testa.Respirei fundo e pestanejei os olhos freneticamente, dispensando as lágrimas. - Estou.
- Tenho que ir para o colégio.
- Tá, vai estudar. Não faça besteira hein. Estou louca para te ver de novo. - Sorri sincera, lembrando do rostinho de sapeca dela.
- Ta bom mamãe, até logo.
Então desligou. Abaixei lentamente o celular, deixando meu braço cair, e voltei a fita-ló. Estiquei o braço e lhe entreguei o celular. Ele pegou e jogou encima da cama. Deu um passo em minha direção e eu recuei. Fitei minha roupas no chão daquele quarto, e peguei tudo em uma mãozada só. Me vesti em 2 minutos no máximo sem lhe dar nenhuma palavra. Ele permaneceu imóvel me olhando, vestido naquele roupão preto com emblema do hotel, e os braços cruzados. Não tive como evitar o contato visual.
- Vou embora.
- A essa hora?
- Nem deveria ter vindo. - Eu estava tão arrependida por ora, e por outrora não.
- Meu motorista te leva. o Seu não deve está trabalhando agora, certo?
Como ele podia dar um de esperto em tudo? É o Max não estava trabalhando essa hora, mas o meu carro estava ali e eu felizmente sei dirigir.
- Vou no meu carro, Obrigada. - Peguei minha bolsa.
- Você quem sabe. - Tocou meu queixo, mas eu me desvencilhiciei bruscamente. - Não faça nada contra essa criança, ela já está se alojando no seu ventre... Não seja, além de mãe perversa, uma mãe assassina.
Arregalei os olhos e sai daquele quarto sem olhar para trás. Estava aturdida, maluca, perturbada. Estou chocada com o que aconteceu, como o rumo das coisas foi tomado, eu não poderia... Era uma brincadeira só pode. Brincadeira!
Eu só poderia estar pagando por todos os meus pecados. Não tinha outra explicação. Eu deveria estar pagando! Não é possível acreditar nisso. O pior de tudo, foi dormir. Quem disse que eu consegui? Foi 5 dias de agonia. Estava treinando a contragosto, e tinha um campeonato pela frente. Não comia e nem bebia direito. O Luan já não estava mais no Rio, e eu não corri atrás dele, estava tudo muito confuso pra mim. Parecia irreal tudo aquilo. 5 Dias se passaram e eu estava apavorada.
- Vamos S/n... VAMOS LÁ S/N. - Jack gritava.
Eu ergui meu braço e quando bati a raquete na bola, vi tudo preto. Minha pálpebras pesaram, e depois daquilo eu não vi mais nada. Quando tornei acordar, estava em um quarto de hospital, me sentindo totalmente estranha. Odiava hospitais, e aquilo foi uma sensação tensa para mim. Olhei todo o ambiente neutro e calmo. Aquele cheiro de álcool misturado com um aroma que não consegui descifrar. Minha pálpebras ainda estavam pesadas, mas pude ver Jack diante de mim.
- Que bom que acordou. - Estava sentada na ponta da cama.
- O que houve? - Disse em um sussurro.
- Você desmaiou, passou mal... Senti que ele estava atordoado, algo lhe empatava na garganta. Um nó. Eu conhecia o Jack.
Me sentia fraca.... Aquele ambiente de hospital... ARG, era estranho. Deixava as pessoas abatidas e com cara de doentes.
- S/n, você está grávida. - Ele disse, pasmado.
O pior foi que eu já sabia. Passei 5 dias tendo a certeza daquilo, estava grávida. Soube desde o primeiro instante, a sim era coisa de louco. Ele iria me proibir de treinar igual fez quando eu fiquei grávida da Nicole. Ele me proibiu de jogar no Uruguai, por causa da gravidez da minha Nicole, e tudo iria se repetir... Definitivamente o Luan tornou a acabar com a minha vida.
- Jack Eu... - Deixei a frase inacabada e abaixei o olhar.
- S/n!- Seu tom de voz foi recriminador. - De novo?
-Jack!- Ergui o olhar. - Jack Eu... Desculpa.
- Como isso aconteceu? Como você transa sem camisinha Lua, como? Você tem um campeonato valendo muito dinheiro... Tinha, você tinha um campeonato. - Levantou, nervoso e caminhou pelo quarto.
- Não Jack, por favor.... Não faz isso. - Fiquei aturdida, senti meus olhos encherem de água.
- O que você quer que eu faça? Você não vê, que não pode jogar grávida? Não pode competir e simplesmente passar mal por um esforço, no meio da quadra. Não pode. - Me encarou, mas o seu olhar também demonstrava desolação. Ele estava decepcionado comigo e aquilo me matou.Será que o Luan vai deixar a S/n sozinha nessa gravidez?
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Feliz dia das crianças
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Treinando a mamãe
ChickLitOlá meus amores como vcs sabem eu sou a autora de "foi onde tudo começou" bom eu gosto muito de escrever aquela história e vou posta essa que achei pronta em algum lugar..