Pov Nicole
Nicole , 13 anos.
S
emana passada foi meu aniversário de 13 anos. Meu pai fez uma balada, contratou bufe, decorações, luzes,fotógrafos e tudo mais. Minhas amigas da escoa vieram, meu amigos também... E o Rick. Ah Rick é o menino da minha sala, acho ele bonito. Fui para a Disney também pela 3 vez e foi muito maneiro. Sem contar no show da Demi... Foi incrível. Mas não adiantava de nada meu pai querer me agradar, ele acha que me mimando, me bajulando iria me fazer acreditar no que ele me disse sobre a S/n. Me lembro como se fosse hoje, ele me levando da casa dela, ela chorou, eu chorei. Não queria ir embora e ele praticamente me obrigou. Naquela época eu era pequena... Pequena demais, se bem que ele ainda acha que eu sou pequena. Tenho 13 anos e me sinto como se já tivesse 18, no máximo. Entendo muito da vida, se brincar, mais do que ele. A gente não estava mais em Barcelona, agora estávamos em Paris, acho que fazem....4 anos. Isso, 4 anos que viemos para Paris. No começo eu sofri muito com a falta da S/n, a minha mãe. Ela não ligou mais, não me mandou e-mails e eu morria de saudades dela. Meu pai disse que me amava e eu acreditei nela. Meu pai que não queria que eu me aproximas-se dela, tinha medo de me perder. E a conclusão disso? Nicole, mais uma vez sem mãe.
- Nicole, Cheguei.
- Legal. - Levantei do sofá com o meu notebook. Parei diante dele, que me deu um beijo na testa. - Vou subir.
- Já? Nem conversamos, quero saber como foi o seu dia.
- Escola, Balé, Inglês e ah.... Tédio.
- Jura?
- Juro. - Lhe olhei e dobrei os lábios. - Como se você já não soubesse disso.
- Você não ia dormir na casa da Réh hoje? - Ele largou a pasta no sofá, e tirou seu blazer. Caminhei até a escada e subi 4 degraus. Virei para trás e lhe olhei novamente.
- Desisti.
- Por?
- Não quero pai!
- Nicole, o que houve? Você nunca está bem, sempre de Mal-humor. Caramba! - Caminhou em direção a escada. Virei totalmente o meu corpo, e desci dois degraus.
- Você quer que eu vá para a casa da Réh, vê como ela é feliz com a Mãe dela e como a mãe dela faz de tudo, lhe beija, lhe abraça, pergunta o que ela quer para o almoço, contam como foi a última viagem para Madri... Londres... Bolívia.... Ah pai, me poupe. - Bufei.
- Nicole, chega disso filha... Chega. - Esticou o braço para me tocar com a mão, esquivei.
- Por sua culpa, eu não tenho mãe de novo. E eu nunca vou te perdoar por isso.
- Quando foi, que você teve mãe? Nicole, por favor não é? Sempre vivemos bem, Só nós dois, e sempre demos conta. - Ele recuou com a mão, e abaixou o olhar. Eu ainda lhe olhava com desdém.
- Você não vê quer todo mundo tem que ter mãe? Toda garota precisa de uma mãe, eu preciso da S/n... Sempre precisei, você não conseguiu ver, que ela me amava? Agora ela já esqueceu de mim, e tudo por sua culpa pai, sua culpa.
- Não fala assim! - Disse firme. Odiava quando ele ficava áspero quando o errado da historia era ele.
- A verdade? Você não gosta de escutar a verdade. Ah pai, quer saber? Me deixa.
- n- nic... - Escutei o meu nome inacabado ao subir as escadas correndo. Mais uma vez me trancaria no quarto. Aquilo se tornou rotina e para me comprar, ele arrumava shows, viagens, presentes e etc. Nada daquilo me fazia mudar de opinião, acho que meu pai pensa que eu sou tola.
- Nicole, você não vem?
Eu tinha atendido o celular a contragosto, só porque era a Renata. Caso contrário lhe jogaria no quinto dos infernos.
- Não.
- Por que, cara? Mamãe iria lhe buscar.
- Renata, não força hoje... Não estou bem. - Me joguei na cama, olhando para o teto.
- Me diz, quando é que você esta? Ne vais pos comente. (Nem vou comentar.)
- Melhor mesmo. - Falei firme.
- Amanhã vou para o Atelier da Louise, você quer ir também?
- Não, amiga. Amanhã tenho Aula de francês a tarde, e é domingo. Vou almoçar com o meu pai.
- Então tá bom, nos vemos segunda na escola. - Poderia interpretar seu semblante. Conhecia bem a Renata. Aqueles olhos cor de mel, cabelos da mesma cor dos olhos e ondulados, ele branquinha e macia, sim parecia uma Lady. Sorri com a paciência dela.
- Nos vemos segunda. - Confirmei. - Desculpa.
- Não se incomode, Já sei lhe dar com seu mal humor. - Riu do outro lado da linha.
- Eu sei. - Sorri.
- Bisous ( Beijos.)
- Bisous.
Desliguei o celular e percebi que estava mais tranquila depois de falar com ela. Talvez eu tenha sido muito dura com o meu pai. Mas cara, ele agia como se eu não tivesse conhecido a minha mãe, simplesmente quer que eu delete ela do meu pensamento. Todo dia eu procuro algo sobre ela na internet, sim... Vi Thammy e Théo por foto, legenda como ''Filhos da S/n e sobrenome, com 4 anos de idade viram xodós entre os jogadores do clube.'' Meus irmãos caramba. Eles estavam lindos mas eu não poderia lhes tocar. Eu acho que comecei a amar, mas não me senti a vontade de contar para o meu pai, queria a S/n aqui, para ela eu contaria e sei que ela iria me ajudar. Era complicado e ele não entendia isso.
- Está mais calma?
- Estou. - Lhe olhei arrependida, ao entrar em seu escritório. - E você, não se cansa de trabalhar?
- Só estou terminando algumas pesquisas. Mas, eu prefiro conversar com a minha princesa. - Largou os papéis e levantou. Eu virei de costas pois ele caminhou até mim e colocou o braço em volta do meu ombro. Caminhamos até a poltrona grande, e ali sentamos.
- Desculpa.
- Não precisa pedir desculpas. Te entendo, filha. - acariciou meu rosto.
- Só sinto falta dela. - Abaixei o olhar.
- Eu sei que sente, mas parou para pensar que ela não está sentindo a sua?
Não dava para conversar com ele, sem que ele tentasse me colocar contra ela. Isso que me irritava. Já lhe olhei com desdém.
- Ela sente, eu sei.
- Como você pode ter tanta certeza?
- Se eu fosse embora, você sentiria minha falta, não é? - Lhe olhava no fundo dos olhos. Ele assentiu. - Então. Do mesmo jeito que você me ama, ela também ama. Eu senti isso pai, senti o amor dela por mim em tão pouco tempo.
- Você não sabe o que fala, Nicole.
- E você sabe o que sente? - Franzi a testa. - Pai, não me trate como uma criança, por favor.
- Bem... Chega desse assunto. - Tentou mudar de assunto, ele sempre fazia isso.
- Chega nada. Quero voltar para o Brasil.
Ele quase se engasgou com a própria saliva. Eu falei firme, e sim estava falando sério.
- Claro que não.
- Eu quero!
- Você ainda não tem o que querer, é de menor. Só viaja com a minha autorização e não eu não autorizo. Agora vai tomar banho que vamos jantar. Você acabou de me estressar. - Levantou-se nervoso. Eu lhe olhei com raiva. Como ele poderia? Nossa.
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Treinando a mamãe
ChickLitOlá meus amores como vcs sabem eu sou a autora de "foi onde tudo começou" bom eu gosto muito de escrever aquela história e vou posta essa que achei pronta em algum lugar..