45° capitalo

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Pov S/n
Foi um choque entrar em casa e ver o Luan ali, com a minha Thammy o colo. Nunca imaginei que lhe veria naquele momento. Claro que eu tentava me conformar com a ideia de um dia ter que deixar os gêmeos conhece-lo se caso ele quisesse conhece-los. Isso que me dava mais raiva. Saber que os meus filhos como se já os conhecesse, como se soubesse a mania da Thammy de falar dormindo, ou da mania do Théo de dormir virado para a parede. Não, ele não sabia de nada sobre os dois, não quis saber, não procurou saber. Mas ai, qual era a moral que eu tinha para cobrar isso dele? Eu perdi 18 anos da vida da minha Nicole, por puro capricho meu e quando eu quis recuperar o tempo perdido, não tinha mais como. Não tinha mais como mandar ele ir embora ou gritar, tentar afasta-ló. Preferi tomar um banho, relaxa ou pelo menos tentar, e voltei para sala. Nicole levou as crianças para a cozinha, junto com o seu namorado que por sinal é lindo. Tadinho, não tivemos tempo nem de nos conhecer ainda.
- Fala, eu estou esperando. - Disse áspera, olhando-o. Meu cabelo ainda estava úmido, tinha colocado um vestido simples de renda, em cor azul bebe.
- S/n eu... Queria te pedir desculpas.
- Desculpas pelo que? Por ter dado o troco sem pensar que tinha duas crianças sofrendo pelo mesmo que a Nicole sofreu? Porque eu errei Luan, eu errei, mas me arrependi cara. Você não viu isso. - Disse mantendo o tom de voz calmo, porém seco.
- S/n, eu quis te tornar menos criança mas quem acabou sendo a criança da historia foi eu, me perdoa. Mesmo que você não queira olhar na minha cara depois, só me perdoa.
- Qual foi o verdadeiro intuito de tudo isso? - Virei de costas com uma mão na cintura e a outra na testa. De repente virei para olha-ló de novo com desdém. - Se foi para me fazer crescer, Parabéns. Conseguiu.
- Guardei muita magoa de você S/n.
- Parabéns Luan, você se tornou pior do que eu, em relação a colocar filho no mundo e meter o pé.
- Não vim aqui para medir o grau de nada S/n, você não entende? - Me encarou e se aproximou de mim, mas eu recuei. - Eu estava magoado, eu te amei, te amei acima de tudo e de todos. Era um garoto de 18 anos e  você de 16 quando casamos, me apaixonei por você desde criança, e simplesmente você se tornou o meu pior pesadelo.
- Também te amei. - Meu tom era decepcionante, não com ele, mas comigo mesma.
- Dei tudo que podia por você, pra te ver sorrir, te ver bem. Enxuguei suas piores lágrimas, estive contigo nas piores dores. Ficava horas e mais horas com bossas de gelo nos roxos que sua mãe deixava em sua pele...
S/n! - Sua voz falhou. - Você por uma parte tirou minha razão de viver.
O que eu iria falar, depois de todas aquelas palavras? Depois do olhar dele cheio de lágrimas, e daquele tom de voz angustiante? Eu não poderia falar nada.
- A Nicole me tirou do abismo, me levantou das cinzas, me fez voltar a viver. Depois do seu; Estou fora, pode levar. Eu desacreditei em tudo que estivesse ligado ao amor, e foi essa menina. - Apontou para a cozinha, sem tirar o olhar dos meus olhos. - Esse menina que me fez voltara viver.
- Eu... - Ele me interrompeu, erguendo dois dedos em direção aos meus lábios.
- Me deixa conviver com eles. Me perdoa, pela burrice que eu fiz de querer vingança, quando na verdade eu te queria de volta... Pelo menos aquela noite eu quis. Me deixa conviver com eles. - Ele suplicou. Eu abaixei o olhar, estava sentida demais.
- Não vai falar nada? - Ele me chamou a atenção.
- O-O que que você quer que eu fale? O que você acha que eu tenho que falar. Luan, por que você está aqui? - Eu estava atordoada demais para falar qualquer coisa.
- Me perdoa?
- Te perdoar?
- S/n! - Ele era paciente, mas naquele momento eu estava vendo o Luan perder a paciência. Olhar para o Luan estava sendo um treinamento de resiste cia e o pior de todos. Ele estava sendo sincero, e aqueles olhos negros.... Aquela boca desenhada e perfeita que me deixava sedenta por um beijo daqueles de arrepiar até.... Então. Eu não conseguia pensar, com ele me olhando daquele jeito.
- Luan eu... - Deixei a frase inacabada. Queria matar ele e ao mesmo tempo dizer tudo o que ele causava no meu organismo.
- Não precisa querer olhar na minha cara. Só me deixa conhecer eles, conviver com eles, registrar os dois. Eu te peço só isso.
- Eu te pedi isso também, e você não pensou duas vezes em me falar um não, daqueles bem redondos.
- Eu não sabia falar quadrado ainda. - Fez uma cara de decepção, puro sarcasmo.
- Não to achando nenhuma graça. - Lhe encarei. - Você se acha muito esperto.
Ai que ódio de mim, que ódio dele, que ódio de tudo aquilo.
- Pai, tá esperando o que? - Nicole surgiu na sala, com a tropa toda.
- É, papai... Beija ela. - Théo entrou na brincadeira. Ai Deus, o que eles estavam fazendo?
- A mamãe tá na seca hein... Não namora não.. - Thammy falou, com aquela cara de safada que só ela tinha. E em seguida sorriu colocando a mão nos lábios.
Eu me vi, vermelha igual a um pimentão. Morri de vergonha e ao mesmo tempo queria mata-lós. Como assim, a mamãe tá na seca? Não estou não, pelo contrário... Tá, eu estou mesmo. Admito.
- Vai lá sogrão... Quero ser você quando crescer.
- Gente! - Lhes encarei. - Isso  não é brincadeira, estamos conversando sério.
- Sei bem. - Nicole falou, e então piscou para Luan.
Ele não pensou duas vezes e me puxou pelo braço esquerdo me fazendo cair em seu colo, ele me segurou firme. Arregalei os olhos, e ele esboçou um sorriso sincero porém malicioso. Me tascou um beijo daqueles que faz qualquer mulher delirar e querer bis.

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Treinando a mamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora