28° capitalo

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Pov S/n
Seis meses se passaram, e a
monotonia era constante. Eramos eu, e uma barriga enorme que quase me impedia de andar pela casa. Uma moleza no corpo, um sono frenético, choro todas as noites, É, eu. olhava dos lados e me via sozinha numa casa enorme. Jack preferiu manter jornalistas, fotógrafos e o caralho a 4, longe de mim. Mas eu nem saia de casa, então não era muito difícil, evitar minha cara estampada em qualquer revista por ai. Aline Montenegro, foi a tenista que me substituiu no campeonato. Aquilo me matou, eu tinha que ter jogado, tinha que ter ganhado e tinha que estar com a minha antiga vida. Tudo mudou em questão de segundos, e me vi perdida.
Meus amigos do clube, Kleber, Jhoe, Felipe e Melissa sempre vinham me visitar. Mel então, nem se fala. Entupiu o suposto ''quanto'' da criança de roupas, ursos de pelúcia e etc. Conhecia ela desde a época que eramos apenas aprendizes do tênis, e ela estava em Paris. Voltou a pouco tempo, e ficou tão chocada quanto eu, ao ver minha barriga enorme. Ela que cuidou de tudo, da reforma do quarto, das compras, das preparações... Admito, que eu não estava nada contente com aquela situação. Mas estava ansiosa. Quanto mais sentia minha barriga crescer, mas dava vontade de ver o rosto daquele ser dentro de mim. Estava morrendo de saudades da Nicole, mas preferi romper qualquer tipo de contato, estava com ódio do Luan, e aquilo não iria fazer bem nem a mim e muito menos a ela.
- O que você acha, de irmos no hospital só para ver se está tudo bem com a criança? - Desde que voltou, ela suplicava para que eu fosse no hospital. Não queria, se fosse para a criança vim saudável viria.
- Não Mel, me deixa. - Eu estava deitada na minha cama, com uma barra de chocolate nas mãos ela sentou na beirada da cama.
- Sua barriga está muito grande, para 6 meses. - Sorriu após por a mão na minha barriga, e acariciar. Coloquei um pedaço de chocolate na boca, e aproveitei aquele toque gostoso na minha barriga. - Está linda, e já dá para saber se é menino ou menina.
- Na hora, vamos saber. Não estou nem um pouco apressada.
- Mas eu estou, afinal... Vou ser a madrinha e não posso comprar um vestidinho porque não sei se é menina, ou então um boné top na balada, porque não sei se é um menino. - Ela parecia frustada. A Mel era um tipo de pessoa em que todos queriam estar perto. Autêntica, calma, paciente, inteligente, verdadeira, sincera e engraçada. Além de linda.
- Tá... Mas, me fala. como estão as coisas no clube? - Aquela barra, estava deliciosa. Ou talvez tudo estava delicioso para mim.
- Aline se achando a dona do clube, por causa do campeonato. O jack estressado frequentemente, Reunião e mais reuniões com os sócios do clube... Ah, jornalistas perguntando por você quase todos os dias. - Disse, e pegou a barra de chocolate da minha mão. - Muito doce, faz mal para o bebe.
- Ei!  - ergui os olhos, mastigando um pedaço de chocolate. - Faz nada.
- Claro que faz. - Levantou. - Vou no mercado, comprar alguma coisa para fazer... Alguma coisa.
- E, alguma coisa é bom? - Franzi a testa, e dei uma risada. - idiota.
- Eu acho que sim, tudo que eu faço é delicioso.
- Metida.
- Linda! - Piscou. - Já volto.
Então ela saiu do meu quarto, e eu terminei de limpar meu dedos melados de chocolate derretido, chupando-os um por um. Estava tão pesada, aquilo era frustante.

Se não fosse a Mel, para me fazer companhia, eu iria me entregar a uma depressão. Não queria isso, mas como o rumo das coisas foram tomados... Isso iria acabar acontecendo. Era muito chato narrar meus dias, pois eram todos iguais, não a guarde conteciam nada de interessante. Era tudo muito monótono, parado, tedioso. Tinha dias que a Mel não podia vir me ver, por causa dos treinos. Uma semana passou correndo. Era mais uma manhã ensolarada na qual eu não sentia vontade de sair de casa. Estava muito mais branca do que já era de assustar. Levantei cheia de preguiça, fiz minhas higienes matinais, tomei um belo banho e me vesti... ou melhor, fiquei semi-nua. Só de sutiã e um short de Cotrin preto, Não tinha nenhuma roupa que entrasse em mim. Saí do quarto com uma toalha enrolada no cabelo, e segui para a cozinha. Acordei com muita, muita fome. Iria atacar aquela geladeira e depois atacar de novo.
Preparei dois sanduíches naturais, e coloquei um copo de suco de laranja. Coloquei na mesa também o pudim que a Mel tinha feito, e ainda estava lá para a minha alegria. Geleia de mocotó e morangos. Sentei sob a mesa e comecei a comer. Mal terminei de mastigar e a campainha tocou. Quem seria? Era 8 e 10 da manhã, e eu não queria visitas, iria voltar a dormir logo logo... Saco!  Levantei levando um sanduíche, e abri a porta.
- Já vai! - Falei num tom alto, caminhando até a porta.
A campainha tocou mais 2 vezes seguidos, e eu revirei os olhos. Mas tiguei um pedaço do sanduíche e abri a porta.
- N-Nicole? - Arregalei os olhos, deixando o sanduíche cair da minha mão. Ela abriu um sorriso, que logo foi roubado pela surpresa ao ver a minha barriga.
O que ela estava fazendo aqui? Como? Eu quase engasguei com a comida que ainda estava na minha boca. Estava surpresa, tanto quanto ela, ou mais. Estava de mala e tudo, parecia a primeira vez quando nos conhecemos e ela veio e passou 2 semanas... As 2 semanas inesquecíveis. Antes que eu tornasse  a falar, ela entrou na casa puxando a mala pelo puxador. Estava muito pasma. Fechei a porta, e fiquei alguns segundos de costas diante da mesma, tentando colocar as ideias no lugar. Em seguida virei para fitá-la.
- Você está grávida? - Franziu a testa, olhando para a minha barriga.
Meus olhos ainda estavam arregalados, lhe olhando.

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Treinando a mamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora