catalyst {jikook}

he wants to play

2016 - Jungkook

Vou ficar maluco.

Fico no meu computador fazendo coisas aleatórias e vendo o tempo passar. Estou aqui a quatro horas e só sai para fazer um ramyun e voltar.

Estou esperando Jimin vir, mas acho que hoje ele não está afim. Estou cansado de ser sempre o que vai atrás dele, então ultimamente venho me contendo e ficando mais recluso.

Mas isso é horrível, por que ele parece querer jogar de verdade. Não está me mandando muitas mensagens e quando ando pelo dormitório fingindo buscar alguma coisa para ver o que ele está fazendo, muitas vezes o encontro dentro do estúdio de algum hyung ou estirado no sofá, conversando por horas no celular.

Fico olhando e mordendo meus lábios, para ver se ele me dá atenção, mas ele apenas me mostra um sorriso oblíquo e logo em seguida gargalha com quem quer que esteja falando.

Poxa, isso me tira do sério. Eu tenho essa necessidade de querer que ele mostre que eu sou especial, mesmo que eu saiba o que ele sente por mim. Sou só carente demais.

Mas ele é provocador e adora ver minhas reações, por que sou transparente. No entanto, estou decidido. Não vou me render, Jiminie-hyung.

Quando o relógio marcou meia noite, suspirei frustrado, sai do Golden Closet e fui para meu quarto. Procurei na estante algum filme para assistir, pois sei que não consigo dormir cedo.

Coloco o filme para rodar, mas não estou interessado. Ligo o celular e entro no Twitter, adoro clicar na foto que algum hyung postou e ver as respostas das fãs em forma de imagens. É muito engraçado e fofo, às vezes salvo algumas. Não consigo controlar, eu adoro ter fotos esquisitas deles e as armys possuem um arsenal.

Enquanto dava risada vendo o feed, ouvi o barulho de uma porta sendo fechada. Sei que as portas aqui não são tão barulhentas assim, então já imaginei o que seria. Minha teoria foi confirmada quando um voz mansa passou cantarolando em frente ao meu quarto. Eu tenho certeza que a pessoa em questão aproximou a boca enquanto cantava, pois pude ouvi-la nitidamente.

No mesmo momento comecei a sorrir. Ah... ele quer brincar. Ok.

Esperei ele se afastar e fui trancar a fechadura. Voltei e continuei a olhar para o projetor, pois mesmo que não esteja acompanhando o filme desde o começo, quero parecer que estou ocupado.

Se passaram uns dez minutos até que finalmente ele girou a maçaneta, falhando em abrir a porta. Ele deu duas batidinhas e ficou esperando.

— Quem é? — Perguntei sarcástico.

Ele não respondeu, só deu mais duas batidinhas.

— Aaaaish, quem é? — Minha cara iria se partir de tanto que eu estava sorrindo.

— Abre logo, criança desgraçada. — Percebi que o som de sua voz estava abafado por que ele falou rente à fresta.

— Oh, Jimin-ssi? — Respondi inocentemente.

Levantei e andei calmamente até porta, abrindo-a só um pouco, apenas para deixá-lo ver meu rosto.

— Algum problema, hyung?

Ele encostou a cabeça no batente e sorriu daquela forma que seu olhos não fecham, por que não é um sorriso genuíno.

— Vai dormir. — Mandou, forçando seu sotaque de Busan.

— Estou sem sono.

— O que tá fazendo?

— Por que quer saber?

— Aish — Ele revira os olhos. — deixa eu entrar, vai.

— Pra que?

Jimin olhou pro corredor com o maxilar travado e o nariz empinado, dando uma risadinha. Abri mais a entrada, mas continuei tampando o caminho. Ele voltou a me encarar e deu um soquinho no meu peitoral, então levantei uma sobrancelha, esperando sua resposta.

Vi ele passar a mão nos cabelos loiros, jogando-os para trás, enquanto sua boca rechonchuda formou um biquinho quando confessou;

— To com saudade.