2017 - Jungkook
Estou encostado na janela de um trem. Eu não sei meu destino, mas isso não me importa. Eu só tenho essa sensação de que preciso ir, e que quero chegar logo.
Eu não sei em qual estação descer, mas quando avistei longos objetos de ferro coloridos no horizonte deserto, meu coração bateu forte.
Imediatamente levantei. Chequei meu assento, mas não trouxe nenhuma bagagem, então só segui para a porta de saída, atravessando o corredor estreito.
Quando a locomotiva parou, percebi que os objetos enormes eram na verdade brinquedos. Um parque de diversões.
Andei desnorteado pelas pessoas, me sentia tonto. Quando cheguei perto de um carrossel, senti uma pressão forte no peito, como se estivesse sendo esmagado internamente. Me curvei, colocando a mão em cima do coração para amenizar a dor. Minha respiração se limitou a suspiros desesperados, parecia que eu tinha corrido uma maratona.
Senti meu corpo ser puxado por todas as direções, mas tenho certeza que não estou saindo do lugar.
Perplexo, presencio o tempo voltar. Os objetos, as pessoas, a paisagem, tudo caminhava na direção oposta, como se tivessem apertado o botão do controle remoto e o filme rodasse para o início. Então tudo parou. Eu não estou mais no parque de diversões. Quer dizer, eu estou, mas não é a mesma coisa. Eu sinto que estou no mesmo lugar, mas nada é como antes.
A paisagem deserta é mais evidente e primitiva. Eu voltei anos, ou décadas atrás no tempo. Isso é possível?
Estou confuso e quero chorar, por que não faço ideia de como vim parar aqui. Como vou voltar?
Ao longe, percebo uma árvore realmente grande. Os galhos secos eram muito compridos e espalhados. Decidi andar até ela, só sinto que devo fazer isso.
Enquanto caminho, aperto os olhos na tentativa de enxergar melhor o que se encontra no horizonte. Uma pessoa sentada na outra extremidade da árvore. Ela estava em uma posição que a escondia, mas seus cabelos de cor rosa voavam com o vento, denunciando sua presença.
Então essa pessoa virou pra mim. Era um garoto de camisa listrada e casaco azul felpudo. Seu shorts estava desgastado e descolorido. Vestia longas meias brancas e calçava tênis verdes, mas em suas mãos segurava um par de tênis brancos.
Parei no meio do caminho, menos de cinco metros de distância. Voltei a sentir uma dor, mas essa é muito pior que a anterior.
É um misto de tristeza, angústia, nostalgia, decepção, impotência, saudade.
Só fiquei paralisado, sendo bombardeado por aqueles sentimentos ruins enquanto sinto que vou desmoronar.
Mesmo querendo chorar e gritar, só consigo ficar calado. Me sinto sufocado e minhas lágrimas estão estancadas.
É como se eu estivesse no fundo do mar, me afogando. Mesmo engolindo água e me debatendo, meu instinto de sobrevivência tenta bombear meus pulmões. Mesmo fraco pelo esforço de tentar subir para a superfície, meus braços não sossegam até alcançar o objetivo. Mesmo desesperado, sei que só vou sobreviver se vencer à mim mesmo. Eu só conseguiria respirar novamente se tentasse.
Sim, a pressão da água era assustadora, mas o que poderia me afogar seria o pensamento de que eu não iria conseguir. Meu corpo poderia aguentar mais um pouco se minha mente não se rendesse. Então eu precisava ser forte e aguentar, lutar.
Eu não consegui abrir os olhos quando senti duas mãos segurar as minhas, mas aquele toque foi a minha salvação. Os dedos caminharam por meus braços, relaxando os músculos. Depois subiram pro meus ombros, massageando gentilmente. Um peso invisível foi tirados das minhas costas.
Acariciou meu rosto e senti o ar voltar para as minhas narinas. Segurou as laterais do meu rosto e as vozes insuportáveis dentro da minha cabeça cessaram. Tocou minha boca com o dedo e eu gritei em liberdade. Então enxugou meus olhos, por que finalmente expulsei o choro.
Eu nunca achei que me sentiria tão aliviado em chorar. Todos os sentimentos escorreram com as lágrimas. Um por um. Quando o último deles saiu, senti uma nova onda no peito, mas dessa vez foi uma explosão de euforia.
Abri meus olhos, afoito. Eu consegui alcançar a superfície. Eu não morri afogado. A água salgada saiu de mim. Eu só precisava chorar.
— Kookie... meu amor. Você tá bem? — Jimin me chamou, preocupado.
Caralho, que sonho doido.
Puxei ele para um abraço e afundei a cabeça em seu pescoço, soluçando. Mesmo sem entender o que aconteceu, Jimin não perguntou mais nada, só enxugou minhas lágrimas, me dizendo palavras doces. Me curando.
🌿
oi gente rsrs o que acharam? eu vou começar a postar esses sonhos, por que adoro escrever coisas malucas hehe
eu me inspirei no mv/letra de spring day, não tá perfeito mas ok
mas na verdade eu só queria passar essa mensagem: continue lutando, chore o que for necessário mas não deixe sua mente negativa te dominar, tudo vai passar. procure alguém pra desabafar e se apoiar, isso cura. you never walk alone
é isso, bjs
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catalyst {jikook}
FanfictionPark Jimin e Jeon Jungkook têm uma agenda corrida, mas sempre encontram uma forma de estarem juntos. oneshots • vida real