Para aonde foram as borboletas?

Entre Muros

"...Há um muro de concreto entre nossos lábios/Há um muro de Berlim dentro de mim/Tudo se divide, todos se separam..."

Pode parecer piada, mas naquele momento a música tocou na hora exata. Talvez não fosse o que eu quisesse ouvir, mas certamente era o que eu precisava. Toda uma história escrita ao logo dos vários dias que passamos juntos, não mais que de repente estava desfeita e um muro foi erguido entre nossos corpos.

Não era exatamente um muro de concreto, mas um muro invisível, mais denso, mais cruel, daqueles quase impossíveis de quebrar e que dá um medo danado subir para ver o que há do outro lado. E o pior, fui eu que o ergui.

Ao teu lado conheci um sentimento totalmente novo e com ele veio junto o medo. Toda vez que eu pensava em uma vida sem você meu coração ficava apertado e o ar fugia dos meus pulmões. Não gostava dessa sensação, isso me paralisava. Eu me sentia viva, ao mesmo tempo que parte de mim estava morrendo a cada dia. Fui fraca eu sei, mas eu tive que ser egoísta. Eu preferi te ter por perto livre e feliz, do que te ter ao meu lado, te perdendo a cada dia e meu perdendo entre as idas e vindas. Há um muro de concreto entre nossos lábios, há um muro de Berlim dentro de mim, tudo agora é um sonho distante, sombras de um passado sem futuro que toda noite antes de dormir eu rezo para que tenha fim, que você tenha coragem e fé para não desistir de mim.

Há um muro dentro de mim, há uma barreira separando nossos corpos, mas nossos corações se fizeram um só, e eu espero toda manhã que sinceramente você não desista. Que não seja um muro invisível mais denso que o concreto que te afaste. Vem fica aqui, fica do meu lado me dê a mão e não desiste de mim, de você, de nós...