Para aonde foram as borboletas?

Mia

Assim como gato aposto que ela tem sete vidas, só isso explicaria a maneira que ela se arrisca. Sempre gostou de sonhar alto e na maioria das vezes se joga sem paraquedas, e em queda livre ela sempre caiu de pé.

Gosta de ser livre e por onde passa deixa sua marca. Seu olhar marcado por um delineado gatinho traz consigo um infinito de mistérios convidativos e ainda que tivéssemos sete vidas, ainda não seria o suficiente para decifra-los. Traz no seu andar uma elegância ímpar, é como se caminhasse em nuvens. Sempre atenta é difícil surpreende-la e praticamente impossível não ficar surpreso com as artimanhas que ela tem. Dizem que ela é desprovida da capacidade de amar, que não sabe criar raízes, que é arisca...

Ah! Mas se vocês soubessem o que eu sei... Ela traz consigo esse jeito de que não precisa de cuidados, que sabe se virar sozinha, e é tudo verdade não pense que eu vou negar. Mas ainda assim quando ela encontra alguém que ela goste de verdade ela vai abrindo espaço aos pouquinhos, se faz muitas vezes de frágil para dar espaço para o outro cuidar. Não se faz menor, se faz igual. Diminui o passo para poder caminhar lado a lado. Troca todas as possibilidades de vidas futuras por uma ao seu lado.

Essa gata é manhosa, é a rainha das noites insones e prisioneira das manhãs sonolentas. Chega como quem não quer nada, não pede muito, praticamente nada e mesmo assim leva-me tudo. Mia, minha garota você é livre e ainda assim dentre todos os caminhos, todas as possibilidades você não pensa duas vezes com toda essa liberdade escolher o caminho da nossa casa.