Simples Equação

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Este é aquele momento em que os pensamentos então todos aqui acumulados e em total anarquia, todos prontos para promover a mais nova revolução, cansaram de serem ignorados e querem ser fazer presentes aos olhos alheios. Mas cansei de tentar reprimi-los então decidi pegar caneta e papel e deixar fluir o que tiver que sair ficará impresso aqui nesta singela folha de papel e o que ainda não estiver pronto irá ficar guardado em meu coração para um futuro próximo.

Eu sempre me senti uma pessoa presa, feito passarinho na gaiola que não tem mais vontade de cantar, mas no meu caso para piorar eu me sentia nascido em cativeiro, sem nunca ter aprendido a voar. Com o passar do tempo conforme eu crescia essa vontade aumentava nas mesmas proporções, até o momento que ela se tornou maior que eu.

Não me lembro ao certo quem me disse tal afirmação, mas só sei que ficou gravada em mim, daquelas marcas que nem o tempo pode apagar. Ainda ouço ecoar pela minha mente a frase: " Homem não foi feito para ter asas menino, homem nasceu para criar raízes, viver com o pé no chão". Eu logo respondia: "Mas seu moço quem disso que quero ser homem? Quero ser menino pássaro e voar por aí!"

Mesmo tendo se passado muito tempo desde aquela conversa, lembro-me dela todos os dias e sempre quis provar que aquilo não era um fato consumado. Então tudo aquilo que eu sabia até aquele dia mudou completamente no momento em que te conheci. E ali naquele instante foi como se eu soubesse que a resposta para minhas perguntas era você.

Como um homem que nasceu cego, e que por um milagre começou a ver, eu comecei a notar o mundo ao meu redor e passei a viver não simplesmente a existir. Ao teu lado aprendi que o mundo é grande, mas que não há melhor lugar para se estar do que aquele que a gente escolheu para chamar de lar. Que posso ser menino pássaro mesmo já sendo homem e ainda ter o pé no chão, criar raízes sem abrir mão de poder voar. Com você até o dia mais difícil ficava fácil, e eu sempre lhe perguntava quanto de mim ainda cabe em ti? E você com aquele sorriso mais sincero me dizia: Cabe o infinito e muito além... Para o amor não existi essa noção de espaço!

Nunca fui o tipo de cara que escreve cartas, poemas e afins, não sei o que mudou, minto eu até sei, e se você depois de ler esta carta também já sabe. Perdoe-me se eu não disse antes é que nunca fui bom com as palavras elas sempre insistiram em fugir de mim, mas não agora, parece que elas encontraram em mim abrigo e agora chamam meu peito de lar. Pode me faltar o ar, mas jamais palavras. Se me perguntar por que fiz tudo isso a resposta é tão simples como 1+1=3. Se ainda não ficar claro eu lhe digo que eu fiz tudo por você, por mim, por nós...

obs: Perdoe -me pelo tamanho da carta, é que foram anos de palavras reprimidas, mas se acostume esta é a primeira de muitas!

                                                                                                                       Com amor                                                                                                                                                                                O homem que voava apesar das raízes

Para aonde foram as borboletas?Onde histórias criam vida. Descubra agora