Eu, você e todas as outras drogas...

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É fácil tirar a roupa e deixar o corpo nu. Quero ver despir a alma, deixa-la exposta. Deixar que o outro veja com seus próprios olhos a verdade nua e crua que você esconde através de tantas camadas.

É fácil jogar conversa fora sobre as mais recentes modinhas, banalidades, falar de coisas que fazem todo mundo rir. Difícil é fazer pensar, conversar sobre aquilo que pesa no peito, que tira o sono e rouba muitas vezes a alegria de viver.

Você diz que quer me conhecer, que quer ganhar minha confiança, conquistar meu amor. Mas se esquece que nesse jogo tudo que vai volta. É uma via de mão dupla. Será que ainda assim você está disposto a jogar? Será que você está disposto a baixar a guarda, quebrar os muros, hastear a bandeira branca e vir de peito aberto e cara limpa?

Pelo teu silêncio vejo que te fiz pensar. Pode não parecer, mas isso é uma coisa boa. Se for para te ter aqui quero que venha disposto a viver mais que o momento. Quero que me conheça, mas acima de tudo quero te conhecer. Pode vir com medo, sei que você nunca vai admitir que sente algo assim, as vezes nem eu mesma admito. Senta aqui e me conta sobre as suas travessuras na infâncias, as cicatrizes que você carrega não só no corpo, mas também na alma.

Calma! Não precisa ser agora, temos tempo. Vamos combinar assim você me conta algo sobre você e eu te conto algo sobre mim. Uma camada por vez até não existir mais nada, nenhuma barreira, nenhuma amarra. E se depois de tudo isso você ainda quiser ficar, fica. Prometo te aceitar assim sem garantias e com defeitos se você também estiver disposto a tentar, me aceitar. Sem pressa, sem planos, sem expectativas, um passo de cada vez juntos nessa longa caminhada que é a vida a dois. 

Para aonde foram as borboletas?Onde histórias criam vida. Descubra agora