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➸ Skylar Stevens

As suas vermelhas e elegantes cravaram por cima da minha camisola fina, fazendo-me estremecer.

- O que é que tu queres agora? – revirei os olhos, aborrecida, e soltei o meu braço do seu aperto.    

- Quero que tu te afastes do meu Luke, entendes?! – sorriu, a maldade pairava nos seus lábios – Não quero que olhes para ele, que lhe fales ou que lhe toques. Acho que já percebes-te que ele não te pertence e se quisesse saber de ti não me tinha escolhido a mim. – passou os olhos pelas suas unhas grandes e afiadas, olhando de novo para mim.

- Olha, isto é assim, eu faço aquilo que eu quero e bem entender, entendes?! E por mais que eu não goste do Luke, ele não é um objecto, não é algo que possa pertencer a alguém ou ser usado. – falei calmamente.

- Nós pertencemos um ao outro. Tão simples quanto isso. – encolhe os ombros, olhando em volta com veneno. – E não é uma magricelas qualquer que vai mudar isso! – os seus olhos frios encontram os meus e o que eu faço? Eu ri.

Eu ri porque ela pensa que ainda me mete medo. Eu ri porque ela pensa que ainda tem poder sobre mim. Eu ri da sua cara. Eu ri do seu discurso idiota de tentar que me afaste do seu falso amado. Eu só... ri.

- Tu pensas mesmo que quero ser amiga dele outra vez, não é? Pensas mesmo que eu vou dar-me ao trabalho de falar com ele de novo? Achas mesmo que eu quero que tudo seja como antes? – trocei. – A Skylar de antes já não existe! A Skylar que fazia tudo para agradar toda a gente, desapareceu! Se queres sabes, podes ficar com o teu Luke à vontade. Eu não quero ter mais nada a ver contigo e muito mesmo com ele! Eu odeio cada pedaço de vocês os dois. Se era isso que pretendiam naquele dia, muitos parabéns! Conseguiram! Se já têm o que queriam deixem-me em paz porque eu, sinceramente, tenho mais do que fazer do que me preocupar com duas pessoas que são tão insignificantes para mim! Fica com ele, vê se importo! - eu ri irónica. – Dá-lhe o recado por mim. – pisquei-lhe o olho, rindo.

Molly olha por cima do meu ombro e caminha em passos lentos até mim, sorrindo de orelha a orelha. Ela baixa-se um pouco devido à sua altura comparada com a minha e sussurra-me ao ouvido:

- Ao contrário do que tu pensas, metes tu mais veneno do que eu. Crias os teus próprios problemas sem eu ter que fazer muito. 

Ela apontou para trás de ti e sorriu. Sabendo que Luke estava atrás de mim, apenas peguei no braço de Blue e caminhei pelo corredor passando pelo seu corpo, sem nunca lhe dirigir um olhar.

A esta hora já tinha tocado e nós dirigíamos-nos para a sala. Sinto o meu pulso ser puxado e o meu corpo embate no peito do loiro. Engulo em seco.

- Tens mesmo a certeza do que dizes?

- Nunca tive tanta certeza na minha vida.

E apesar das minhas palavras não serem tão verdadeiras como eu desejava, a minha voz não tremeu nem um bocado. Eu ouvi os saltos afiados de Molly atrás do loiro, mas não liguei.

Lentamente, ele largou o meu pulso e desviou o olhar.

Preparando-me para ir ter com Blue que observava tudo entre nós, sinto o meu pulso ser puxado, de novo, mas desta vez não era Luke.

- Eu disse para não lhe tocares! – Ela tentou levantar a mão, mas antes disso já os meus dedos marcavam posição na sua cara. 

- E eu disse que não mandas em mim.

Observei a marca da minha mão na sua bochecha, agora vermelha, sentindo-me satisfeita. 

Luke observou-me enquanto eu caminhava para longe deles. Talvez surpreendido pelo que fiz.

O meu relógio já apontava cinco minutos a mais da hora de entrar e apenas disse a Blue para nos despacharmos. Sabia que ela queria perguntar todas as suas questões e expulsar toda aquela curiosidade que eu sabia que ela continha assim como eu também lhe queria perguntar algumas coisa, mas não seria agora esse momento. Prometi-lhe que lhe contaria tudo, no tempo certo.

Nós corremos para a porta da sala, eu dando a desculpa que nos perdemos nos corredores. O professor deixou-nos entrar e sentámos-nos numa das mesas do centro, sendo que as do fundo já estavam ocupadas. Todos fizemos as nossas apresentações e o professor começou logo a dar alguma matéria. Suspirando, olho para o relógio aborrecida.

Depois de algum tempo o toque de intervalo soa pela sala e o professor manda-nos sair, desejando um resto de bom dia. Nós arrumamos as nossas coisas e saímos da porta em silêncio.

- Tu sempre viveste aqui não é? – eu perguntei directamente. 

Ela assente, os seus lábios a formar uma linha recta.

- Podemos falar sobre isto noutra hora. Eu também não tenho muita cabeça agora para este assunto. – puxo o meu lábio inferior com os dentes.

- Sim, é melhor.

Balanço a minha cabeça, sorrindo de volta à loira.

Encontrámos-nos com Michael e Calum no bar,  sem nunca contar o que se passou nos intervalos que não viemos ter com eles.

Skaters || Luke Hemmings [A EDITAR]Onde histórias criam vida. Descubra agora