Capítulo treze

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Ao entrar, Drelk deparou-se com uma bela jovem sentada a mesa. Ela e Margarete estavam entretidas numa calorosa conversa, percebendo a presença de Drelk, pararam abruptamente. Drelk deu uma rápida olhada para a moça e em seguida voltou a se olhar. Por um segundo ele teve a ligeira sensação de ainda estar de pijama, mas tinha sido apenas impressão. Ele usava um short jeans, camisa de malha preta e tênis branco com meias soquetes. "A estranha sensação talvez tenha sido provocada pelo impacto da beleza da garota". - Pensou ele meio desorientado.

Além da beleza física, algo a mais lhe chamou a atenção. Um brilho incomum a envolvia. Ao voltar a sua atenção, percebeu que se tratava apenas de um facho de luz que transpassava por um pequeno vitral localizado logo atrás de onde ela estava sentada. A furtiva luz em seus longos cabelos lisos e suaves de um belíssimo loiro prateado, fazia-a cintilar com grande esplendor. Seu rosto fino e delicado de pele branca e suave era a base perfeita de uma tela pintada por um grande artista. Compostos por lábios não muito finos e de tom vermelhos vivos naturais bem delineados, contrastavam com os olhos de cor azul profundo levemente acinzentado. Suas finas sobrancelhas que os emolduravam, finalizavam as pinceladas de uma obra perfeita.

- Olá, bom dia! Você é a...? - cumprimentou Drelk, estendendo sua mão e procurando ser gentil ao tempo em que tentava se lembrar daquela fisionomia que lhe era familiar.

- Vayla, ...não se lembra? - respondeu a moça ainda segurando a mão de Drelk. Ele porém, travava uma briga feia com sua memória. - A filha do Sr. Gustav Scopen, do sitio ao lado!

- Sim; é claro que eu me lembro! - exclamou o rapaz completamente desconsertado. - Nossa, como você cresceu Vayla!

Drelk não conseguia fazer uma ligação plausível entre garota magricela que colava na barra da calça do irmão quando pequena e que vivia chorando para acompanha-los nas brincadeiras, e a jovem encantadora que naquele momento o entorpecia com a sua beleza.

Seu coração parecia querer destruir sua caixa torácica. Se existe amor à primeira vista ou cupidos, Drelk fora atingido por uma legião deles, deixando-o de pernas mole e literalmente babando pela garota.

- Me desculpe por não a ter reconhecido antes, mas é que... - disse Drelk meio perdido em suas palavras.

- É que o quê? - perguntou Vayla apenas para deixá-lo ainda mais encabulado.

Era obvio que ela havia percebido o jeito todo abobado de Drelk.

- Desculpe-me! É que você está bem diferente! - respondeu Drelk envergonhado e desviando o olhar dos olhos dela.

Ele estava se sentindo como um garotinho amedrontado, tinha as mãos suando e o rosto em brasa, mas a sua vergonha era principalmente por deixar transparecer o quão deslumbrado estava por ela.

Drelk se esqueceu de soltar a mão da moça. Para não ser indelicada, Vayla teve que gentilmente puxar a mão de volta tentando não o deixar ainda mais sem graça do que demonstrava estar.

Com um belo sorriso e os olhos azuis cintilando, Vayla agradeceu a gentileza retribuindo os elogios com um comentário sobre a nova aparência de Drelk.

- E você, ...Drelk? - pausou para olha-lo de cima a baixo. - Também está mudado!

- Espero que para melhor! - falou ele num sorriso, tentando se vender.

Drelk também havia se transformado, assim como para ela, o tempo também o estendeu a sua generosidade.

Quando se viram pela última vez, ele era outro que não passava de um menino franzino. Seu jeito frágil era motivo de chacotas entre os garotos. Apesar de terem quase a mesma idade que ele, naquela época, seus amigos e primos aparentavam serem bem mais velhos que ele.

Oi galerinha, me desculpem pela demora, aí está mais um pequeno capítulo, espero que gostem!
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Obrigado e até o próximo!

Dramagerom "Herdeiro Guardião"Onde histórias criam vida. Descubra agora