Capítulo Cinco

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Washington, Seattle
Março, 2018, 20h08 PM

Pov Gabi

Depois de algumas horas, já me sinto mais calma.

Jazmine adormeçeu a mais ou menos duas horas.

Para onde eu vou?

Eu não tenho um lugar para ficar.

Tem a casa da Maya, mas eu a conheci tem nem dois dias, não temos essa intimidade toda ainda.

Madison, sem chance.

Dylan muito menos.

Ah, eu penso nisso depois.

Pego algumas malas, que estavam em cima do guarda-roupa e coloco todas as minhas roupas nelas, deixo algumas coisas que não me servem mais pra Jazmine usar.

Pego todos os meus sapatos - que não sou poucos - jogo tudo em outra mala.

Pego minhas peças íntimas, meus perfumes, e tudo mais.

Ao todo, são 4 malas.

Pensei que seria até mais.

Quando termino de colocar algumas outras coisas na mochila.

Paro e por um momento penso em recuar, não quero deixar minha irmã aqui, mas minha mãe nunca ia deixar ela ir comigo.

Ainda mais sem ter um lugar pra ficar.

Pego uma caneta e uma folha de papel, e começo a escrever um bilhete pra ela, deixando meu número no final, caso ela precise de alguma coisa. Fecho o papel e coloco em cima da penteadeira, junto com um chaveiro de coração que ganhei de um menino no jardim de infância.

Visto um jeans e uma blusa de lã, visto um dos meus vans preferidos e, fecho a porta devagar para não acordar minha irmã.

Desço as escada calmamente, olhando para cada detalhe daquela casa que morei pela vida inteira.

Lembro de mim e do meu pai correndo pela sala.

De quando assistimos Toy Story pela primeira vez.

E de quando ele foi embora.

Fico com uma vontade enorme de chorar.

Respiro fundo, e seguro.

Vou para a parte de trás da casa, mas especificamente no quarto - onde ficam as tralhas.

A poeira toda me faz tossir, e o meu nariz começa a ficar irritado.

Tampo o nariz com a mão esquerda, enquanto procuro o interruptor.

Cadê essa merda?

Achei.

Meu deus, tem muita coisa aqui.

Tem móveis usados, quadros velhos, um piano que nunca ninguém tocou e várias outras coisas inúteis.

Procuro o armário que fica minhas coisas antigas, assim que abro as suas portas, vem um monte de pó na minha cara.

Mais tosse.

Eu tenho que achar alguma coisa aqui.

Pego algumas caixas, e sento em um sofá velho, procurando por alguma pista.

Nada.

Procuro, na cômoda.

Nada.

Eu procuro em todo canto daquele lugar e nada.

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