ÔMEGA | Contos Do Apocalipse - Livro 1

Capítulo 18

O quarto 39 estava especialmente silencioso aquela manhã. Meredith Benson estava um pouco mais confortável com as meninas do quarto. Todas estavam bem confortáveis umas com as outras. Menos Jena.

Jena não dormiu no quarto aquela noite.

- Oi – Meredith se aproximou de Abel, que secava o cabelo com o auxilio de um secador branco dado pela própria ômega. – Eu gostaria de me desculpar com você. Por tudo que eu fiz, eu me sentia mal por você ser melhor que eu em tudo então eu queria me sentir melhor.

- Eu não sou melhor que você em nada – Abel riu.

- Ah qual é? – Meredith riu e olhou para as colegas de quarto – Isso que vocês tem aqui, essa coisa, uma amizade... era tudo o que eu queria.

- Você pode fazer parte disso – Abel pegou na mão de Meredith, em sinal de paz.

Delence e Amália se olharam e Bella sorriu. Finalmente paz.

As meninas desceram juntas para o café da manhã. Depois da conversa de Delence e Ashton, ela decidiu que voltaria a se sentar com as amigas e colegas de quarto.

Ao passar pela porta do Salão, Delence sentiu todos os olhares nela. Claro que eles olhariam, ela havia lutado uma verdadeira batalha com Esteffy, uma das melhores alunas ali! E o melhor, ela havia ganhado a luta.

- Delence – Eric se aproximou da Guerreira antes que ela pudesse se sentar – Que bom que está tudo bem.

- Obrigada – Ela sorriu para ele. Eric estava vestido com o macacão de piloto, o mesmo que Amália usava em dias de provas.

- Podemos conversar? – Ele perguntou, seu rosto estava triste.

- Claro.

Ela deixou a bandeja com o café da manhã na mesa e seguiu Eric até as portas do Salão. Algumas pessoas sorriam para ela e outras nem tanto, mas a vida era feita disso não é mesmo?

- Delence, hoje é o dia em que eliminarão pessoas – Ele disse, uma gotícula de suor se formando no nariz – Eu ouvi os professores comentando, hoje pessoas vão sair.

Delence podia ouvir o próprio coração.

Vertigem é a sensação de movimento oscilatório ou giratório do próprio corpo ou do entorno com relação ao corpo; tonteira, tontura, vágado. E foi exatamente o que Delence sentiu naquele momento.

Tudo aquilo podia acabar. As amigas, a vida dela ali. Eles a mandariam embora?

- Isso é – Ela tentou dizer, mas as imagens felizes não paravam de interromper seus pensamentos – Não pode ser...

- Eu sei – Ele segurou no ombro de Delence – Eu só queria ter esse tempo para me despedir de você.

- Por que despedir? – a tontura não passava.

- Delence! – Eric a chamou com mais força fazendo a guerreira voltar a realidade.

- Oi.

- Eu estou indo embora – Ele disse – Eu sei que eu vou. Não sou tão bom quanto os outros, eu percebo isso, então eu sei que vou ser um dos que vão sair.

- Não, claro que não... não diga isso – Ela o olhou nos olhos. Não tinha muito tempo que havia reparado nele. Ele não provocava nem metade do que Ashton provocava nela. Mas ainda sim, era bom o ter por perto. Ela não queria que ele fosse embora...

- Adeus Delence Holland – Ele sorriu e a abraçou – Eu desejo a você sorte nesse lugar. As pessoas não são o que parecem e certamente algumas pessoas aqui te querem longe.