Capítulo 7

282 29 6
                                    

Delence havia sido levada a enfermaria depois da luta que perdeu miseravelmente. Como da outra vez, eles a curaram em questões de minutos. Apenas a perna que seria mais difícil, disse a enfermeira, o osso havia se trincado e isso demoraria de 3 a 4 dias para curar. Mesmo com toda a tecnologia. Delence suspirou, até um pouco agradecida por ter esse tempo para esconder de todos.

Aquela altura todo mundo já deveria ter ficado sabendo que a Guerreira Holland havia perdido feio uma luta para a mocreia de olhos roxos. Imperdoável. Ela seria novamente a excluída, e dessa vez não seria pela sua inteligência exagerada e sim pela falta dela.

- Levanta daí Delence, abre essas cortinas – Insistiu Abel.

- O sol está maravilhoso la fora – Suspirou Amália – Já tem três dias que você está nesse quarto de enfermaria.

Delence tinha recebido permissão para ficar na enfermaria, o quartinho lembrava muito o seu antigo quarto na filial da ômega em Dolabella. Além de ter a ilustre companhia de Josias, seu fiel companheiro que não acertava o seu nome de forma alguma.

- Vocês não entendem, né – Ela cuspiu – Eu fui humilhada na frente de todo mundo, eu não quero sair daqui nunca mais!

- Não foi na frente de todo mundo, só dos guerreiros – Sorriu Abel, para logo depois levar um beliscão de Amália.

- Cala a boca – Repreendeu a ruiva – Mas você não pode ficar aqui assim enquanto aquela menina idiota que te bateu fica lá fora se vangloriando por ter te derrotado!

- Eu só quero voltar para casa.

- Você só vai voltar em um caixão – Disse Abel.

- Vocês não deveriam estar em aula?

- Sim, mas matamos a ultima aula antes do almoço para vir buscar você – Abel sorriu – Vai almoçar com a gente.

- Não, eu não vou.

- Agora chega – Amália gritou, o que fez Delence se encolher na cama nada confortável da enfermaria – Você vai sair desse lugar agora. Vamos ajudar você.

- De cabeça erguida – Abel bateu palmas, empolgada.

Ω

Delence, Abel e Amália passavam pelo corredor secundário enquanto iam para o dormitório. Elas optaram por esse caminho pois era menos utilizado e Delence não queria topar com ninguém. Abel apanhava para um mapa de papel que havia pegado na pilha de mapas que servia mais para os alunos desinformados. Ainda tinha mais um dias de atestado e ficaria atolada na cama todo esse tempo. A guerreira estava no meio das amigas, que a ajudavam por causa da perna quase curada.

- Ah meu Deus, Delence? – Felicy saltou com o susto. Ela estava perto de uma janela que dava para atrás da escola. A parede que segurava as barras de metal estavam meio desgastadas. Delence observou as unhas sujas da menina.

- O que ta fazendo sozinha nesse corredor secundário? – Perguntou Amália.

- Eu não estou fazendo nada... – Começou ela, ficando com as bochechas rosadas – Mas e você, Delence? Pensei que tivesse morrido.

- Eu to bem – Disse Delence, engolindo o seu orgulho.

- Josh ta preocupado com você – Disse a loirinha, limpando as mãos na roupa disfarçadamente. Se Delence não estivesse prestando atenção provavelmente não teria percebido, como as outras – Devia ir vê-lo – Ela começou a andar – Preciso ir agora.

- Tchau – Disseram as meninas, juntas.

- Que estranho, né? – Perguntou Abel.

- Essa menina é muito esquisita – reclamou a ruiva.

ÔMEGA | Contos Do Apocalipse - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora