Capítulo 19

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Estava quase na hora de sair para as missões. Glimord estava vestindo o manto preto Alfa. Ela, Lacroy e Ricardo iriam supervisionar de longe os alunos da ômega.

Leon, tambem estava presente no jato especial que conseguia ficar parado, suspenso no ar.

- Acha mesmo que é prudente que a Srta. Holland fique? – Leon perguntou, enquanto mexia em alguns controles e observava as câmeras de segurança, mostrando os alunos da ômega se dirigindo aos transportes – Ela me parece inconsequente de mais.

- Ela é rebelde, mas sempre trás resultados – Lacroy disse, apertando os cintos da cadeira – E está melhorando, já sabe ficar calada nas minhas aulas. Se passou apenas um mês, até o final do ano ela já estará perfeita.

- Bom, na minha aula ela não cala a boca – Disse Glimord – Nunca vi uma menina falar tanto.

- Já sabemos quem foi o dono da flechada que quase a atingiu? – Lacroy perguntou, mais a Ricardo que aos outros. Ele estava na frente do caso por ter sido perito do FBI.

- Não, a pessoa foi extremamente cuidadosa. Ponto cego das câmeras de segurança, luvas.. simplesmente desapareceu. Na verdade é como se não existisse – Ricardo parecia pensativo – Eu não sei o que essa menina fez para irritar tanta gente, mas alguém tentou mata-la.

- E a possibilidade de ter quase a acertado por acidente? – Glimord se sentou na cadeira do piloto.

- Existe. Mas creio que não foi o caso – Ricardo disse – Não podemos ter esse tipo de coisa aqui na ômega. Não pode existir.

- Quero que encontre o responsável – Leon disse, depois de um tempo – E quero que o traga vivo para mim. Além de acabar com esses pontos cegos das câmeras. Não podemos ter pontos cegos.

- Isso eu já providenciei – Disse Ricardo.

- Desculpem o atraso – Daniel entrou no transporte vestindo o casaco simples da ômega – Tive alguns imprevistos.

- Esse imprevisto por acaso se chama Lieny? – Leon revirou os olhos para o próprio filho. Desde que Daniel tinha largado a escola na França para participar do programa ômega a três anos atrás, ele parou de ser o garoto exemplar para ser um rebelde sem causa. E também tinha Lieny, a garota responsável por Daniel ter decidido que não seria mais um peão na mão do pai, ela abriu os olhos do garoto.

- Se chama: eu não encontrei as minhas roupas da turma Alfa, então tive que usar as da Ômega – Daniel se sentou no seu lugar marcado, em frente o pai e desceu os controles do teto. Onde monitoraria também os alunos ômega.

Lacroy ficou de frente para o monitor chefe, onde tinha uma câmera ligada. A câmera, enviava as imagens em holograma para todas as naves com as equipes dos alunos da ômega.

- Boa noite, Alunos – Ele disse, com um leve sorriso pairando no canto da boca – Hoje teremos a nossa primeira missão. Sintonizamos os rádios das O-nave's para a área que foram responsabilizados de cobrir. Cumpram seus objetivos, lembrando das aulas, das explicações, das lições individuais. Mas principalmente, ficaremos de olho no rendimento da Equipe num todo. Então, o trabalho de equipe é o mais importante. Não nos decepcionem.

A câmera desligou e todos se sentaram. Glimord deu partida na O-nave e então, todos sabiam que a prova tinha começado.

Pela janela, Daniel viu todas as O-naves decolando. Simples e rápidas. Ele queria muito ter tido aulas de como pilotá-las. Mas o pai preferiu que ele fosse guerreiro. Luta corpo a corpo não era mais tão interessante como o pai achava, quase não aconteciam mais guerras corpo a corpo!

Daniel observou a tela a sua frente, varias janelas se abriam a medida com que as O-naves eram ligadas.

Ele reconheceu a menina confusa da recepção da sala do seu pai e clicou na tela, colocando os fones de ouvido.

Junto dela tinha mais cinco meninas, todas de preto com os cabelos amarrados para trás. O devido uniforme da ômega. Algo naquela menina exalava arrogância e autoconfiança e ao mesmo tempo medo. Daniel não sabia o que mais o intrigava nela. Se o fato de ela ter cara de filhinha de mamãe e ser tão durona, ou se o fato de ser linda e mesmo assim não ter todos os meninos idiotas dali nos pés. Claro que ele já havia feito uma pesquisa sobre ela com todos os alunos da ômega que conseguiu. Notas excelentes, em quase tudo, só tinha notas não muito boas em trabalho em equipe. Bom, pelo histórico dela, Daniel pode imaginar. Todos ali tentavam a derrubar, já que era a melhor e sabia disso.

Mas ela parecia se dar bem com as meninas de sua equipe. Todas estavam em seus lugares prontas para as funções. As guerreiras já tinham se posicionado perto da porta da nave, com os cintos de elástico, a piloto já estava em ação e as atiradoras com as miras prontas. Dan não tinha acesso a missão dos alunos, isso era só para o programa da mesa dos professores, e ele já nem fazia parte disso. A única coisa que aceitou ajudar por muita insistência do pai foi no programa tecnológico, incluindo ser a voz de Josias, a inteligência artificial que ajudou a criar para a empresa do pai.

Alfa's Company era a verdadeira empresa por trás da Ômega. Daniel não gostava dos objetivos da AC, não concordava com o pai de jeito nenhum, mas não podia contar a ninguém o que estava por vir. Ele nunca teve o amor do pai de verdade, e sabia disso, mas com certeza não queria ser morto por ele.

A porta da nave se abriu e Daniel viu as Guerreiras pulando.

Ele estremeceu e sentiu que o estomago estava se revirando. Aquelas meninas, aqueles alunos, não tinham ideia de onde estavam se metendo. Ele se sentia tão culpado por não contar, por ver eles se afundando e não fazer nada, mas ele não podia confrontar o pai dessa forma. Assistir tudo acontecendo era o que lhe restava, e já era castigo o suficiente por permitir isso sem lutar.

ÔMEGA | Contos Do Apocalipse - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora