As meninas já tinham se posicionado na nave e Delence estava um pouco nervosa. A missão era encontrar um cara com capuz preto e pegar ele com vida. Isso assustou um pouco as meninas. Especificar a parte "com vida" era de mais, não era? Afinal aquilo era só uma prova. Nas armas das atiradoras tinham dardos tranquilizantes, e as guerreiras estavam com espadas de madeira. Era uma missão que podia dar errado, já que, Jena estava lá, o "menino de capuz" poderia ser qualquer garoto inocente passando pelo perímetro delas. Isso seria um desastre total... Na nave não tinha janelas, Amália pilotava por um monitor preso a parte da frente. Ela não podia passar do perímetro ou elas íam cair...
Delence prendeu a respiração antes de pular quando a porta da nave abriu. O cinto com o elástico que já tinham treinado milhões de vezes estava lá, e já tinham visualizado um possível suspeito. Delence alcançou o chão antes de voltar a respirar, com um suspiro alto e longo.
Bella e Jena a olharam (feio, ela imaginou, por que elas estavam de capacete) por ela ter feito barulho, o garoto que andava no passeio do lado mal iluminado da rua parou tenso e olhou para trás, a tempo de ver as três meninas se aproximando com roupas pretas e capacetes.
Delence conseguiu ver que ele tampava o rosto com uma espécie de bandana preta, fios loiros saiam para fora do gorro preto. Rosto tampado, só poderia ser ele.
- Fica paradinho ai – Jena disse.
O garoto não disse nada, ficou parado apenas olhando, como se tivesse analisando as formas de sair dali e fugir de das três.
O cinto ainda prendia as guerreiras a nave e era Amália que comandava do painel de controle.
- Peguem ele meninas – Amália disse pelo pequeno microfone nas roupas e ligados aos ouvidos das meninas – É ele com certeza.
Jena, Delence e Bella se olharam hesitando. Elas sabiam o que fazer, mas não sabiam se deviam. E se não fosse ele?
Delence viu Bella dar um grito e pender para frente indo até o chão.
- O cabo da Bella soltou – Amália disse, ao mesmo tempo em que todas meninas olharam para trás, mais umas 5 pessoas de preto estavam na rua, chegando com pés-de-cabra e barras de ferro.
- Meninas eu acho que temos companhia – Jena disse – Tirando a espada de madeira da bainha.
- Gente, eu não tenho como voltar – Bella parecia estar chorando.
As pessoas se aproximavam lentamente, enquanto o alvo, estava ainda parado atrás delas.
- Não podemos atirar neles – Abel disse, mirando no encapuzado que estava mais perto das meninas.
- Olha só Abel, agora não é hora de ser boazinha – Jena soltou enquanto Bella e Delence pegavam suas espadas de madeira também.
- Atirem neles – Delence disse – Eles não vão morrer, não tem bala de verdade nas armas.
- Não podemos enquanto vocês não lutarem com eles – Meredith disse, relendo as regras – As armas só poderão ser usadas em caso de ferimentos graves.
- Então pra que vocês estão aqui? – Delence se desesperou. Precisariam lutar com eles, mas eles pareciam mais zumbis do que pessoas mesmo.
- Gente... – Bella chamou a atenção das amigas – Eu não tenho como voltar para a nave...
- Isso é o de menos, Bella – Jena gritou.
- Vamos gente, acaba logo com isso – Amália disse – cinco grupos já cumpriram as metas. O tempo é importante, eu não quero ser desclassificadas!
- Cala a boca – Jena disse – Não é você que vai apanhar...
- Vocês não treinaram para isso esse tempo todo? – Meredith perguntou.
Delence não quis pensar muito. As informações flutuavam por sua cabeça e Amália tinha razão, elas tinham um tempo para cumprir a missão e levar o garoto para a ômega.
Delence correu na direção dos encapuzados e a mulher que estava mais na frente investiu contra ela. Delence se defendeu com a espada de madeira e chutou a perna da mulher. Que caiu no chão, mas se levantou rápido de mais e sem mancar para alguém que ganhou um chute forte o bastante para quebrar a perna. Ela acertou o braço de Delence com a barra de ferro que segurava, mas a guerreira não deixou barato, e devolveu o golpe, que a mulher pareceu não ter sentido. Era de ferro ou o que?
Delence mais que depressa enfiou a espada de madeira no peito da mulher, e a imagem dela se desfez em milhões de pedaços. Eram hologramas muito, muito reais.
- São hologramas – Delence avisou as meninas que apanhavam para os outros encapuzados – Tem que atingir para morrerem, eles não vão se machucar.
Bela arrancou a cabeça do baixinho com o pé de cabra, mas não antesdele o fincar na perna dela.
- Bella está ferida – Delence anunciou olhando para cima, onde Abel e Meredith estavam, mas as duas apenas se olharam sem dizer nada.
- Terminem com isso logo – Amália ordenou. Ela era a líder do grupo – Dezessete grupos na nossa frente, se demorar mais não vamos conseguir.
- Droga – Delence disse antes de se lançar contra os outros. Jena já estava dando conta de dois. Então Delence pegou o terceiro de costas. As explosões de pixels no ar foram uma atrás da outra.
Bella tinha desmaiado devido a perca de sangue.
- Vamos ter que dividir as tarefas – Jena jogou a espada no chão – Eu levo ela, você pega ele.
Jena pegou Bella no colo e correu até ficar em baixo da nave, e logo foi puxada para cima.
- Atirem nele – Delence correu até o garoto que continuava parado, ate quando as meninas a acertaram ele caiu.
Parecia que pesava umas toneladas, Delence custou a conseguir arrasta-lo até ficarem em baixo da nave e finalmente serem erguidos para cima.
- O que devemos fazer com ele? – Delence tirou o capacete.
- Fechando a porta – Amália anunciou e a porta começou a se fechar, prendendo as meninas lá dentro junto com um estranho, possivelmente um robô ou holograma.
- A contagem não subiu quando a gente conseguiu – Amália disse, atualizando a janela que contava quantas equipes já tinham ido bem.
- Já pegamos ele – Abel disse – O que mais querem que façamos?
- Eu não sei – Meredith disse – Mas a Bella precisa de ajuda agora.
Bella estava perdendo muito sangue e ainda estava desmaiada, Abel e Delence se olharam e guerreira soube exatamente o que ela queria.
- Primeiros socorros – Delence correu e pegou a caixa branca e vermelha em um dos assentos. Assim que a ferida de Bella estava quase curada, o garoto se desfez em pixels, mas então outro holograma com uma medalha com os números 19 apareceu acompanhada de um som que não sabiam de onde estava vindo "Missão concluída"
- Só termina quando todas nós estamos bem – Amália suspirou sorrindo – Conseguimos.
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ÔMEGA | Contos Do Apocalipse - Livro 1
Science FictionDelence, uma adolescente com confiança exagerada e uma vida controlada, não por ela, tem que se moldar a sua nova realidade, a fim de sobreviver em um colégio moderno, secreto e fatal.