— Agora que vocês roubaram meu momento, eu posso falar? — Maggie pigarreou e Kara e Lena coraram. O beijo não tinha durado muito, mas não é como se elas tivessem contado o tempo.
Pareceu uma eternidade, porém não tinha sido o suficiente para nenhuma das duas.
— Claro, Sawyer — a CEO sorriu sem graça e virou-se para as três que haviam voltado para o sofá da sala. Lena sentiu os dedos da loira se entrelaçarem com os seus e dar um leve aperto.
— Tudo bem? — Kara sussurrou e a morena segurou mais firme da mão da outra.
— Sim — sussurrou de volta.
Toda atenção foi voltada para a policial que nervosamente pulava de um pé para o outro, sem saber como começar. Apenas Lena sabia do que iria acontecer e também estava nervosa. Ela imaginava como seria pedir alguém em casamento e o que levava a outra pessoa a aceitar. Amor sempre foi um campo desconhecido para a Luthor, mesmo no seu último relacionamento com Jack Spheer. Não, Lena não tinha o amado dessa forma. Ela o amou como amigo, como companheiro e como colega de laboratório. O rapaz era inteligente, divertido e, por um certo tempo, foi o único que realmente gostava de estar ao seu lado. A morena sabia que aquilo era um tipo diferente de sentimento, porém ainda sim tentou ter algo mais sério, o que não resultou nada.
Nunca conseguiu amar o ex melhor amigo. Não ao ponto de pensar em um futuro, em casamento ou até mesmo em filhos.
— Alex... talvez eu esteja nervosa pra caralho e fale alguma bosta, mas enfim... — a policial começou — anos atrás eu pensei que conhecia o significado de casa, de pertencer a algum lugar e de amor. Infelizmente todos esses conceitos caíram por terra e bem... você sabe o porquê, sabe muito bem — suspirou — depois que te conheci, percebi que eu estava errada sobre tudo o que pensava, nesse sentido. Você me fez encontrar minha verdadeira casa, você me fez sentir que eu finalmente pertencia a algum lugar e não porque teve dó, ou porque gostava de algo em mim. Alex, você me fez pertencer ao seu coração porque me ama por quem eu realmente sou, não em partes, mas o meu todo — a agente escutava a tudo sem pronunciar uma palavra, mas todo seu rosto estava coberto por lágrimas — você me ensinou sobre amor... e eu quero continuar pertencendo a você para o resto da minha vida.
Maggie ajoelhou-se em frente a ruiva que estava estática no sofá e sorriu, com todas as suas covinhas aparecendo. Lena podia dizer que finalmente tinha visto uma manifestação de amor verdadeiro. Não que acreditasse em almas gêmeas, conto de fadas ou qualquer história desse tipo. Mas ninguém havia a encarado tão intensamente como Alex e Maggie faziam. Ninguém havia segurado sua mão daquela forma, dito coisas tão sinceras e a pedido para pertencer somente a ela. Qual deveria ser o sentimento de querer morar em alguém? Qual seria a sensação de querer estar com a mesma pessoa para o restante da vida? Qual deveriam ser os motivos que levam alguém a desejar todas essas coisas?
A Luthor olhou para sua mão esquerda e percebeu que Kara ainda a segurava. Tirou alguns segundos para olhar no rosto de sua melhor amiga e acabou encontrando os olhos azuis mais incríveis e brilhantes a encarando. Foi naquele olhar que ela percebeu que talvez alguém já a observasse com aquela intensidade, aquela que a morena tanto desejava, e talvez ela quisesse pertencer também àquele coração.
— Casa comigo? — Maggie mostrou a aliança dentro da caixinha vermelha e Kara podia ouvir o coração da cunhada bater desesperado.
— Sawyer, como ousa me fazer chorar na frente da minha mãe e da Luthor — a ruiva apontou para Lena — o que ela vai pensar de mim agora? — a latina rolou os olhos. Alex beijou a namorada e a apertou forte num abraço, ambas choravam — eu aceito, Soyer.
— Damnvers — riram.
Depois daquele pequeno grande momento, Eliza levantou-se e abraçou a noiva de sua filha mais velha. Sua palavras foram doces, carinhosas e a matriarca finalmente disse o que Maggie tanto esperava: bem vinda a família. Família. O que a latina sabia sobre isso? Nada. Mas o que importava? Ela queria aprender tudo ao lado de sua futura esposa Alexandra Danvers. Lena e Kara também se levantaram para parabenizar as noivas, a loira parecia um furacão de tão empolgada que ficou. Sua felicidade pela irmã era claramente palpável e a Luthor achou graça quando, sem querer, a pequena Danvers quase quebrou uma costela da cunhada ao abraçá-la.
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Sing me to sleep
Fanfiction|Concluída| Lena tem pesadelos e Kara conhece tão bem as batidas do seu coração que sabe quando sua amiga acorda assustada no meio da noite. A solução encontrada pela heroína foi cantar para Lena dormir.