Green Eyes

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Três dias. Já faziam três dias que Lena não via sua amiga Kara e que também não tinha coragem de pedir que ela aparecesse. Elas não ficavam se se falar, na realidade, a loira fazia questão de mandar quantas mensagens conseguia por minuto, o que deixava a CEO um pouco mais tranquila. A verdade era que ambas ficaram muito ocupadas com seus afazeres no trabalho. Kara tinha que reescrever um artigo enorme, tanto Snapper quanto sua chefe Cat estavam a pressionando quanto a isso. Sem contar que um dos prisioneiros da DEO havia conseguido escapar e estava dando trabalho para a Supergirl.

Junto a todos esses problemas, havia ainda o medo e receio no coração da pequena Danvers. Ela gostava de dormir com a melhor amiga, gostava de estar ao seu lado, de cuidá-la e de também de beijá-la. Mas o que os beijos significavam para a outra? Seu maior medo era de descobrir que talvez não tivesse nada demais neles, que fosse algo comum que os moradores desse planeta fazem. Quando era adolescente, Kara passou por várias lições com sua irmã Alex. A ruiva tentava da melhor forma explicar que às vezes as pessoas se beijam, porém isso não quer dizer que se gostam o suficiente para ficarem juntas. Ela também explicou a diferença entre: atração, paixão e amor. O que a loira entendeu menos da metade, sendo sincera.

Kara não sabia porque tudo tinha que ser tão complicado. Em krypton, para você beijar alguém, era porque já havia amor e porque já queriam ficar juntos. Então, qual o problema de querer beijar sua melhor amiga sem querer ficar com ela o resto da sua vida? Ah claro, pensou a loira, o que eu sinto é diferente do que a Lena sente. Esse era o pensamento mais recorrente na sua mente nesses três dias após sua pequena e imediata declaração.

Com isso, a kryptoniana evitava tocar no assunto e a Luthor também não parecia pronta para dizer qualquer coisa sobre. Kara não queria ser rejeitada daquela forma, não queria perder a amiga simplesmente porque seu coração estava quebrado. No fundo, ela preferia acreditar que Lena jamais faria isso com ela, que jamais a magoaria ou a deixaria de lado por conta de um sentimento. A Luthor era sua melhor amiga, a pessoa que a havia aceitado, acolhido e lhe mostrado o verdadeiro significado de lar. Então não, talvez a morena nunca pudesse retribuir seus sentimentos da mesma forma, mas pelo menos não a abandonaria.

Pensar demais sobre tal coisa estava a desgastando bastante e atrapalhando no seu raciocínio em ambos os trabalho. Então, Kara decidiu que iria esperar e se contentar com o fato de que sua melhor amiga ainda estava respondendo todas as suas mensagens, não era tão ruim assim, certo?

— O que está fazendo? — Kara perguntou a sua irmã. Alex estava sentada no meio de algumas caixas num dos depósitos e parecia concentrada.

— Catalogando o restante do que encontramos no Fort Rozz — sorriu — aparentemente sua tia escondeu aqui bem mais do que pensamos.

— Como assim? — sentou-se ao lado da ruiva — o que são essas caixas?

— Estou separando por tamanho, afinal eu ainda não sei do que se trata — explicou — ao que parece, são todas peças da mesma máquina ou projeto, não sei dizer.

— Gostaria de saber por que Astra traria tudo isso para cá, afinal eu pensei que o plano dela fosse apenas dominar a Terra e essas coisas — bufou — o que é aquilo? — apontou para uma enorme estante de ferro, com vários compartimentos do mesmo tamanho e formato. Pareciam vários fornos dispostos um ao lado do outro, mas do lado de dentro haviam fios e conexões com o restante da estrutura.

— Pensei que você pudesse me dizer — Alex suspirou e ambas se levantaram do chão — acho que todas essas peças e livros são sobre isso. Não se lembra de nada parecido?

— Não sei se posso dizer que sim ou que não, mas acho que me recordo de algumas coisas que minha tia fazia — bufou — acho que pode ser algo relacionado a algum projeto científico mais restrito ou específico.

Sing me to sleepOnde histórias criam vida. Descubra agora