Running home to you

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— Kara, eu estou com fome, com meus pés doendo e minha paciência no limite! — resmungou mais uma vez — se você não aparecer em cinco minutos cronometrados então mais um Luthor vai tentar matar um Super!

A loira afastou o ouvido do telefone e toda a DEO praticamente escutou. Alex gargalhou alto, outros agentes riram baixinho e J'onn foi o único que deu uns tapinhas no seu ombro e disse "boa sorte." Eles sabiam que Lena estava grávida e irritada. Por conta dos genes da criança, ela demandava energia demais, gasto demais e causava na morena muitas dores e enjoos. Bom, agora o mal estar vinha diminuindo, porém a fome começou a aumentar. Com quase cinco meses de gravidez, a Luthor chorava várias e várias vezes, por diversos motivos, fossem eles plausíveis ou ridículos.

Ela havia chorado quando Thomas falou seu nome a primeira vez, chorou quando Sam lhe deu de presente um macacãozinho com o símbolo da Supergirl, tão pequeno que ela imaginou o seu bebê ali dentro, todo gordinho e frágil. O problema era que ela estava na L-Corp e segundos depois ela estava uma pilha de nervos porque todo mundo iria vê-la chorar. Com isso, Kara teve que sair da CatCo e ir buscar a esposa emocionalmente alterada.

Na maioria das vezes, as razões para chorar eram bem esquisitas, porém ela tinha um motivo que a incomodava: o ganho de peso. No início ela lidou de maneira sensata, até porque ainda era cedo e sua fome, assim como seu metabolismo, ainda não tinham se alterado drasticamente. Mas agora? Lena sentia fome por quatro pessoas, sendo que só havia um bebê em sua barriga. Incontáveis noites ela chorou por que suas saias não cabiam mais, porque agora seus seios haviam crescido e os botões da camisa não fechavam, sem contar que teve que comprar novos sutiãs, pois os seus antigos estavam apertados e seus mamilos agora ficavam doloridos.

A CEO teve que se abster dos saltos — não que achasse essa parte inteiramente ruim — teve que diminuir a carga de trabalho, sentia mais sono, indisposição e sua memória começou a falhar, pois segundo sua médica Alex Danvers, quando o cérebro da criança começa a ser desenvolvido, todo o seu corpo começa a dar assistência e dispor de uma energia extra do seu próprio cérebro. Com isso, ela esquecia as chaves de casa, esquecia onde tinha colocado certos documentos e planilhas, e também esquecia onde tinha colocado os óculos da pequena Danvers.

Era uma completa confusão e seu emocional virou uma montanha russa. Era penoso olhar-se no espelho e perceber que seus quadris haviam aumentado, que aquele seu vestido favorito já não servia e que seu rosto agora estava abatido. Kara, sabendo que sua esposa sofria com esses pensamento, a presenteava todos os dias com coisas simples. Como por exemplo bilhetes espalhados na cozinha antes de sair ou o café da manhã pronto assim que Lena se levantava. Algo que a loira aprendeu a fazer foram as saladas de fruta da CEO, o café preto, suas panquecas de sempre e ovos mexidos. Ela teve que aprender a cozinhar, principalmente nos primeiros meses, quando a Luthor já acordava no banheiro vomitando. Geralmente ela não deixava a esposa entrar, preferindo deixar o mal estar passar, lavar o rosto e então sair. Por isso, Kara fazia questão de preparar algo para que ela comesse e pudesse ficar bem o restante do dia.

Os enjoos finalmente acabaram, mas a loira continuou a fazer o café da manhã. Ela repetia incansavelmente para Lena o quão linda ela estava, mesmo sabendo que nem sempre iria acreditar ou levar a sério. A pequena Danvers levava a esposa para jantar, dando motivos a ela para vestir o vestido novo que ganhou de presente ou apenas para que ela se lembrasse de que ainda podia ser vaidosa. Claro, muitas vezes elas nem chegavam a sair de casa, simplesmente porque a morena começava a chorar na frente do espelho, deixando a loira se sentir um pouco culpada por ter proposto o encontro.

Porém, na maioria das vezes, elas não saíam porque Lena estava excitada demais — efeitos da quantidade catastrófica de hormônios — e Kara não conseguia tirar os olhos do decote do vestido novo. No fim, elas acabavam comendo pizza e fazendo amor o restante da noite.

Sing me to sleepOnde histórias criam vida. Descubra agora