Prólogo

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A lenda conta que quando Osíris faleceu, Seth dominado pela sua sede de poder, queria se apossar do trono, já que em sua percepção ele era o único digno disso. Um deus maligno cuja ambição era maior que os céus, mas para todo mal existe o bem e para isso existia Hórus, filho de Osíris e sobrinho de Seth, o qual deveria herdar o trono de Osíris por direito congênito, mas Seth se recusa a aceitar isso, por isso uma batalha foi desencadeada e os dois entraram em disputas para decidir quem ficaria com o trono, mas o que nos é contado nem sempre é a verdade, o lado vencedor é quem conta a história e é exaltado enquanto o perdedor é esquecido e subjugado.

Seth perdeu a disputa pelo trono, o qual jamais revelou seu desejo de lutar pelo mesmo, mas ninguém imaginaria que Hórus era perverso e traiçoeiro ao ponto de armar para seu próprio tio ser incriminado pela morte de Osíris e sair como o perverso de toda essa batalha. Seth lutava pelo trono para subjugar Hórus e fazê-lo contar para o mundo toda a sua perversão.

-Grande irmão Osíris, que prazer recebê-lo em minha mais humilde residência, aprecio muito que aceitou meu convite para este belo banquete. - Seth se aproximou de Osíris.

Osíris era robusto, ele tinha um corpo humano atlético, mas ele tinha a aparência de uma pessoa mumificada, sua pele tinha um tom de pérola esverdeada, o que lembrava o aspecto de uma carne pútrida, o rosto era liso, mas possuía uma barba postiça, seu corpo estava coberto com faixas de mumificação, onde em alguns lugares era possível ver partes do seu corpo, como as coxas torneadas ou até mesmo uma parte de seu abdômen definido.

-Seth, meu irmão, é desnecessário toda essa formalidade comigo, afinal somos irmãos e parentes de mesmo sangue não é mesmo? - Osíris exclamou enquanto abraçava Seth.

-Realmente, mas o respeito e admiração que eu tenho por você, me impossibilita de agir diferente contigo. - Seth se afastou e segurou os braços de seu irmão enquanto falava.

-Seth, Seth, como você pode ser tão gentil, mas enfim vamos ficar de conversa aqui fora ou vai me convidar a entrar? - Osíris ria enquanto soltava Seth e se dirigia a entrada do templo de Seth.

A casa de Seth era um templo egípcio perdido no meio do deserto rodeado de oásis, vegetações incríveis e animais se banhando e descansando na sombra das árvores, um lugar deslumbrante, não se via nada por quilômetros, era como se aquele lugar fosse um refúgio no meio do nada para os necessitados.

-Irmão, esses oásis que rodeiam seu lugar de descanso, para que tantos? - Osíris dificilmente vinha visitar seu irmão então ele não possuía conhecimento nenhum sobre como Seth governava.

-São para os viajantes, minha casa é impossível de ser vista por olhos humanos a não ser que eu queira isso, mas os oásis são diferentes, eu os deixo livres, quando um viajante está longe de seu destino e todo o caos e tristeza possível o rodear meus oásis aparecerão para o recompensar pelo trabalho duro, não importa o quanto o caos seja belo, ele só é belo quando as partes se contrabalançam, do que adianta a linha ser reta se sabemos que temos diversas variáveis que facilitariam a nossa vida? - Seth enquanto comentava sobre isso, um pequeno brilho de compaixão passou pelos seus olhos.

-Entendo, o caos só pode ser entendido quando você se dispõe a senti-lo, o amor que você sente pelo caos e ordem é impossível de explicar. - Ospiris refletiu profundamente na questão trazida por Seth.

-Não é difícil, difícil é compreender que a vida não seria bela e satisfatória se fosse uma linha reta sem obstáculos. - Seth sorriu para Osíris.

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