A luz da lua entrava pela janela e as luzes do quarto foi acesa iluminando aquele lugar, Una narrava sua estória para Prim e Thorn nesse meio tempo. Lágrimas tomaram conta do rosto de Una mais uma vez e Prim sem reação diante do que sua mãe contava. Thorn escutava com atenção e em alguns momentos ponderava e concordava com o que Una dizia, muitas vezes ele interrompia e apontava os pontos que Prim tinha que prestar atenção para entender o que tinha danificado o corpo de sua mãe.
-Essa é minha estória, a tristeza tomou conta de mim. – Um soluço foi contido enquanto ela continuava. – Eu preferia morrer do que saber que seu pai nunca voltaria Prim. Ele era muito importante para mim. – Seus olhos vermelhos das lágrimas que escorriam não perdiam mais o brilho. – Hoje faz quatorze anos que ele desapareceu no mar e nunca mais foi visto.
-Mãe... – Prim não sabia o que dizer para consolar sua mãe, ela pegou na mão dela, os dedos finos e os ossos eram visíveis e a abraçou. – Eu estou aqui, eu nunca vou te deixar mãe, então viva por mim, eu quero que você conheça seus netos. – Prim sentia um aperto no peito enquanto olhava para sua mãe naquela situação.
-Tudo bem. – Uma ponderou afastando Prim de seu abraço. – Eu não vou conseguir me desligar mais desse mundo. – Una tinha um olhar melancólico, mas logo foi substituído por um sorriso de felicidade e seus olhos se curvaram para cima enquanto falava – Ainda mais que agora eu tenho um ótimo genro.
-Senhora! – Thorn protestou, mas nada que ele dissesse iria mudar a opinião de Una e Prim não era contra também.
Una sorriu e voltou sua atenção para Prim que a olhava ternamente, o amor de mãe podia ser visto em seu semblante, o cuidado que ela tinha com Prim era superior a qualquer coisa. Prim por outro lado, toda vez que olhava para sua mãe, preocupação podia ser vista em seu olhar e o cuidado para não machucá-la também era visto, sua mãe estava frágil de qualquer forma e ela não queria correr o risco de piorar sua situação.
-Breast, eu vou fazer esse pedido mais uma vez, eu sei que estou sendo impertinente com isso, mas eu realmente quero que você cuide da minha filha. – Una fez uma pausa para recuperar seu fôlego e continuou com um brilho no olhar. – Minha filha só irá amar você nessa vida, se você não quisesse essa incomodação deveria ter a abandonado e jamais entrado em nossas vidas, mas você o fez e eu jamais esquecerei isso, então quem dirá minha filha? – Ela tinha um olhar sério quando pronunciou estas palavras, ela ainda segurava a mão de Prim quando começou a falar novamente e ela apertou com força a mão de Prim que se assustou. – E eu jamais perdoarei você. – Una vincou seu semblante. - Se você a abandona-la e a magoá-la. – Thorn suspirou e assumiu um ar sério quando começou a falar, até mesmo o barulho lá fora parecia ter sido silenciado.
-Senhora, eu sei que sua filha jamais me esquecerá, mas nós nos conhecemos somente a dois dias. – Thorn olhou diretamente para Prim e continuou – Mas isso não significa que eu não possa pensar nisso futuramente. Prim tem um longo caminho a percorrer e eu pretendo treiná-la e depois eu irei embora da cidade. – Thorn se mostrou irresoluto em tudo.
-Entendo. – Ela fechou seus olhos como se guardasse aquelas palavras em seu coração. – Então é algo que não pode ser evitado. – Una não foi relutante, não havia nada que ela pudesse fazer já que Thorn iria embora.
-Minha proposta é que Prim cuide de minhas finanças. – Quando ninguém esperava Thorn soltou esta informação que chocou as duas.
-O que você está dizendo? – Prim foi a primeira a falar, ela estava eufórica, ela não sabia o que Thorn estava querendo dizer com isso.
-O que você ouviu. – Thorn reforçou o que disse e continuou. – Eu não possuo contas em bancos, muito menos cartões, só que eu não posso andar para lá e para cá com ouro, então o gerente do hotel ofereceu a oportunidade de eu ser um acionista. Mas o que eu quero é que você tome conta disso para mim. – A voz de Thorn não continha nem uma gota de sarcasmo ou ironia.
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Shine and Darkness
Fantasy"Uma cratera foi formada na localização onde Thorn estava, tinha um metro de raio de circunferência e no centro havia alguém ajoelhado, raios estavam saindo de sua pele, tatuagens tribais vermelhas cobriam seu braço direito e ele segurava uma espada...