Prim estava presa em sua consciência, ela cultivava sem intervalo para recuperar seu cultivo sacrificado para salvar Thorn. Sua concentração poderia ser invejada até mesmo por monges que dedicam sua vida inteira a meditação. Tanto que quando Thorn saiu do quarto, nem ela e nem Rebecca perceberam o seu movimento. Um par de olhos laranjas continuavam a sondar de longe Prim em sua consciência. O líquido que enchia a sua consciência foi sugado para dentro de seus meridianos e depois ela entregou para Thorn.
-Vejo que algo lhe preocupa, jovem senhorita. - Uma voz suave e ardilosa entrou em contato com os tímpanos de Prim.
-Quem está aí? - Prim perguntou enquanto abria seus olhos.
Uma raposa de pelagem dourada estava sentada em sua frente, seus olhos alaranjados a fitavam sem dar espaço para pensamentos. Prim estava curiosa de como aquele animal havia surgido em sua consciência e de onde havia vindo a voz anterior. A raposa continuava a olhar as reações de Prim, que ignorou totalmente a sua presença, se levantando e olhando os arredores.
-Quem está aí? - Prim gritou para ver se a voz respondia.
-Menina tola! - A voz exclamou, o que fez Prim olhar novamente para a raposa. - Com tudo que você já viu neste mundo, uma raposa falante é tão assustadora? - A raposa começou a caminhar em volta de Prim.
-Eu não esperava que fosse você a detentora da voz. - Prim falou em tom de culpa. - Me desculpe pela minha falta de educação. - Ela falou enquanto se abaixava para estender a mão para a raposa. - Eu me chamo Prim.
-Prazer, senhorita! - A raposa falou enquanto estendia sua pata para ser apertada em um cumprimento por Prim. - De onde eu vim, me chamavam de Sang Pourpre. - A raposa dourada comentou.
-O que deveria significar? - Prim confusa questiona a raposa.
-A cor do sangue que era deixada por onde eu passava. - Um brilho surgiu no olhar da raposa enquanto ela falava e Prim podia ver cidades e aldeias em chamas. - Mas, isso é passado. - A raposa tinha um olhar zombeteiro enquanto encarava Prim.
-Que ótimo! - Prim exclamou um pouco aliviada. - Mas o que lhe traz a minha consciência pequena "Sang"?
-Quando você decidiu cultivar a técnica de movimento "Et lápis Flamel", você decidiu trilhar um caminho sangrento. - Sang falava com bastante convicção sobre o que estava escondido nesta técnica.
-O que você quer dizer? - Prim estava cada vez mais confusa.
-Comece a cultivar essa técnica e você entenderá, que nada, nem ninguém poderá lhe encostar. - Sang tinha se deitado no colo de Prim. - Mas, o preço que deve ser pago é pesado se você não puder aguentar, vamos menina, volte a meditar. - Sang fechou os olhos e adormeceu no colo de Prim.
Prim estava confusa, ela não entendia o que a raposa estava querendo dizer com caminho sangrento. Sua curiosidade foi despertada pela raposa, o que fez Prim se concentrar e começar a cultivar a técnica de movimento que Thorn à deu. Prim havia cultivado por anos uma técnica de alto nível, então era impossível que ela não soubesse o quão poderosa era a técnica que ela adquiriu, era de um nível muito mais elevado que o "passo tétrico". Esta técnica era composta de três níveis, o primeiro consiste em levar sua energia para os meridianos em suas pernas, qualquer movimento feito deveria liberar uma intensa quantidade de energia vital, fazendo que um salto momentâneo fosse realizado. O segundo nível indicava para que a energia fosse levada e retirada rapidamente pelo menos dez vez antes de se movimentar, isso era extremamente difícil para Prim, ela conseguia fazer isso somente duas vezes antes de cair no chão e vomitar sangue devido a reversão da energia.
-Somente o primeiro nível já é o suficiente por enquanto. - A raposa falou enquanto se espreguiçava no colo de Prim.
-Eu sinto que preciso progredir mais. - Prim estava frustrada com o resultado obtido. - Eu preciso ser mais forte.
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Shine and Darkness
Fantasy"Uma cratera foi formada na localização onde Thorn estava, tinha um metro de raio de circunferência e no centro havia alguém ajoelhado, raios estavam saindo de sua pele, tatuagens tribais vermelhas cobriam seu braço direito e ele segurava uma espada...