Russell

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Thorn já estava com sua respiração normalizada, parecia que ele não corria mais perigo de vida. Macha tirava as mechas de cabelo que caiam no rosto dele, já haviam se passado quatro horas desde que Prim havia usado seu último resquício de energia para tentar curá-lo. Nesse meio tempo, Macha teve que colocar panos gelados em sua testa para abaixar a febre que o assolava e algumas vezes teve que chamar Rebecca para conter as convulsões que o acometiam. Thorn estava com seu semblante calmo e parecia que ele estava se recuperando gradativamente e de forma espetacular, até mesmo a cor havia voltado para seu rosto.

-Como ele está? - Rebecca entrou no quarto enquanto olhava para Prim ainda escorada no canto do quarto.

-A febre baixou. - Macha falou sem tirar os olhos de Thorn. - E seu semblante está tranquilo, acredito que o pior já passou. - Macha sentiu seus olhos marejar, mas segurou para não escorrer uma mísera gota de suas lágrimas.

-Que bom! - Rebecca suspirou aliviada. - Eu não posso ficar muito, o restaurante está um caos hoje e nem com a ajuda dos garçons eu estou dando conta. - Rebecca repousou sua mão no ombro de Macha. - Fique tranquila, ele vai melhorar logo.

Macha assentiu para Rebecca, mas seu coração continuava apreensivo, afinal, ela nunca havia visto Thorn em um estado tão deplorável. Ela já havia presenciado ele entrando naquele colar e voltando machucado, mas nunca ao ponto de quase morrer. O que fosse que tivesse dentro daquele colar era extremamente poderoso. Rebecca ajustou Prim de uma forma que ela não se machucasse e nem ficasse com dores, cobriu ela com uma manta e saiu novamente do quarto.

Rebecca estava com seu coração acelerado, toda vez que chegava perto de Macha era impossível não lembrar de seus lábios macios. Aquele beijo havia sido intenso e havia marcado fundo em sua alma, mas Macha só tinha olhos para Thorn e isso machucava Rebecca a ponto de ficar com inveja do cuidado que ele estava recebendo, mas ao mesmo tempo ela sabia o quão grata ela deveria ser a ele, isso era algo que a estava torturando por dentro e ele precisava acordar, para que ela pudesse sanar suas dúvidas.

-Chef! - Um dos garçons correu em direção a Rebecca. - Temos mais cinco pedidos dos pratos especiais.

-Tudo bem. - Rebecca suspirou e apontou para um dos fogões industriais. - Acenda aquele fogão, irei utiliza-lo enquanto vocês limpam os outros dois. - Rebecca arregaçou as mangas enquanto ia em direção a geladeira, os outros garçons começaram a correr para limpar e acender o fogão.

Ofélia caminhava por um extenso corredor, enquanto contemplava as pétalas de flores sendo levadas pelo vento, sua expressão estava sombria e contemplativa. Ofélia usava um vestido branco que era levado junto com as pétalas de flores, um homem loiro e de barba rala a seguia de perto, esperava um momento para fazer algum comentário com Ofélia, mas ela sequer prestava atenção no homem. Ofélia tinha seus olhos de uma cor violeta e apesar de sua aparência apresentar ter uma idade avançada, ela era uma mulher extremamente bonita. O homem aparenta estar chegando aos seus trinta e poucos anos e sua expressão era dura e rígida.

-Ofélia! - O homem interrompeu os pensamentos de Ofélia. - Você precisa dar um jeito de que na próxima reunião, eles concordem em libertar pelo menos metade do poder do traidor. - O olhar que ele apresentava era de súplica.

-Russell, eu sei disso. - Ofélia suspirou e sua expressão se tornou pesada. - Mas, Heru tem o controle da maior parte do conselho. - Russell enrijeceu pois ele sabia que ela tinha razão e não havia nada que ele pudesse fazer no momento.

-Se ele não puder lutar contra os deuses Abissais, não adianta trazê-lo até aqui. - Suas sobrancelhas vincaram. - Todos estaremos condenados de qualquer jeito.

Shine and DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora