Os deuses batem à porta

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Era um dia nublado, ventava bastante e em algumas partes da cidade já estava chovendo, Thorn estava parado na rua enquanto seu cabelo bagunçado esvoaçava no vento e ele olhava para o céu vendo a tempestade se aproximando, os carros acelerando e as pessoas correndo para lugares cobertos para se proteger da chuva.

Ele estava sem nenhuma expressão no rosto, o vento jogava sua jaqueta fortemente mas parecia que aquilo não o afetava, as vezes até mesmo o fazia colocar um sorriso esnobe em seu rosto. Um trovão ecoou pelo céu e suas luzes refletiam nas nuvens e pareciam se aproximar de Thorn, trovões estavam caindo por todos os lados, era uma verdadeira catástrofe, mas parecia que nada o abalava, um clarão no céu repentino e um raio desceu em sua direção.

Uma cratera foi formada na localização onde Thorn estava, tinha um metro de raio de circunferência, e no centro havia alguém ajoelhado, raios estavam saindo de sua pele, tatuagens tribais vermelhas cobriam seu braço direito e ele segurava uma espada dourada que cintilava com os raios e o som que lembrava cobras sibilando era ouvido toda vez que um raio sai do corpo e da espada daquele ser. Ele abriu sua boca e sua voz era potente como um trovão ecoando no céu:

-Vejo que você ainda sabe se defender depois de ter sido expulso dos céus, seu pequeno deus esquecido. - O homem já estava de pé e olhava para Thorn que estava no topo da cratera

-Acredito que depois de alguns milênios caminhando pela Terra, eu ando um pouco enferrujado, não concorda "Thor" a única coisa que você traz consigo é essa forma decrépita e a habilidade em batalha que tanto se orgulha. - Thorn cuspiu no chão ao terminar de falar, como se a presença daquele deus não o preocupasse.

-Pelo visto, sua língua continua bem afiada, não é mesmo... – Thorn o interrompe antes que ele termine sua frase.

-Não pronuncie esse maldito nome! Eu não sou mais um deus, então me chame pelo nome que me deram, o qual eu me orgulho de carregar por todos esses milênios, pois representa o espinho que perfurou a garganta de cada um de vocês! - Thor levita em direção a Thorn sem se preocupar com a arrogância dele.

-Você continua petulante, mas realmente, não devo te chamar pelo seu nome antigo, visto que você o perdeu mesmo, você já teve tantos nomes que eu sequer me lembro o qual foi dado. Acho que deve se pronunciar nessa língua de hoje como Thorn. -Thor apresentava nojo em sua face enquanto pronunciava esse nome.

-Fale de uma vez o que você quer, eu tenho que ir para casa alimentar meu gato, não tenho tempo a perder com gente velha e decrépita. – Thor suspira novamente e começa a falar.

-Eu tenho uma missão para você, a qual é irrecusável e suas recompensas são simplesmente magnânimas até mesmo para você. - Thor estava realmente entediado em estar dando recados.

-Fale, estou ouvindo. - Thorn não estava se dando ao trabalho de ter algum respeito perante o deus que flutuava em sua frente.

-Phainon foi sequestrada e levada além-mundo e precisamos de alguém que vá e a resgate. - Thorn bufou e virou suas costas para Thor e seguiu seu rumo enquanto falava.

-Isso não tem nada a ver comigo.

-Que pena Thorn, achei que Phainon era importante para você. - Thor tentou irritar Thorn para que ele aceitasse a missão.

-Era, hoje ela não representa nem uma faísca do que representou alguma vez na minha vida, faz milênios que não há vejo, o que um dia foi importante, hoje não se trata mais da mesma coisa. - Mágoa era ouvida na voz de Thorn.

Shine and DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora