Chapter Two

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OK. Eu definitivamente não devia ter bebido igual um cachorro. Resultado: me perdi de Taeyong, Hoseok e Yoongi, estou sem bateria, não sei se estou em condição de chegar em casa e também não sei se vou ser estuprado no meio do caminho, já que as ruas de Seoul ainda estavam bem agitadas. Que lindo Jimin, parabéns.

Eu só queria chegar em casa logo, e foi essa minha pressa que me fez entrar na primeira rua errada e ter a infeliz visão de um homem sendo espancado violentamente. Me escondi o máximo que pude até que os dois marginais corressem para longe dali. Eu sabia que não estava em sã consciência, por essa razão me aproximei do homem e me surpreendi quando vi que era o Sr. Jeon, ali em minha frente, todo arrebentado. Meu estado deplorável pareceu passar um pouco colaborando para que eu tentasse o levantar. Sem êxito. Pois Jungkook era duas vezes mais alto e forte que eu.

- vamos Jeon, eu não tenho força sozinho, me ajude a te ajudar. – resmunguei e depois de várias tentativas para levantá-lo ele pareceu acordar de seu choque ainda meio sonso. Segurou firme em meus ombros e caiu novamente. – ah porra. – amaldiçoei a bebida mentalmente.

Eu poderia o deixar ali, para morrer na pancada, mas não. Vamos ajudar Jimin, vai ser legal, você gosta de ajudar as pessoas, você fez enfermagem para isso. Ah grande bosta. Eu fiz enfermagem para cuidar de pessoas doentes de verdade, não de bêbados espancados no meio da rua. Irritei-me e com isso juntei toda a força que restava em meu corpo para começar a arrastar aquele peso morto pelas ruas, devo  dizer que quase sem senso de direção, mas felizmente consegui chegar à minha rua e ao ver minha casa, apressei o passo.

O Sr. Jeon pesava mais do que eu pego na academia por um mês e isso já estava me deixando sem recursos para carregá-lo, mas quando olhei novamente para frente e vi a faixada branca suspirei aliviado retirando a chave de dentro do meu bolso, desajeitado. Abri a porta com muito esforço e joguei Jeon no chão para fechar a porta com cuidado, já que podia ter alguém em casa; não que eu deva algum tipo de satisfação para as meninas, porém elas podem ser perigosas quando querem. Larguei as chaves em qualquer canto e andei até o banheiro pegando uma toalha de rosto; fui até a cozinha enchi uma tigela com água gelada e voltei para sala onde Jeon estava jogado.

O sentei com dificuldade, molhei a toalha a espremendo e passando por seu rosto bem esculpido, aos poucos para tentar o acordar. Há essa altura, minha sobriedade já estava voltando e foi quando eu acendi a luz do abajur perto da porta e pude ver o real estrago que estava seu rosto. Sua boca estava cortada, em seu olho esquerdo já estava se formando um edema que consequentemente iria causar um hematoma, já seu olho direito mantinha escoriações na parte de baixo, seu nariz sangrava e suas maças estavam vermelhas e cortadas. Franzi o cenho intrigado, e molhei mais a toalha a pressionando contra seus machucados, nesse momento ele começou a despertar aos poucos e colocou uma de suas mãos na barriga gemendo de dor, logo depois escorou sua cabeça na parede atrás de si, tentando conter sua aflição. Provavelmente bateram com muita força em alguma costela e agora deve estar insuportável, tive pena até o momento em que ele começou a cuspir sangue vivo e foi aí que eu me desesperei, levantei subindo as escadas mais rápido que o flash pegando em meu quarto minha caixa de pronto socorro. Que é consideravelmente grande; corri de volta com certo esforço, logo chegando à sua frente novamente.

Jeon parecia mais acordado, porém isso só piorava para dor que estava sentindo. Como sabia que um único dipirona não iria aliviar sua agonia, fui mais ousado ao pegar uma seringa lacrada e um frasco com Metadona e rapidamente sugar todo o conteúdo para dentro da seringa passando um pouco de éter que pus no algodão na parte interna de seu braço, procurei arduamente por uma sequer veia e demorei um pouco até que achasse e direcionasse a seringa até ela. Apliquei lentamente preocupado, pois sabia o que estava por vir.

Esperei até que o mal estar de Jeon passasse e rapidamente o peguei de novo o levando lá para cima, banheiro especificamente. Com um sacrifício comecei a despi-lo até que só restasse sua boxer preta; o coloquei com cuidado dentro da banheira e liguei a torneira fria, pois uma água quente iria apenas piorar seu delírio daqui a alguns minutos. Seu corpo começou a ficar mole e desfalecer aos poucos, me apressei em retirar os tênis e a jaqueta ficando apenas de calça e camisa, entrei na banheira e peguei a toalha afastando seu corpo e sentando atrás do mesmo encostando meu peito suas costas, segurando seu corpo firmemente.

De repente senti um solavanco forte e prendi ainda mais meus braços ao seu redor.

- NÃO... Não, não, não, não... Você não pode fazer isso... Não faça isso... Não... Não... Não... – falava alto e desconexo se debatendo. A Metadona tem vários defeitos e um deles é causar delírio, tontura, vômito, náuseas e entre outras reações, por isso é proibido fazer isso em casa. Mas o que poderia ter feito? Ele ia desmaiar de dor. Fiquei mais um tempo ali apenas o apertando, até que o remédio FINALMENTE começou a fazer o efeito que eu estava esperando.

Jeon se acalmou caiu sem forças na banheira. Saí do lugar onde estava e comecei a banhá-lo lentamente, até que seus ferimentos estivessem mais limpos e menos feios, mas fiquei mais aflito ao ver que sua região estomacal estava assumindo um tom vinho, meio roxeado, indicando uma provável hemorragia futura. Levantei-me pegando uma toalha na gaveta o levantando e enxugando seu corpo escorado na parede aos poucos e com paciência até que estivesse quase completamente seco. O levei até minha cama o jogando ali, fui até meu closet pegando uma boxer, por que nem FODENDO ele ia dormir na minha cama caríssima com roupa molhada; voltei e passei alguns segundo pensando em como trocar aquela peça sem parecer um pervertido. Me aproximei e coloquei as mãos na barra de sua boxer molhada fechando os olhos e a abaixando lentamente, levei um tempo considerável fazendo isso pelo simples motivo de não querer bater sem querer em partes indesejáveis, até que joguei aquele pano em qualquer lugar, ainda de olhos fechados peguei a minha boxer tentando a passar por seus pés. Sem êxito. Ah que porraaa. Abri minimamente os olhos e passei rápido o pano por seus tornozelos, subi até seu tronco e consertei as coisas para que nada ficasse do lado de fora, ao terminar puxei o lençol abaixo de seu corpo e o cobri confortavelmente.

Suspirei e voltei ao banheiro arrumando a bagunça que havia ficado e tomando um banho rápido, voltei para quarto pegando uma blusa grande e uma boxer no closet para mim, as vestindo e saindo do quarto, deixando Jeon dormir um pouco. Amanha será um longo dia pra ele.

Apesar de estar cansado, sabia que não conseguiria dormir. Minha insônia crônica não me deixaria. Então levo meu corpo até a sala, antes passando no banheiro e pegando duas aspirinas, e me sento no sofá para assistir um pouco.

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