Quando vi o sol surgindo pela janela da sala suspirei e levantei do sofá bocejando. Andei até a cozinha colocando água para esquentar. Isso mesmo, diferente das pessoas aqui na Coréia que tomam café de sachê, eu faço o meu no estilo brasileiro, já que em minha viagem percebi que isso é a oitava maravilha do mundo. Peguei a sacola com os pães colocando dois na torradeira, me virei pegando a geleia na geladeira a deixando em cima da bancada, fiz o café e me sentei para comer tranquilamente, até que ouvi um baque enorme, me assustei e levantei rápido subindo as escadas com pressa; ao abrir a porta do quarto me deparei com Jeon de joelhos no chão com a mão em seu estômago gemendo de dor.
- meu Deus, como você caiu? – perguntei indo até ele que segurou meu braço com força.
- onde...onde eu estou? Por que estou sangrando? – perguntou com dificuldade.
- você tá na minha casa por que foi espancado ontem no meio da rua. – expliquei e o ajudei a levantar o sentando na cama novamente. – como está se sentindo? – perguntei passando a mão em seu rosto verificando sua temperatura.
- minha boca tem gosto de ferro e tenho náuseas. – explicou e eu assenti.
- você se sente sonolento? – perguntei e ele assentiu. – muita dor? – ele balançou a cabeça negativamente. Menos mal. – olha, eu apliquei Metadona em você ontem quando chegou, provavelmente você fraturou alguma coisa e estava sentindo muita dor, então é melhor irmos à um hospital. - disse me levantando.
- eu estou bem. – falou com os olhos fechados. – ninguém pode saber do que aconteceu, então só me ajude a ir ao banheiro. – pediu agora mais calmo. Assenti colocando um braço ao seu redor por trás e com a outra mão segurei na sua o ajudando até o banheiro onde ele se ajoelhou e colocou a cabeça dentro do vaso sanitário vomitando, para evitar que seu corpo caísse sem forças o segurei pelo tronco delicadamente. – o quanto de Metadona você aplicou em mim? – perguntou pegando papel para limpar sua boca.
- 5 mg. – respondi e ele assentiu.
- preciso de mais. – falou. Realmente já se passaram 5 horas que apliquei a dosagem.
...
Após aplicar mais Metadona em Jeon, ele caiu na cama. Já eram 20h da noite e eu estava preocupado, já que ele precisava comer; balancei a cabeça e acabei de arrumar os cabelos de Hyorin que não parava de se mexer.
- Hyorin, quieta. – pedi passando sua franja para trás. – pronto, assim está bom. – ela sorriu em agradecimento e pegou a bolsa. – lembre-se, sem comentar sobre seus filhos ok? Ele se exalta. – avisei e ela assentiu.
- tá certo, chefinho. – piscou e saiu pela porta entrando no carro luxuoso.
- JIMIN, ME AJUDA. – ouvi um grito e corri para o quarto onde dormia Nayeon e Minah.
- o que aconteceu? – parei na porta e arregalei os olhos. – Nayeon-ah quantas vezes eu tenho que dizer que você não pode comer batata frita com Ketchup antes de um encontro? – entrei no quarto e andei em direção ao seu guarda roupa, tirando outro vestido, mais provocante de dentro e a entregando. – esse está ótimo, mais cuidado. – adverti e ela assentiu começando a tirar a roupa. Sai do quarto e fui até a cozinha preparando uma sopa para jantar.
Eu estava nervoso com Sr. Jeon. E se ele morrer aqui na minha casa? O que será de mim? Tenho raiva de mim, raiva de sempre querer estar ajudando alguém e sempre acabar me ferrando no final de tudo. Bufei e subi as escadas, já era para ele ter acordado, abri a porta do quarto lentamente e coloquei a cabeça para dentro, ele estava sentado olhando para o chão.
- você está melhor? – perguntei e ele se assustou olhando em minha direção.
- sim. Eu preciso do meu celular. – pediu e eu assenti entrando no quarto e pegando seu celular em cima da pia do banheiro onde deixei ontem.
- aqui. – o entreguei o aparelho e fiquei parado em sua frente o vendo digitar algum número aleatório, logo depois levar o objeto até o ouvido.
- Johnny, eu preciso que venha me buscar na casa de Park Jimin. – esperou a pessoa do outro lado responder e suspirou. – sim, idiota... Não estou com ninguém, só... Você vai me deixar falar ou o que? – perguntou agora mais grosso. – preciso que chame o Dr. Seung no caminho e peça para ele ir direto para meu apartamento. Venha logo. – desligou o celular e o jogou em cima da cama. – onde estão minhas roupas? – perguntou e eu pisquei atordoado.
- suas roupas estavam encharcadas de sangue, eu as coloquei para lavar, mas pode usar uma minha. – sugeri e lhe ofereci um sorriso.
- não seja tolo, você é duas vezes menor que eu. – respondeu exalando estupidez.
- eu não sou tão pequeno assim. – resmunguei fazendo bico. – aish, babo. Vá pelado para casa. – bati o pé no chão e saí do quarto.
Quem ele pensa que é? Eu o ajudei ontem, ele poderia ter morrido e é assim que agradece? Apesar da raiva, minha vontade de voltar lá e socar sua cara foi interrompida pelo som da campainha, andei até a porta e suspirei antes de abri-la.
- boa noite. Presumo que seja Park Jimi... – o interrompi.
- tá, tá... O infame está no quarto de cima, pode subir. – falei irritado e o homem do outro lado da porta passou por mim pedindo licença, subiu as escadas às pressas nem sequer olhando para trás.
Minutos depois ouvi passos descendo as escadas e nem me dei ao trabalho de olhar.
- Obrigado por cuidar do Sr. Jeon, quanto lhe devo? – o cara perguntou simpático. Como sabia que o pobre rapaz não tinha nada a ver com a inurbanidade do Sr. Jeon, resolvi que o trataria com educação.
- Obrigado por querer me recompensar com dinheiro, mas não posso aceitar, fiz o que faria com qualquer outra pessoa, portanto seu agradecimento pra mim é suficiente. – respondi me levantando e abrindo a porta, não pude deixar de olhar para Jeon e vê-lo com uma de minhas calças jeans e uma blusa preta de mangas, apertadas claro, mas pelo menos não está pelado.
- não se preocupe, irei lhe devolver. – falou quando percebeu meu olhar sobre suas (minhas) vestimentas.
- você pode fazer o que quiser com essas roupas. – respondi rude. Ele e o seu – creio eu – subordinado passaram pela porta e eu a fechei com raiva. – insolente. – resmunguei indo em direção ao meu quarto. A noite iria ser longa.
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Client • Jikook •
Fanfic" - se eu te disser onde eu estive, você ainda me chamará de amor? Se eu te disser tudo, você me chamara de louco? Por que amor, eu sou uma estrela negra..." Park Jimin já tinha problemas demais para se preocupar com mais um cara que chegou repenti...