Chapter Three

10 0 0
                                    


Quando vi o sol surgindo pela janela da sala suspirei e levantei do sofá bocejando. Andei até a cozinha colocando água para esquentar. Isso mesmo, diferente das pessoas aqui na Coréia que tomam café de sachê, eu faço o meu no estilo brasileiro, já que em minha viagem percebi que isso é a oitava maravilha do mundo. Peguei a sacola com os pães colocando dois na torradeira, me virei pegando a geleia na geladeira a deixando em cima da bancada, fiz o café e me sentei para comer tranquilamente, até que ouvi um baque enorme, me assustei e levantei rápido subindo as escadas com pressa; ao abrir a porta do quarto me deparei com Jeon de joelhos no chão com a mão em seu estômago gemendo de dor.

- meu Deus, como você caiu? – perguntei indo até ele que segurou meu braço com força.

- onde...onde eu estou? Por que estou sangrando? – perguntou com dificuldade.

- você tá na minha casa por que foi espancado ontem no meio da rua. – expliquei e o ajudei a levantar o sentando na cama novamente. – como está se sentindo? – perguntei passando a mão em seu rosto verificando sua temperatura.

- minha boca tem gosto de ferro e tenho náuseas. – explicou e eu assenti.

- você se sente sonolento? – perguntei e ele assentiu. – muita dor? – ele balançou a cabeça negativamente. Menos mal. – olha, eu apliquei Metadona em você ontem quando chegou, provavelmente você fraturou alguma coisa e estava sentindo muita dor, então é melhor irmos à um hospital. - disse me levantando.

- eu estou bem. – falou com os olhos fechados. – ninguém pode saber do que aconteceu, então só me ajude a ir ao banheiro. – pediu agora mais calmo. Assenti colocando um braço ao seu redor por trás e com a outra mão segurei na sua o ajudando até o banheiro onde ele se ajoelhou e colocou a cabeça dentro do vaso sanitário vomitando, para evitar que seu corpo caísse sem forças o segurei pelo tronco delicadamente. – o quanto de Metadona você aplicou em mim? – perguntou pegando papel para limpar sua boca.

- 5 mg. – respondi e ele assentiu.

- preciso de mais. – falou. Realmente já se passaram 5 horas que apliquei a dosagem.

...

Após aplicar mais Metadona em Jeon, ele caiu na cama. Já eram 20h da noite e eu estava preocupado, já que ele precisava comer; balancei a cabeça e acabei de arrumar os cabelos de Hyorin que não parava de se mexer.

- Hyorin, quieta. – pedi passando sua franja para trás. – pronto, assim está bom. – ela sorriu em agradecimento e pegou a bolsa. – lembre-se, sem comentar sobre seus filhos ok? Ele se exalta. – avisei e ela assentiu.

- tá certo, chefinho. – piscou e saiu pela porta entrando no carro luxuoso.

- JIMIN, ME AJUDA. – ouvi um grito e corri para o quarto onde dormia Nayeon e Minah.

- o que aconteceu? – parei na porta e arregalei os olhos. – Nayeon-ah quantas vezes eu tenho que dizer que você não pode comer batata frita com Ketchup antes de um encontro? – entrei no quarto e andei em direção ao seu guarda roupa, tirando outro vestido, mais provocante de dentro e a entregando. – esse está ótimo, mais cuidado. – adverti e ela assentiu começando a tirar a roupa. Sai do quarto e fui até a cozinha preparando uma sopa para jantar.

Eu estava nervoso com Sr. Jeon. E se ele morrer aqui na minha casa? O que será de mim? Tenho raiva de mim, raiva de sempre querer estar ajudando alguém e sempre acabar me ferrando no final de tudo. Bufei e subi as escadas, já era para ele ter acordado, abri a porta do quarto lentamente e coloquei a cabeça para dentro, ele estava sentado olhando para o chão.

- você está melhor? – perguntei e ele se assustou olhando em minha direção.

- sim. Eu preciso do meu celular. – pediu e eu assenti entrando no quarto e pegando seu celular em cima da pia do banheiro onde deixei ontem.

- aqui. – o entreguei o aparelho e fiquei parado em sua frente o vendo digitar algum número aleatório, logo depois levar o objeto até o ouvido.

- Johnny, eu preciso que venha me buscar na casa de Park Jimin. – esperou a pessoa do outro lado responder e suspirou. – sim, idiota... Não estou com ninguém, só... Você vai me deixar falar ou o que? – perguntou agora mais grosso. – preciso que chame o Dr. Seung no caminho e peça para ele ir direto para meu apartamento. Venha logo. – desligou o celular e o jogou em cima da cama. – onde estão minhas roupas? – perguntou e eu pisquei atordoado.

- suas roupas estavam encharcadas de sangue, eu as coloquei para lavar, mas pode usar uma minha. – sugeri e lhe ofereci um sorriso.

- não seja tolo, você é duas vezes menor que eu. – respondeu exalando estupidez.

- eu não sou tão pequeno assim. – resmunguei fazendo bico. – aish, babo. Vá pelado para casa. – bati o pé no chão e saí do quarto.

Quem ele pensa que é? Eu o ajudei ontem, ele poderia ter morrido e é assim que agradece? Apesar da raiva, minha vontade de voltar lá e socar sua cara foi interrompida pelo som da campainha, andei até a porta e suspirei antes de abri-la.

- boa noite. Presumo que seja Park Jimi... – o interrompi.

- tá, tá... O infame está no quarto de cima, pode subir. – falei irritado e o homem do outro lado da porta passou por mim pedindo licença, subiu as escadas às pressas nem sequer olhando para trás.

Minutos depois ouvi passos descendo as escadas e nem me dei ao trabalho de olhar.

- Obrigado por cuidar do Sr. Jeon, quanto lhe devo? – o cara perguntou simpático. Como sabia que o pobre rapaz não tinha nada a ver com a inurbanidade do Sr. Jeon, resolvi que o trataria com educação.

- Obrigado por querer me recompensar com dinheiro, mas não posso aceitar, fiz o que faria com qualquer outra pessoa, portanto seu agradecimento pra mim é suficiente. – respondi me levantando e abrindo a porta, não pude deixar de olhar para Jeon e vê-lo com uma de minhas calças jeans e uma blusa preta de mangas, apertadas claro, mas pelo menos não está pelado.

- não se preocupe, irei lhe devolver. – falou quando percebeu meu olhar sobre suas (minhas) vestimentas.

- você pode fazer o que quiser com essas roupas. – respondi rude. Ele e o seu – creio eu – subordinado passaram pela porta e eu a fechei com raiva. – insolente. – resmunguei indo em direção ao meu quarto. A noite iria ser longa. 

Client • Jikook •Onde histórias criam vida. Descubra agora