Sonhos Reais, Primeira Parte (CONCLUÍDA)

26- Você é impossível

*POV  ANDELISE*

Eu tive a pior semana da minha vida. Me encheram de remédios para dor de cabeça, e para dormir, tive que tomar soro na veia, e estou com olheiras horríveis.

Mas me olhando aqui feliz agora, só com a simples possibilidade de ele aparecer. Me sinto extremamente carente agora.

Misty disse que vai dormir, ela teve uma péssima noite de sono, e falou que a culpa foi minha por tê-la deixado tão nervosa.

Esta de noite e quase na hora de dormir, mas eu nunca me senti tão elétrica.

Pelo que Misty me disse, Kile ia vim me ver logo, iria apenas tomar um banho. Isso já faz mais de trinta minutos.

Bato os pés angustiada, até que finalmente, ouço alguém batendo na porta.

Abro e o vejo. Ele está igual, não dá para mudar muita coisa em cinco dias mesmo, a única diferença entre a última vez que eu o vi é que agora ele tem profundas olheiras debaixo dos olhos.

- Oi Lise... - Ele falou, só percebi o quanto senti sua falta só agora que ele está na minha frente.

Eu nem respondi, só o abracei com força, e ele retribuiu o abraço.

- Desculpe. - Ele disse no meu ouvido fazendo carinho no meu cabelo. - Eu não deveria ter falado aquelas coisas.

Aí que saudades das carícias.

- Eu também não. Mas agora está tudo bem, você voltou.

Ele se afastou um pouco e colocou as mãos no meu rosto, fez carinho por um tempo, e abriu aquele sorriso que só ele tem.

Foi se aproximando aos poucos e selou os nossos lábios.

-Desculpe. - Eu disse dessa vez.

- Tudo bem. Eu também errei, na verdade, errei mais do que você. E vim aqui para consertar o meu erro. - Ele disse.

- Você já consertou Kile. Você apareceu, isso é o que importa. - Disse fazendo carinho no seu rosto.

- Não, ainda há um parêntese em aberto... - Ele disse. O olhei de cenho franzido.

- Tem? - Quis saber.

- Claro que tem. Eu ainda não te pedi em casamento, e isso é algo muito importante.

Eu travei por uns segundos.

- Kile não precisa fazer isso. Não é obrigado...

- Eu sei que não sou, mas eu quero fazer, até com seu pai eu falei. 

Arregalei os olhos. Queria muito ter visto essa conversa

- Casa comigo Lise? - Ele disse se ajoelhando, me revelando uma caixa de veludo azul que eu não sei de onde veio, com um anel fino de prata com um único brilhante rosado.

Eu comecei a chorar. Ele está me pedindo em casamento! Porque ele quer. Ele não está sendo obrigado, ele me ama ao ponto de querer que eu fiquei com ele para sempre.

Eu começo a balançar a cabeça em concordância, ele põe o anel no meu dedo, se levantou e tomou os meus lábios com urgência.

Aceitei o beijo de bom grato e retribui na mesma intensidade, o puxei para mim com força e nos beijamos até que alguém bateu na porta.

Abro e uma criada está na porta com um lanche daqueles. Agradeço pelos serviços, e eu mesma puxo o carrinho para dentro. Só agora percebi com quanta fome eu estava.

- Comida. - Kile disse sentando na cama ao meu lado.

Tinha chocolate quente, suco de laranja, bolo de cenoura com calda de chocolate, muffins de morango e cookies de baunilha com pedaços de chocolate.

Estávamos com muita fome. Nada melhor do que comemorar o seu noivado comendo.

Depois de comer quase todos os muffins eu me senti pesada e percebi com quanto sono eu estava, meus olhos começaram a pesar e meu corpo a pedir a cama.

- Kile. Eu estou com sono. - Disse bocejando.

- Eu também.

Empurrei o carrinho de comida para o lado e me joguei na cama derrotada.

Kile se deitou ao meu lado, nos cobrindo.

Eu acaricio o seu rosto e ele fecha os olhos curtindo o carinho. Ele segura a minha cintura e fez carinho no meu cabelo. E é entre carícias e beijos que dormimos embolados na minha cama.

Acordo no susto com um peso em cima de mim. Abro os olhos a tempo de ver Annabel pulando em mim.

- Vocês voltaram! - Bel disse animada - Ainda bem. Vocês são muito chatos separados. Sabiam disso?

- Como você entrou aqui? - Kile disse com a voz rouca de sono.

- A porta de ligação da Katherine. – Disse, dando os ombros.

- Você é impossível - Ele revirou os olhos. - Estamos com muito sono Bel poderia nos deixar dormir?

- Aí tá bom! - Ela se levantou. - Só vim avisar que a tia América e tio Maxon vão entrar em alguns segundos...

Ela mal disse isso e meus pais abriram a porta.

E revelaram minha mãe e meu pai, ficamos nós cinco paralisados.

Ótimo. Já amanheço com confusão.