"Só tu..."

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Capítulo XXII

Só tu…”

 

Ponto de vista do Justin:

Três semanas passaram e os médicos já me tinham dado alta na noite passada. Mesmo assim preferiram que dormisse, por uma última vez, naquela cama de hospital. Conclusão: não dormi. Estava mesmo entusiasmado por voltar à minha rotina e desta vez com a Jéssica ao meu lado. Não podia esperar tantas horas só para voltar a acordar e adormecer ao lado dela, levar-lhe o pequeno-almoço à cama, passar as manhãs com ela ao meu colo enquanto compunha música, ver filmes até amanhecer com o corpo dela colado ao meu. Uma memória que vai retomar a ser rotina. Não podia estar mais feliz.

Eram dez da manhã. As malas já estavam prontas para partir e o Scooter, assim como a minha mãe e a Jéssica, estavam todos animados e bem-dispostos no quarto à espera do médico para nos podermos fazer à estrada. O médico acabou por entrar. Não demorou muito só que a excitação era tanta que os minutos pareciam horas ali dentro!

“Bom dia.”- pela primeira vez vi um sorriso na cara daquele homem.

“Bom dia.”- a minha mãe quis ser logo a primeira a cumprimentá-lo, como sempre o fez.

“Espero que seja a última vez que o veja, Sr. Bieber.”- começou- “O Sr. Bieber já teve alta mas não quero que se esforce demasiado. O braço está muito melhor, sim, mas não se esqueça que só se passaram três semanas desde o acidente. Tem de ter ainda muito cuidado antes de se voltar a meter em sarilhos.”

Eu e a Jéssica já tínhamos ido à polícia. Posso dizer que foram uns dias complicados. Ambos ficámos presos durante um tempo até ao julgamento. Como ainda estava no hospital foi aqui que permaneci mas com a companhia de alguns polícias. Já a Jéssica ficou em casa, com a pulseira eletrónica. Não me podia ver, nem sair de casa, o que me custou um pouco, para ser honesto. Mas não podia fazer nada. A minha mãe acabou por ir ter com ela e servia um pouco de pombo-correio, visto que não nos deixavam trocar mensagem e cartas era completamente desnecessário. Só para lhe dizer o quanto a amava precisava de uns 3 dias até ela o receber. Isto também serviu para que elas fizessem as pazes. A minha mãe acabou por compreender o nosso lado depois de várias discussões nossas. Fico feliz por isso. Mesmo assim não deixava de estar preocupada com a Jéssica. Eu deveria estar do lado dela numa situação destas. Simplesmente não me deixavam. No dia do julgamento o juiz acabou por nos deixar ir, já que nos declarou inocentes. Não pude ir ao julgamento porque ainda estava um pouco dorido, principalmente nesse dia, mas, na minha opinião, apenas estava nervoso e isso acabou por se refletir em dores físicas. Só soube que estava livre quando a Jéssica entrou no quarto de surpresa, com um sorriso enorme e me beijou. O Ryan entrou depois dela e foi ter com a minha mãe que me fazia companhia nesse dia. Fiquei muito mais aliviado quando a vi entrar pela porta.

“Não se preocupe.”- era o Scooter que falava- “Não o vamos deixar sair de casa, muito menos trabalhar até ter autorização para tal.”

“Sim, e eu prometo que fico de olho nele.”- a Jéssica assegurou ao médico que ia ficar tudo bem e que estava em boas mãos. Isso reconfortou-me e fez-me perceber que não estava a sonhar. Isto está mesmo a acontecer e em poucas horas vou poder estar ao lado da minha Jéssica, na nossa casa.

“Excelente.”- o médico continuou- “Como já devem saber, o Sr. Bieber vai ter de vir ao hospital para visitas regulares só para nos assegurarmos que está mesmo tudo bem com ele.”

“Mas eu vou para LA ainda hoje. Não posso vir para o Canadá só para vir às consultas.”- interrompi-o.

“Sim, mas não se preocupe com isso. Nós ainda hoje mandamos o seu ficheiro com todos os seus dados e a sua situação atual para o hospital em LA. Podem ficar descansados que trato disso ainda hoje.”- começou a anotar algo no seu caderno, talvez para não se esquecer o que estava a prometer- “Sendo assim vou me embora e espero sinceramente que lhe corra tudo bem, Sr. Bieber.”- apertou a minha mão.

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