"Eu estou completamente, loucamente apaixonada por ele..."

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Capítulo XXI

“Eu estou completamente, loucamente apaixonada por ele…”

 

Ponto de vista da Jéssica:

“Justin!”

O meu coração quase me saltava da boca quando ouvi a arma a disparar. Nunca pensei que algum deles fosse capaz de a ativar. Porque é que as coisas tinham de ser desta maneira? O que é que eu fui fazer com a minha vida? Com a vida do Justin? E do Tiago?

Saltei da cama e fui a correr para o chão, para junto do Justin, que se encontrava mais junto da cama. Os pedaços que restavam do meu coração caíram todos quando o vi naquela maneira. Peguei na cabeça dele, tentei chamá-lo, tentei reanimá-lo. Os olhos estavam fechados e aqueles seus lábios maravilhosos estavam secos e meio abertos. Olhei para o seu braço direto e pude ver o sangue que lhe escorria. A bala atingira-o. Desmanchei-me em lágrimas. Não podia acreditar no que estava a ver. Larguei cuidadosamente a sua cabeça de volta ao chão e fui buscar o comando que estava caído na cama. Carreguei em todos aqueles botões várias vezes e voltei de novo para junto do corpo do Justin.

“Vá lá, vá lá, vá lá!”- clicava desesperadamente nos botões, olhando sempre para a porta à espera de uma reação- “Justin… por favor, fica.”- libertei as lágrimas por cima do seu corpo arrefecido.

Parei de soluçar quando ouvi alguém rir. Olhei para o meu lado direito e pude ver o Tiago a rir-se incondicionalmente. Que raio se passava na cabeça dele?! Porque é que ele haveria de fazer uma coisa destas ao Justin? Era preciso ser-se tão agressivo? O que é que ele ganhou com isto? Olhei para ele e todas as loucuras me passavam pela cabeça. Não suportava ouvir aquele seu riso eufórico. Ele simplesmente metia-me nojo.

“Olha o que fizeste!”- gritei com toda a força, dor e raiva que tinha acumulada- “E agora? Olha para a merda que criaste! Como é que foste capaz?”- larguei-me em lágrimas e em soluços mais uma vez.

Não se ouviu resposta do outro lado, apenas mais um riso estúpido e irritante.

“Já olhaste bem para a tua figura?”- continuou a rir- “Diz-me!”- a tosse interrompeu-o, assim como a dor, mas mesmo assim ele não conseguia parar de se rir e de libertar a sua mágoa- “Diz-me se esta “merda”, a que lhe chamas, não foi a merda que criaste. Se não foi culpa tua e da tua incapacidade de decisão.”- a raiva renascia em mim só de ouvir aquela voz. Tentava controlá-la, inspirando e expirando- “Ninguém no mundo merece esta dor que sinto. E a culpada és tu! A culpa é toda tua.”- riu novamente- “Tu tinhas o mundo aos teus pés. Tu tinhas tudo o que uma mulher gostaria de ter. Um namorado que te amava, este dinheiro todo que conseguiste com a s tuas próprias mãos, uma vida estável. E o que é que preferiste? Arranjar confusões atrás de confusões. Tu eras feliz ao meu lado. Tu serias tão feliz ao meu lado…”- chorou, enquanto terminava a gargalhada- “E agora? Agora não tens nada. Oh, espera.”- fez uma pausa- “Afinal até tens… tens um namorado morto! E fui eu que o matei. E como é que é agora? Ainda o preferes? És uma inútil!”- riu novamente.

A minha raiva estava descontrolada e já se espalhava pelo corpo inteiro. Não aguentei mais. A arma encontrava-se aos meus pés. Baixem-me rapidamente e peguei nela, apontando-a ao Tiago.

“Agora sou eu que falo.”- as lágrimas renasciam- “Eu magoei-te, sim. Não tinha o direito, não. Se realmente gostavas de mim tu tinhas escolhido pôr a minha felicidade à frente do teu egoísmo. És maluco da cabeça! Eu nunca te escolheria…”

“Fala a rapariga com a arma na mão, sem coragem para disparar.”- riu novamente, interrompendo-me.

“Nunca!”- gritei, acionando a arma. A bala acertou-lhe no peito, o que o calou em segundos.

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