Dei-te tudo

"Vamos a isto!..."

Capítulo XXIII

“Vamos a isto!...”

 

Ponto de vista do Justin:

“Tens mesmo de ir?”- tentei agarrá-la e dar-lhe múltiplos beijos nos pescoço, obrigando-a a ficar mais um pouco.

“Justin,”- sorriu um pouco tentando sempre resistir- “sabes que sim.”- puxou-me para trás.

“Mas eu vou sentir tanto a tua falta, querida.”- o Ryan passava mesmo ao nosso lado a carregar o resto das malas para dentro do táxi.

“Temos uma vida inteira para ficarmos juntos. Eu volto dentro de uma semana. Eu prometo!”- colocou as suas mãos na minha cara e deu-me aquele beijo que não queria terminar- “Não.”- acabou com o momento.

“Tudo bem. Tu é que sabes…”- provoquei-a, largando as mãos da sua cintura. Não tardou cinco segundos para já estar de novo nos meus braços, a atacar, mais uma vez, os meus lábios. Sorri.

Mal abro os olhos vejo o Ryan a fazer-me um sinal com a mão. Estava tudo pronto.

“Tenho de ir…”- começou a olhar para o meu peito e a mexer no meu colar.

“Ugh, não.”- baixei a cabeça- “Fica. Por favor?”- baixei um pouco os joelhos para estar ao mesmo nível dela e poder fazer contacto visual com ela.

“Justin, não posso. Desculpa. Eu… eu tenho de fazer isto. Percebes?”- fez-me um olhar que me obrigou a acenar com a cabeça de afirmação. Não ia tornar a situação mais difícil.

“Obrigada.”- sorriu- “Acho que me vou emb…”- surpreendi-a com um beijo.

“Eu amo-te.”- disse mal terminei, o que fez com que ficasse mais do que vermelha. Surpreendeu-me com um abraço bastante apertado mas sincero.

“Eu amo-te tanto.”- sussurrou- “Obrigada por esperares por mim. Não sei o que fazia sem ti.”- não sabia o que dizer depois daquilo. Apenas larguei-a dos braços e puxei-a para um beijo intenso. Não fazia a mínima ideia de onde aquele discurso tinha vindo mas nem quis perguntar. Como disse inicialmente, não quero tornar a situação mais difícil.

“Hey, Jéssica!”- o Ryan já gritava de dentro do táxi.

“Meu, ela já vai!”- gritei-lhe. Quando olhei para a Jéssica pude ver aquele sorriso lindo- “O que foi?”

“Tu.”- continuou- “Adeus, amor.”- deu-me mais um beijo- “Ligo-te quando chegar.”

“Tudo bem. Viaja com cuidado. E não te esqueças de ligar.”- sabia como a Jéssica conseguia ser distraída. Vi o olhar que me deu quando percebeu que estava a gozar com a memória de rato dela.

Pegou na sua mala e foi ter com o Ryan ainda a acenar com a mão. Entrou dentro do táxi e em minutos o carro desapareceu da minha vista. Só aí é que baixei o braço e entrei dentro de casa dos meus avós. Todos eles tinham ido às compras na cidade enquanto em fiquem em casa. Claro que me mandaram estar em repouso e, que caso acontecesse alguma coisa, para ligar para o telemóvel da minha mãe. Coisas de famílias preocupadas.

A Jéssica na noite passada decidiu falar comigo sobre a ideia de voltar para Portugal, só mesmo para ajustar as coisas que tinha deixado no passado, para poder fechar este seu capítulo e retomar o nosso, que ficara em aberto. Tinha assuntos para tratar na Falory (estava a pensar passar o gabinete principal da administração para LA e nomear o Simão como gerente do gabinete em Lisboa) mas os assuntos que a levaram lá foram principalmente arrumar este capítulo com o Tiago. Queria vender o seu apartamento, arrumar o resto das suas coisas (quer em sua casa, quer na casa da Di) como arrumar as coisas do Tiago que restavam. Também pensou em ir ao funeral do Tiago que decorria no final da semana. Supostamente seria mais cedo mas com tudo isto da investigação só foi dada autorização a partir da sentença final do juiz. Seja como for aquela visita a Portugal não era só por causa do Tiago mas também de visitar a Diana, que já não via há alguns meses. Eu queria ter ido com a Jéssica mas os médicos não me deixaram fazer uma viagem tão grande. Mesmo assim já tive sorte de me deixarem preparar as coisas para LA sozinho. O que estava a dizer era que não queria deixar a Jéssica passar por mais uma situação destas sozinha e, por isso, pedi ao Ryan, mais uma vez, para estar ao lado dela. Não era a mesma coisa, eu sei disso, mas eu confiava nele e sei que a Jéssica também confia e gosta dele. É melhor do que nada.