第10章

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Pegue as peças e analise tudo

Renjun correu para fora da sala. Achou que estava indo rápido demais, sentiu a tontura invadir seu corpo e a ânsia voltar. Embora não tenha ficado assim quando acharam An, nenhum deles chegou a ver a garota. E para piorar a situação, os olhos vidrados de Yun, estavam tatuados em sua memória.

O chinês ouviu gritos pelo corredor e pessoas correndo, ele tentou também, queria ir para a enfermaria, mas não conseguia andar direito, talvez tivesse usado todas suas forças saindo da sala. Sentiu o gosto amargo voltar pela sua garganta e ele só não caiu no chão porque alguém o segurou.

Seus olhos pousam nos de Mark, que passou seu braço direito em volta do pescoço e o ajudou a se equilibrar. Olhando para frente viu que o corredor já estava deserto. Mas ao olhar ao redor, o chinês reparou na presença de Jeno, Jaemin e Donghyuck. O Na parecia passar muito mau, e estava mais atrás, ajoelhado enquanto Jeno passava as mãos em suas costas.

— Não sei o que esse doente tinha na cabeça – Donghyuck fala, e a audição de Renjun capita aquilo como se o coreano estivesse muito longe de si, e não ao seu lado – mas se ele queria a cidade em um verdadeiro caos, ele conseguiu – e se afastou para ajudar Jeno a levar Jaemin.

— Consegue ao menos andar? – Mark pergunta, tendo um aceno positivo do chinês, e foi puxado com força para mais perto do Lee, que o ajudou a descer as escadas, encontrando o primeiro andar uma balbúrdia. Alguns alunos estavam chorando e outros tremiam. Mark desviou de todos eles e Renjun viu para onde iam. A parte afastada da escola, onde estavam as quadras. Viu Chenle e Jisung já esperando pelos mais velhos, e ao verem a situação, se aproximaram para ajudar.

Ao se sentarem na arquibancada, finalmente Renjun virou para o lado e colocou a janta e o café da manhã para fora, nenhum dos meninos disse nada, já que Jaemin estava ruim de mais e atenção estava focada nele, que balbuciava coisas que Huang não consegui escutar. Somente Jisung estava ao seu lado, passando as mãos em suas costas em um gesto carinhoso. Um sorriso brotou em seus lábios assim que Renjun tossiu e fez uma careta ao ter sua boca invadida pelo gosto amargo.

. . .

Os dedos passearam pela parede coberta pelo pó do concreto e pelo tempo. Sentia seu peito doer, e assim que sentiu a adrenalina invadir sua corrente sanguínea, ali, naquele momento, soube que era o estopim. Jogou as coisas da mesa com força. Não conseguia e nem queria se ver no espelho que estava rachado sobre o piso. Pegou então o caco que estava no chão, e com a força que segurou, sentiu o sangue quente passear por suas mãos e circular seus pulsos, indo como um rio, em direção ao cotovelo e pingando no concreto.

Foi direcionado aquela arma para seu pescoço, lágrimas grossas fugiam de seus olhos. No que se transformara? Por que fizera aquilo? Por que simplesmente não enterrava o passado onde ele devia ficar?

Antes, porém, de suas mãos concretizarem aquele último golpe, sua mente ficou embaçada. Não foi difícil perceber o que estava acontecendo. Sabia que não podia parar. Não agora. Não tão perto de finalizar aquilo.

E com cuidado, colocou aquele pedaço de vidro no chão e visualizou a própria aparência deprimente. Estava na hora de mudar aquilo. Precisava terminar aquilo.

•°†°•

A saída estava insuportável. Todos os pais foram informados sobre o ocorrido, e estavam agora buscando seus filhos no portão da escola. Os sete rapazes avisaram os responsáveis que não voltariam com eles, claro que no começo os mais velhos foram contra, mas depois de convencer todos que precisavam de um tempo, eles concordaram em deixar que ficassem as sós. E pensando nisso, Renjun se apoiou no muro da cobertura e sentiu os ventos brincarem com seus cabelos. Podia ver dali, todos os estudantes da escola.

A sirene da polícia machucava seus olhos com aquelas luzes brilhantes. Podia ver o xerife sendo consultado pelos demais polícias. O senhor Moon encarou o rapaz. Não era difícil ver Renjun o encarando. O olhar sério lembrou demais o que HyeIn lançava às vezes para ele. Eram de fato, pai e filha. E como se soubesse que ele pensava em si, HyeIn apareceu ao lado do pai, os olhos fixos no do castanho.

— Injuni – o chinês ouve e encara Jaemin, que tem uma de suas mãos pousadas em seus ombros – vem, todos nós vamos para a casa do Mark, acho que você deveria ir conosco – segurou o menor o ajudando a se desencostar dali e os sete desceram as escadas, concordando em se encontrarem no portão quando terminassem de pegar os materiais na sala de aula.

Renjun estava juntando suas coisas e os jogando dentro da mochila, para acompanhar Jeno e Jaemin que já estavam esperando na escada, o chinês andava com a mochila aberta e tentava colocar seu livro dela, tendo certa dificuldade por conta do estojo. Estava tão ocupado que trombou com HyeIn que estava recolhendo seus livros também, que foi ao chão, junto com os livros do chinês.

— Merda – xingou em chinês ajudando a garota a recolher as coisas espalhadas no chão – Desculpe HyeIn – pediu e se levantou, fechando a mochila que já tinha tudo guardado – você está bem? – Pergunta – quero dizer... Você saiu correndo – olhou para o chão, vendo que os sapatos dela estavam sujos de lama – como sujou seus sapatos? – Encara a menor, que desvia o olhar para suas coisas.

— Estou bem – respondeu a primeira pergunta, enquanto guardava seus livros – eu fiquei meio ruim, mas estou melhor agora – e sorriu mínimo para o chinês.

— Renjun – Jeno chama da porta, assustando os dois – vamos logo – e encarou HyeIn com um olhar severo, que fez com que ela guardasse as coisas mais rápido e saísse da sala antes deles – não gosto dela – informou, sendo seguido por Renjun.

— E ela fez algo para você dizer isso? – Perguntou se juntando a Jaemin, que desceu as escadas com os dois.

— Sim, ela tem sua total atenção – o Lee faz um bico e recebe um revirar de olhos dos dois ali – ok, também é porque ela é estranha – e Jaemin abriu a boca para reclamar sobre isso – não estou julgando, mas veja bem, ela convence o Renjun a não falar com a polícia, ela não parece abalada com o que aconteceu, eu sei que já faz uma hora desde... Desde que Yun JiYeon foi jogada do prédio, mas vocês dois ainda estão pálidos... Ela estava até com um corado no rosto.

— Existe maquiagem Jeno – Na informa, enquanto saem do prédio e avistam os demais esperando no portão.

— Eu pensei nisso, mas é proibido o uso de maquiagem na escola, se acharem na mochila dela, são três dias de suspensão, nenhuma menina arrisca fazer isso, lembra no começo do ano quando acharam uma base na mochila de umas das tercerista? Ela teve que se explicar na diretoria.

E Renjun pensou um pouco, não falaria aquilo com Jeno ali, não porque não confiava nele, mas porque falar diretamente com Donghyuck seria mais rápido. Sim, tinha que informá-lo sobre os sapatos sujos da Moon. Porque mesmo tendo grama na escola, não havia nenhum lugar que ela pudesse sujá-los de lama.




Curto parte dois

Amas

Tá com mais de 1220 e eu não quero deixar a leitura pesada e carregada de detalhes, vocês podem deixar algo passar

Só isso mesmo

Espero que tenham gostado

E até terça ^^

So What?Onde histórias criam vida. Descubra agora