第2章

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Peças diferentes

Renjun entrou na escola e percebeu que o clima estava estranho, as pessoas estavam em silêncio, e pareciam muito apreensivas, as garotas não riam em voz alta e os meninos se cumprimentavam com o olhar para o chão. O chinês se aproximou de um dos colegas de sala que não o olhou nos olhos, quase como se estivesse com medo de algo. Era segunda, e dificilmente isso acontecia, afinal, muitos tinham várias histórias para contar

— O que aconteceu? – Huang pergunta curioso e o rapaz suspira.

— Na Jaemin está mau humorado – disse o rapaz. Renjun suspira também, sabendo que o humor de vários da escola eram baseados no humor dos rapazes do grupo de Mark.

Na visão de  Renjun, aquilo era estranho, ninguém fazer nada por conta do humor de algumas pessoas que não passavam de estrelinhas por conta de títulos que carregavam. O chinês era sistemático nisso, e não aguentava saber que só porque um fulano estava ruim, por algo que provavelmente era banal, todos os outros arcavam com as consequências. Os alunos não estavam assim porque sentiam por Na Jaemin, e sim, por medo do que ele seria capaz de fazer.

O chinês voltou seu caminho até a sala de aula, abandonando o colega que continuava parado, como uma máquina travada, entrou no cômodo quadrado e se sentou em seu devido lugar. Divididos em salas A e B, Renjun caiu na B, que não tem nenhum dos rapazes da 00 line.

O que não o incomodava. Jaemin e Jeno eram famosos por aprontar bastante em sala de aula (o diretor agradecia o fato de Haechan estar um ano na frente) e o chinês só queria estudar.

. . .

— Dá para se acalmar – Haechan pede quando Jaemin olha ao redor, esfregando as mãos. O mais novo suspira.

— Vão achar ele Nana – Jeno passa as mãos nas costas do amigo, um sorriso no rosto tentando acalmar o castanho.

— Meu pai disse que eu sou chorão demais – soltou o rapaz fungando e os amigos passam as mãos em seus cabelos, os deixando meio bagunçados.

— Ele sabe do valor sentimental que o Miau tem para você? – Mark pergunta pousando o Jeotgarak na mesa, em cima do guardanapo. Estavam matando aula na cobertura, e o canadense decidiu comer o que a mãe mandara.

— Meu pai não tem tempo para perguntar sobre isso – Jaemin sussurra enquanto Jisung o abraça de lado.

Miau era o nome do gatinho que o avô de Jaemin dera a ele quando o rapaz tinha doze anos. O rapaz é sorridente e parece um dos mais alegres do grupo. Mas nessa época sua mãe estava com câncer. Ele se afastou, e quase ficou com depressão. Foi quando seu avô lhe deu um filhotinho de gato, uma bolinha de pelos branca e laranja. Que se mostrou arisco com todos, menos com Jaemin. Miau salvou sua vida, e mesmo parecendo sério e indiferente a maior parte do tempo, os dois tinham uma conexão única, mais que dono e animal de estimação. Eram amigos.

— Minha avó disse que a sua chamou a polícia para ajudar a procurar por ele – Chenle comenta enquanto sorri gentil para o mais velho – eles vão achar ele.

Jaemin fungou e aceitou o peixe frito que Haechan ofereceu, roubado de Mark, que fingiu não ter visto aquilo.

— Vão sim – Na disse tentando se convencer também.

. . .

Renjun foi chamado para a secretária um pouco antes do almoço, tinha que pegar uns papéis para seus pais assinarem, por ser um estrangeiro a pouco tempo no país, e ser novo na escola, frequentemente os pais tinham que assinar papéis onde a escola informava que Renjun estava se adaptando como o esperado.

Enquanto caminhava até lá, encontrou com Na Jaemin, que de costas para ele, estava conversando com sua mãe. O chinês decide esperar do lado de fora ao perceber que era uma conversa particular, além de que se o coreano o visse lá, poderia ter problemas futuramente.

— Eu conversei com eles querido – a voz da mulher sai baixa mas o chinês consegue escutá-la – eles disseram que tem coisas mais importantes do que...

— Procurar por um gatinho – soltou Jaemin ácido. E a mãe suspira.

— Tem uma garota desaparecida querido, eles disseram que precisam de toda atenção nisso.

— Se depender deles, Miau vai ficar perdido para sempre – o menino sussurra, dessa vez com a voz chorosa.

A mãe do rapaz abraça o filho.

— Mamãe tem que ir agora querido... Eu prometo que peço para a senhora Kim fazer aquela sua torta favorita...

E quando Renjun teve certeza que a senhora Na já tinha ido, ele decide entrar na secretária, embora quisesse passar bem longe de Jaemin, o local era estreito pelas prateleiras e Renjun agradeceu pelo fato do coreano estar ocupado em mexer no celular do que em implicar com ele. Seus olhos pousam apenas uns segundo na tela, e sua respiração quase falha quando vê a imagem de um gatinho.

Branco e laranja.

Igual ao que ele vira na tarde do outro dia.

. . .

Mark decidiu que era melhor Jaemin ficar na sala de informática com eles, não tinham aulas importantes nas segundas, então ficar fora das salas de aula não os atrapalharia. Os seis se juntaram na sala escura para jogar o que Mark levara na mochila. Chamar Jaemin, que queria estudar, era um plano falho de tentar tirar a cabeça do mais novo o assunto de Miau. Mas não deu muito certo, já que o jogo dava a opção de um mascote. E Jaemin ganhara um gatinho.

— Estão claramente me avacalhando – Mark solta emburrado quando viu Jaemin chorar baixinho, e tentar parar com os soluços enquanto reclamava que não aguentava mais chorar e que não queria que ninguém da escola o visse assim na hora do almoço.

— Não entendo o porquê da polícia não aceitar ajudar – Haechan fala sentando na cama, ao lado do amigo – a família do Nana é uma das mais influentes entre todos nós.

— É porque tem uma menina desaparecida – Chenle solta – ouvi meus pais discutindo sobre isso.

— Verdade – Jeno entra na conversa – os pais deram queixa a mais de uma semana, estão dizendo que ela fugiu para Seul.

Os garotos ficam em silêncio.

— Podemos nós mesmos procurar por ele – Mark sugere e os mais novos o encaram.

— E o que pretende contar para a sua mãe? – Haechan pergunta rindo – não é só porque está no terceiro que a sua mãe vai deixar você sair por aí.

Mark tentou argumentar, dizendo a mesma coisa para o amigo. Mas Donghyuck era o mais inteligente. E nem precisaria estar no terceiro ano. O canadense calou a boca emburrado.

— Eu concordo com o hyung – Jisung fala e Mark sorri.

— Obrigado – disse sincero e mostrou a língua para Haechan.

— Infantil – disse o Lee mais novo.

— Não vai dizer isso quando – começou o canadense mas Jeno bate palmas.

— Menores de idade aqui – disse olhando feio para os dois amigos, usando sempre essa desculpa para não ouvir mais provocações dos dois na sua frente.

— Voltando ao assunto do Miau – Chenle fala – eu não vejo porque não procurarmos por ele. Temos uma parte da tarde livre.

— Podemos dizer que vamos nos encontrar na casa de alguém e sair – Jisung aponta também e os dois mais novos fazem um high five.

— O problema é que meus pais estão bem aflitos com essa menina que desapareceu – Jeno solta – querem que o motorista me busque e me deixe na porta de tudo quanto é lugar, daqui a pouco nem dormir sozinho vou poder.

— Chama o Nana – Chenle brinca mas recebe um tapa na nuca do coreano.

— Cala essa boca Lele – Jaemin reclama mais ao longe.

O sinal tocou e eles já ouvem a agitação da escola. Sorrindo pelo plano mais ou menos pronto, eles descem as escadas.

Sem perceber que estavam sendo observados.

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