~ Dois meses depois ~
Katsuo aprendeu a engatinhar aos seis meses, o que poderia ser considerado um prodígio para um bebê, além de que os dentes começaram a sair e o bebê, que até então, era dorminhoco e calmo, agora ficava irritado por qualquer coisa. Os dentes incomodavam tanto que até mesmo o calor o deixava irritado e só se acalmava com banho. Katsuo adorava tomar banho e como estava quente, era mais de um banho por dia! E não, eu não estava exagerando, as vezes esse pirralho chorava tanto que eu só se acalmava com o banho.
Katsuo adorava o Kirishima, era o ruivo botar os pés dentro de casa, que esse garoto se rastejava até ele, o que era muito fofo.
Nós também nos mudamos, finalmente, porém a mudança foi um pouco chorosa demais, não da minha parte, mas sim dos meus pais. Mesmo a gente ficando ali mais de um mês, eles não queriam que nós fossemos embora, falei que poderiam ir visitar Katsuo a qualquer hora, já que a casa não era distante dali, como também não era de nossos escritórios. A casa era bem localizada, ficava perto de escola, creche, parquinho e afins. A mudança também não foi difícil, nós tínhamos poucos moveis no nosso apartamento de qualquer forma e mais alguns que Kirishima e meus pais fizeram questão de comprar para Katsuo.
Nas primeiras semanas, Katsuo sentia falta dos avós, pois sempre estavam ali para brincar com ele e cuidar, não que eu os obrigasse a isso, pelo contrário, eu já não gostava disso, parecia que eu não sabia fazer nada e isso me irritava, mas como agora era eu e ele o dia inteiro, chegar em momentos em que eu estava sorrindo e sendo fofo, já não eram raros. Kirishima tem um arsenal de fotos minhas brincando com o Katsuo, pois quando ele chega em casa eu estou dando papinha para o garoto, e acabo fazendo caras e bocas para que ele possa comer, senão ele não come, e ele precisa provar as coisas.
Sobre mim e meu corpo, as dores pararam e só agora ele estava “voltando” ao que ele era antes, mas eu precisava voltar a malhar, eu engordei alguns quilos com a gravidez e meus músculos já eram.
Como Kirishima era o único que estava trabalhando, eu cuidava de tudo, e vamos abrir um parêntese aqui sobre como Kirishima Eijiro é um cara completamente bagunceiro com as coisas dele. Todas as vezes que eu ia limpar aquele quarto era roupas jogadas para todo o lado. Entendo que ele é um herói e que não tem tempo de sair dobrando as coisas quando está atrasado, mas pelo menos tentasse!
— Esse cabelo de merda não aprende mesmo! —digo pegando uma camisa do chão.
Sobre o que aconteceu a dois meses atrás, o clima ficou um pouco estranho por um tempo, mas depois voltamos ao normal, pois tínhamos que levar Katsuo para as vacinas e não dava para ficar sem se falar enquanto estávamos na minivan, então, resolvemos parcialmente o “problema” ali. Entretanto, durante esses meses eu realmente me coloquei a reparar em Kirishima como uma possibilidade de poder realmente acontecer, e não só tapar um buraco pra preencher espaço, e era fácil se apaixonar por ele se desejasse, porém, em mim, é como uma construção de um prédio, preciso me deixar firme para poder então construir as paredes e chão. Não quero fazer por fazer, e sim fazer e permanecer.
O som das músicas infantis tocava um pouco alto pela sala e Katsuo olhava entretido para a televisão. “Baby shark” havia começado, e por todos os deuses que existe nesse mundo, eu não aguentava mais ouvir essa maldita música!
— Você é uma criança viciada! — digo passando pela sala para abrir a porta, pois a campainha estava sendo tocada freneticamente e ao abri-la, Hatsume estava segurando uma grande caixa.
— Hey! Então, desculpe a demora, mas eu acabei me empolgando sobre isso que você me pediu... — dizia entrando e se sentando ao chão, abrindo a caixa, enquanto ainda fala — Mas eu precisava vim pessoalmente trazer isso, pois mesmo que eu tenha um pessoal de confiança, não tenho dúvidas que iria rondar boatos de que você estaria de volta as ruas, logo agora que as coisas acalmaram para o seu lado, senta logo! — ela dizia abrindo a caixa, o que me faz suspirar um pouco antes de sentar à sua frente e ajudá-la a desempacotar.
Ela tira de lá meu uniforme de herói, porém não vejo as ampolas, o que me faz levantar uma de minhas sobrancelhas e ela rir.
— Você não vai mais precisar delas — diz abanando sua mão — preste atenção, eu modifiquei muita coisa, mas também continuei sendo fiel ao desenho original que você criou. Esqueça aquela gola V ultrapassada! Agora ela será uma gola alta até metade no pescoço, justa. O tecido não é desconfortável apesar de lembrar uma coisa grudenta. Eu acabei fazendo esse tipo de tecido, então ele não existe para mercado, apenas você tem, pois foi feito exatamente para o seu quirk! Ela é elástica e confortável você vai adorar usá-la. Ela também é de manga comprida que se funde com a luva que você já usava para as granadas, que você usava com um se fosse uma amplificador, acumulando o suor nelas e soltando uma explosão imensa, só que, não vai mais ser assim. As luvas foram modificadas para pegar todo o suor da blusa, por isso ela é completamente fechada, e, ao longo que você for lutando, o tecido esquenta, proporcionando suar em abundância elevando tudo para as luvas, assim você poderá lançar várias explosões continuas, quanto mais suor, mais explosões. Você não vai ficar calor depois que a luta acabar, ela refresca bem rápido, sim, eu sou um gênio! — diz cruzando os braços orgulhosa.
— Então o resto do uniforme continua o mesmo? — pergunto tocando o tecido.
— Sim, a minha preocupação era em como você pegaria o Katsuo com todo aquele peso das granadas, e também, aquilo te deixa lento em uma luta, mesmo que você seja bem rápido, as granadas te deixavam um pouco pesado, sem elas, seu movimento vai ser melhor e poder proteger você, a cidade, os civis e principalmente aquele pimpolho — aponta para a criança loira que mastigava sua mão ao olhar para a televisão — De resto, é tudo igual, fiz até o X laranja da camisa!
— E Katsuo? — pergunto.
— Como você não me deu o canguru do garoto, do outra coisa que eu tive que desenvolver, as medidas de Katsuo eram as mesma do filho de um dos meus assistentes, o garoto simplesmente dormiu no canguru. Acho que vou desenvolver coisas para bebês, o que acha? — pergunta me fazendo revirar os olhos e ouvir uma risada vindo dela — Enfim, o canguru aguenta a quentura e é bem fortificado, também fiz isso — ela pega um pequeno capacete preto e laranja com desenhos de fogo — o capacete tem isolamento acústico, para proteger a audição dele, é como se fosse um pequeno capacete de moto, para proteger o rosto dele... — um barulho de chaves na porta fez com que parássemos de da falar e guardar tudo na caixa novamente e me fazer sair correndo de lá com ela para o meu quarto, se Kirishima me vê com isso, ele com toda a certeza iria falar um monte sem nem ao menos esperar eu me defender. Nós entramos em um acordo que eu só voltaria as ruas quando Katsuo fizesse um ano, porém eu não aguentava mais isso!
— Hatsume? — dizia surpreso. Deixo a caixa no quarto e volto para a sala, como se nada tivesse acontecido e vendo Katsuo engatinhar até Kirishima, que sorria encantado com o modo de como foi recebido pelo filho, e isso, de certa forma, aqueceu meu coração.
~∆~
Espero que tenham gostado do cap, ele tá BEEEEMMM explicativo e me desculpe se ainda não respondi os comentários, mas eu vou!
Obrigada por me acompanhar 💖
Tenho outras fanfics, se quiser lê é só ir no meu perfil 💖💖
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Não ouse voltar!
FanfictionNão se sabe ao certo como ou onde as individualidades surgiram, elas apenas começaram a aparecer no final da década de 70. No entanto, não foi a única coisa que espantou a sociedade patriarcal, novos subgêneros também começaram a surgir, como por ex...