Já havia se passado sete meses desde aquele beijo no carro, e hoje, faz exatos sete meses que venho para essa balada e sempre acabo com o mesmo cara durante a noite, ou, eu tenho que me referir a ele como ela nesse momento?
De dia, um herói que combate o crime, porém nas noites de sexta-feira, se produzia em uma linda mulher, com cabelos negros até a altura de sua cintura, grandes argolas douradas em suas orelhas, olhos delineados em preto com sombras alaranjadas, bochechas rosadas e batom cor de pele; e em seus dedos, um cigarro meio tragado e na sua outra mão, um drink de cor rosada. Estava me encarando do balcão, me esperando eu ir até ele, e isso me faz rir e bagunçar meus cabelos enquanto ia em sua direção.
Ele estava sentado no pequeno banco de ferro, suas pernas torneadas e musculosas, estavam cruzadas, fazendo a saia preta subir um pouco e me lembrando de encontros passados.
Me sento ao seu lado e ele apenas me entrega seu drink, enquanto traga seu cigarro quase no fim.
- Olá. - diz por fim.
- Morango? - pergunto depois de provar o líquido rosado.
- Só para começar a noite.
Isso me faz rir.
- Por mais quanto tempo nós vamos ficar fazendo isso?
- Até você conseguir esquecer o Kirishima. - fala, e isso me faz sorrir, enquanto bebo o drink oferecido. Olho para ele e o vejo se apoiando com os cotovelos em cima do bar, enquanto traga o final do cigarro e o deixando no cinzeiro ao lado.
- Shindo, não é transando e bebendo em baladas que a gente esquece alguém. - digo e isso o faz suspirar cansado.
- Errado! Você nunca vai esquecer ele, se continuar o vendo todos os dias. - ele puxa o copo da minha mão e toma um gole do drink, passando a língua pelos seus lábios e se aproximando de mim, me dando um selinho demorado. Ele sugou meu lábio inferior e sorrir próximo ao meu rosto. Seus olhos negros brilhavam em animação, e, por mais que eu quisesse rejeitar ele e dizer que toda essa história durante os sete meses deveriam acabar, mas, eu realmente não conseguia dizer "não", quando ele me olhava daquele jeito.
- No meu apartamento ou no seu? - pergunto. Ele me encara com um sorriso largo no rosto e levanta uma das sobrancelhas, estava cogitando possibilidades e eu sabia que se fosse no seu apartamento, a noite seria longa. Porém, ele suspira desapontado.
- Eu tenho uma reunião amanhã às 10 hrs, vai ter que ser no seu. - diz por fim, soltando um muxoxo.
- Reunião num sábado?
- O mundo não é flores pra todo mundo, Tetsu. - diz se levantando e ajeitando a saia. Me levanto e ele segura meu braço, enquanto sorrir.
[...]
Meu apartamento não era aquelas coisas luxuosas, era simples e cinza. Era um belo apartamento de solteiro.
Fecho a porta e logo me sento no sofá da sala, Shindo tira os sapatos de salto alto e se joga ao meu lado, tirando as argolas e os cílios postiços, eu poderia está achando estranho aquela cena, mas na verdade, eu estava mais do que acostumado a ver isso toda a semana.
Ele coloca os pés em cima de minhas pernas, e reparo que suas unhas dos pés estavam pintadas de preto, ele joga a cabeça para trás e quase a bate no braço do sofá, e então ele levanta a mão para tirar a peruca.
- Não tire ela - digo ainda o observando, ele solta um sorriso confuso.
- O quê? - pergunta risonho - Por qual motivo não quer isso? Está quente. - falava se ajeitando no sofá, porém ainda mantendo os pés em cima de minhas coxas, uma de minhas mãos tocam seus pés, indo para sua panturrilha e chegando em sua saia, ele me olhava surpreso e com as sobrancelhas arqueadas. Minha outra mão vai para sua coxa, dedilhando a pele macia e chegando em sua sua peça íntima, que hoje, era uma calcinha de renda. - Oh, entendi... para um ômega, você é muito mais safado que o habitual, Tetsu - diz, e isso só me faz puxar aquela calcinha para baixo de uma vez.
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Não ouse voltar!
FanfictionNão se sabe ao certo como ou onde as individualidades surgiram, elas apenas começaram a aparecer no final da década de 70. No entanto, não foi a única coisa que espantou a sociedade patriarcal, novos subgêneros também começaram a surgir, como por ex...