O aeroporto estava movimentado, câmeras e mais câmeras formavam filas em frente ao desembarque. Havia imprensa, fotógrafos e fãs amontoados em uma única só saída. Seguranças tentavam conter a multidão de pessoas curiosas, pessoas no próprio desembarque nos olhavam animadas ou com curiosidade se realmente éramos as tais pessoas que aquela multidão estava esperando.
Era estranho voltar para cá depois de seis anos, quase sete. É como se eu pudesse ser eu mesmo e não aquele cara que conseguiu subir no ranking de heróis e arrumou um emprego no Canadá. Também não sou mais aquele garoto de 25 anos que foi animado para outro país com, até então, amigo de classe e dando de cara com coisas inimagináveis, como vilões de alto nível de persuasão e seguidores em massa.
Quando All Might me disse que as coisas poderiam ser difíceis a partir daquele momento em que eu fui “nomeado”? Eu fui tolo em achar que nada poderia ser pior que próprio All for one, no entanto, descobri da pior forma possível que a queda de um, não nega o surgimento de outro pior, e, enfrentar eles, em outro país, onde eu tive que aprender de tudo, foi bem difícil. Contudo, acho que nada seja mais difícil do que carregar o símbolo de seu antecessor e fazer jus a ele.
— Ei! Pare de viajar na batatinha e pegue aquela mala — Todoroki apontava para a mala grande e preta que passava pela esteira do aeroporto.
Uma coisa engraçada, eu não era mais aquele garotinho pequeno de antes. No decorrer do processo para eu chegar aos 100%, parecia que eu vinha tomando algum tipo de injeção mais forte de adolescência, já que meu corpo mudou muita até meus 18 anos. Agora, eu tinha 1,84 de altura, em vez de 1,66, não era tão alto como achava que eu iria ser, mas, era uma boa altura, então, foi fácil pegar a mala grande, já que eu poderia me esticar bem para chegar até ela.
As coisas do apartamento já vieram nos dias anteriores e como não tínhamos tantas roupas assim, foi bem fácil.
— Ainda bem que doamos os casacos de frio, não tinha necessidade para tantos. — Shoto falava ao colocar sua mala no carrinho e a arrumando em cima da mala preta grande que estava embaixo.
— Claro, só está reclamando por poder se esquentar — arrumo as malas de mão na cesta do carrinho, ele bufa e me olha atravessado por debaixo dos óculos escuros.
— Justamente por isso eu dizia pra você não comprar casacos demais! — e soltou um sorriso cínico.
— Se as pessoas te conhecessem de verdade, veriam o quão safado e cínico você é — falei baixo passando por ele. — O que sua mãe diria se soubesse que você curte algumas coisas pesadas, hum? — solto um sorriso, o que faz sua sobrancelha direita se elevar — Não me olhe assim, Todoroki, eu só faço o que pede. — digo por fim, rindo pelo fato de deixá-lo boquiaberto. Normalmente Shoto é calmo e quieto com outras pessoas, desde sempre, porém, quando estamos a sós, parece que o lobo que vive preso dentro de si, sai da caverna.
Ele revira os olhos e diz: — Ponto. — antes de começar a encaminhar o carrinho para a saída.
— Foi você que começou. — digo o seguindo.
— Eu sei.
[...]
“Nesta quarta-feira, a dupla de heróis, Deku e Shoto, voltaram ao Japão depois de uma longa temporada em outro país. A chegada de ambos os heróis no aeroporto internacional de Tóquio causou tumulto entre jornalista e fãs em frente ao desembarque, demorando assim, a saída de pessoas e até mesmo dos próprios heróis, que foram acompanhados por seguranças que os levaram até um carro preto de vidros escuros. Fãs que estavam do lado de fora esperando a saída dos rapazes, disseram que All Might estava no carro junto a Inko Midoriya, mãe do herói número um. Até agora só temos estas notícias, já que os dois não deram entrevistas.”
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Não ouse voltar!
FanfictionNão se sabe ao certo como ou onde as individualidades surgiram, elas apenas começaram a aparecer no final da década de 70. No entanto, não foi a única coisa que espantou a sociedade patriarcal, novos subgêneros também começaram a surgir, como por ex...