M.P.I. Cap. 002.

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Gabriel narrando.

Como já devem saber, me chamo Gabriel Velmont. Sou filho de Luiza  Velmont e Eric Velmont( meu padras-
to.) Sou gay, porém não assumido, pois temo a reação de meus pais, quando souberem dessa minha con-
dição. Estou no quinto periodo da faculdade de Química. Amo Quími-
ca e a escolhi por afinidadade, aspiro ser um grande professor. Sei lá. Gosto de trabalhar com jovens. Quero ter meu próprio ganha pão, sabe, cansei de depender só da mesada que Eric me dá todo final de mês. Quero mi-
nha independência.

Mais um dia se inicia, e logo me le-
vanto de minha cama. Vou ao ba-
nheiro, escovo meus dentes, tomo um banho quente. Logo após, visto uma roupa: Calça jeans justa, e uma blusa social. Pego minha mochila e desço. Encontro Eric e minha mãe já toman-
do café, os cumprimento.

Gah. _ Bom dia. Família!

Luiza. _ Bom dia, filho! Que isso? Sente-se para comer...

Me repreende quando pego apenas uma maça e a mordo.

Eric. _ Bom dia! - diz Eric serio.

Gah. _ Mãe, desculpa. Não vai dar. Estou atrasadíssimo. Beijos. Tchau! - saio correndo.

Chego até a faculdade e já encontro Alicia a minha espera. Alicia, é minha melhor amiga, sabe, a considero co-
mo se fosse uma irmã pra mim. Só que as vezes, percebo que ela é afim de mim, me sinto um pouco triste por isso, né, uma vez que eu não posso correspondê-la, já que jogo no outro time. Fazer o quê, né? Ah! Ela não sabe sobre minha orientação sexual. Acho que ainda não é o momento propício pra isto. Mas enfim, sigo adando até a mesma, noto que todos me olham: uns riem, outros cochi-
cham.

Gah. _ O que tá acontecendo? Por que todo mundo está me olhando e rindo? Estou tão feio assim, é? - digo sem entender nada.

Alicia. _ Serio que você não tá sabendo?

Gah. _ Não!

Alicia. _ Já viu o grupo? Diego espa-
lhou pra geral que você é gay!

Gah. _ Como é? Meu Deus do céu! - pego meu celular e verifico.

Pois é, lá tem uma foto minha beijan-
do um garoto em uma boate gay. Ferrei.

Alicia. _ Por que você nunca me con-
tou, hein? Que era gay. Eu sou sua melhor amiga, poxa!

Gah. _ Desculpa. Eu errei. Eu sei. Mas... tive medo. Não queria que todos soubessem assim, dessa forma.

Alicia. _ Apesar de tudo. Eu continuo sendo sua amiga, tá. Conte comigo! - me abraça e retribuo o gesto.

Gah. _ Obrigado. Miga.

Vejo Diego se aproximando...

Diego. _ Que lindo esses dois. Vem cá, já sabe que ele não gosta da fruta? Cuidado ele gosta de pepino!

Alicia. _ Idiota. Sai daqui, Diego. Vai catar coquinho. Vai. - diz seria.

Diego. _ Olhe. Fale direito comigo. E aí, veadinho, satisfeito? Afinal, te ajudei a sair do armário, não é? - diz me olhando.

Gah. _ Tu não devia ter feito isso, seu idiota. Isso é crime, sabia? Eu posso te denunciar por crimes virtuais.

Diego. _ Ui. Que meda! Ah. Cala a boca. Bicha!

Gah. _ Quer saber. Sou gay, sim. E daí? Qual o problema? Hum? É não tem, né, sabe por quê? Porque tu é um recalcado; que não gosta de ver a felicidade dos outros, é um zé nin-
guém, sem amigos... isso que tu é.

Diego. _ Perdeu a noção do perigo, seu baitola? - diz próximo de mim, me encarando.

Gah. _ Eu não tenho medo de ti. Esse teu preconceito não me dá medo, o que me dá é repulsa, apenas isso. Nada mais. E outra se eu sou gay, tu também é. Quem é que vive atrás de mim, querendo ficar comigo? Isso mesmo, você.

Meu padrasto. I. Onde histórias criam vida. Descubra agora