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Nos encontramos na recepção do hotel, Vitória me fitou dos pés a cabeça, e mesmo não gostando de chamar atenção, não me incomodei nenhum pouco com o seu olhar em mim. Ela fez um "UAU" com a boca, pegou minha mão, me deu um selinho e me acompanhou até o carro. Pouco tempo depois estávamos nós 4 em frente ao Lopana, uma bar/restaurante que não consegui identificar de primeira o que de fato era. Só sei que Vitória falara muito bem dele durante o percurso, e sabemos que ela tem bom gosto né. Já era de se imaginar que não nos desgrudamos um só segundo. Eu estava ali, mas não estava, sabe?

-Tá tudo bem Ninha?

-Tá sim Vi!! - Me limitei a responder apenas isso.

Já dentro do restaurante, percebi que não era um simples restaurante, o clima era bem descontraído, tinha um DJ tocando um set eletrônico, as pessoas dançavam animadas. E achando que iria sentar e comer! Doce ilusão.

Sabra foi nos conduzindo para uma área mais reservada, e cumprimentava uma moça de óculo. Que logo foi nos apresentando. Ela se chamava Isa, amiga das meninas de longa data, era sócia do espaço por isso, nos arrumou um lugar tão bom pra ficar.

POV VITÓRIA

Notei que Ninha estava meio aérea, quando a deixei no quarto, ela tinha me garantido que estava tudo bem entre nós. E agora, parece que não está aqui comigo, está distante. Eu queria ter Ana Clara, desejava seu corpo. Desejava tanto que não me toquei que Sabra e Analu poderiam aparecer a qualquer momento. Não queria de jeito nenhum fazer nada pra afastar Ana de mim, ou fazer alguma coisa que ela não se achasse especial, ou pensasse ser apenas diversão. Estava sendo divertido, e lindo e maravilhoso e intenso e e e e olha como eu estou !!! Ana parecia estar incomodada, logo, eu estava incomodada.

- .... tu lembra disso Vi?

-Aloooou! Terra chamando Vitória!  - Ouvi Analu por fim falando. - Em que mundo tu tá, Vivi??

-Tava concentrada na música, que nem prestei atenção.

-Então se liga cunhada! A Isa tava perguntando se tu se lembra do dia que tu e ela estavam saindo daqui, daí do nada tu deu um grito e saiu correndo pra abraçar o coqueiro.

-Oxe, mas é verdade isso Vitória? - Ana me perguntou divertidamente.

-Aaaaaaaaaaaaaaaah, ela tava ali, eu tava aqui, ela tava sozinha, parecia estar precisando de um abraço, e eu tinha um abraço pra dar. Daí fui correndo pra não deixar ela ali sozinha por mais tempo e nos abraçamos, trocamos nossa energia e foi isso.

Todas caíram na gargalhada, Ana me olhava com os olhinhos brilhando. Chegou pertinho de mim e falou: -Mas tu é uma bonita mesmo em.

Afaguei meu rosto em sua mão e pude ouvir da boca da Isa, Sabra e Analu um: -Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah fofas. - E mais gargalhadas.

Ana não parecia não estar mais tão distante quanto antes e eu fui relaxando.

Comemos e bebemos, na verdade, todas beberam menos eu. Elas fizeram questão de beber por mim. Ana estava levemente alterada dançando comigo, Isa foi caçar alguém pra fazer companhia pra ela, Analu estava cuidando de Sabra que se emocionou e bebeu mais do que devia.

Conforme a música tocava, Ana Clara se aproximava cada vez mais de mim, fazendo movimentos lentos com a cintura. Seu corpo era  pequeno, mas tinha o seu poder, e que poder!!!!!! Ela me prensou na grade que separava o nosso camarote, fiquei no meio de seus braços.  Coloquei minha mão em sua cintura e passei a controlar seus movimentos. Normalmente aquilo pra mim seria um jogo se não fosse a Ana, se fosse uma outra pessoa tentando ter o controle sobre mim, ia perder. Ninguém me dominava, eu que dominava. Mas naquela hora, nós trocávamos. Hora a Ana ditava o ritmo, outra hora eu conduzia.

Eu sentia o toque dela na minha pele, sua mão dançava nas minhas costa, ela esticou o corpo e sussurrou no meu ouvido deixando ao fim uma mordida: -Te quero, te desejo, quero teu toque em mim Vitória. - E me puxou para um beijo, aquele beijo molhado que faz querer mais.

Eu queria essa mulher, queria demais. Por mais que ela tivesse acabado de falar que me queria com todas as letras, e por mais que eu estivesse muito tentada, ela estava meio alterada. Alegre demais. E mais uma vez, um turbilhão de coisas passaram na minha cabeça ao mesmo tempo. Não quero me precipitar em nada com ela, não quero que ela pense que é só sexo!!!!!! Nem teve ainda, mas nem é só sexo.

-Vi, me leva pra casa, quero taaaaaaaaaaanto tu. - Mais sexy impossível.

-Vamos indo então, Ninha. - A envolvi num abraço, chamei Analu pra irmos embora, mandei uma mensagem pra Isa, mas não tive resposta. E voltamos pro hotel.

Em hora alguma me passou pela cabeça dormir longe dela.

-Não tô reconhecendo meu quarto, Leãozinho. - Ana falou ao entrar na minha suíte.

-Hoje tu dorme comigo, pode ser ? Não vou deixar tu dormir sozinha.

Dei uma roupa minha pra ela vestir, sabia que ia ficar grande, mas ficou a coisa mais linda desse mundo. Ela ignorou o short, ficando só com um blusão.


-Vitória, obrigada. Obrigada por me encontrar.


A envolvi nos meus braços, e mais uma vez, no meu calor ela dormiu. Fique acariciando seus cabelos observando-a dormir. Paz, essa era a definição. Ela me trazia paz, ela parecia estar em paz. Eu estava em paz.





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