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Nossa respiração era ofegante ao fim do beijo. Entre olhares acabei admitindo timidamente.

 - Frutado! Teu beijo tem gosto frutado, estava curiosa para saber isso, tem uns dias aí...


- E conseguiu matar essa curiosidade? Não precisa de mais?? - Vitória me olhava de um jeito penetrante, fazendo menção a se afastar.

Tratei logo de puxá-la de leve pelos cabelos e disse bem perto de sua boca, era possível sentir sua respiração em mim. - Não ponha palavras na minha boca Vitória, prefiro que bote outra coisa... - E a beijei novamente.

Sua mão passeava pelo meu corpo com maestria, havia desejo ali, um fogo que tinha muito bem um foco. Ela beijava meu pescoço lentamente, me fazendo arrepiar dos pés à cabeça, fazendo questão de sentir que ela acabara de fazer. Eu estava entregue. Não conseguia negar o meu desejo por ela, não conseguia e nem queria resistir.

Vitória sabia o que estava fazendo,  ela foi descendo a mão aos poucos do meu pescoço para o meu ombro, do ombro para a minha barriga, percorria cada centímetro tateando o meu corpo, devagar. Eu me contorcia de vontade dela. Sua mão desceu mais, chegando até a minha coxa, ela revezava em fazer carinho na parte externa e interna, apertava, abria de leve, fechava novamente. E foi deixando de ser devagar. A urgência do beijo anterior retornou, o toque delicado foi dando lugar para uma pegada mais forte. Senti meu corpo sendo deitado e corpo da Vitória pesando sobre o meu.

Comecei a mordiscar seu pescoço, tive que me conter pra não ir com muita sede ao pote, sua pele estava ficando nitidamente vermelha por conta das minhas mordidas. Não queria parecer nenhuma carnívora devoradora de Leões. Pude ouvir seu gemido rouco e baixo. Nosso corpo se encaixou naturalmente, sua perna direita fazia pressão na minha intimidade, nos movimentávamos em um único ritmo sem desgrudar nossos lábios.

Fui obrigada a parar de movimentar o meu corpo contra o dela ao ouvir Sabra nos chamando.

-Ana, tá tudo bem ? Não quis me precipitar, mas não consegui me controlar...

-Tu não ouviu Vi? Tua irmão tá chamando a gente. - A vi revirando os olhos quando ouviu o que eu disse. - E não tinha motivo pra se controlar, eu não me controlei. -Dei uma piscadinha pra ela.

-Muito obrigada Sabra. - Ela balbuciou bufando e afundando seu rosto no meu pescoço. -Belo timing.

-Devemos ir até ela ?

-Nããããããão!!! É só ignorar que uma hora ela desiste -Disse rindo.

-Eu ouvi isso em Vitória, e doeu bem aqui dentro.  - Sabra veio caminhando em nossa direção com a mão no coração e acabou se assustando com o que viu. - Que pouca vergonha é essa, mocinhas?

-Até parece que tu num sabe o que é...

Gargalhamos as três com a resposta de Vitória.

- Não quis atrapalhar, é que pensei em chamar vocês para irmos no Lopana, mas podem continuar.

Dei um salto rápido empurrado Vitória, daria tudo pra sair desse constrangimento.

-Vou lá no meu quarto trocar de roupa e nos encontramos na recepção em meia hora, fechado?? - Falei bem rápido indo a caminho da porta.

-Tatinha, vou deixar a Ana no quarto dela e já volto.

-Tá bem Vitória, mas tu não demora, tua mulher nos deu 30 minutos para nos arrumarmos.

Vitória me puxou pela mão e saímos rumo ao meu quarto. Não conversamos até ela me deixar na porta do 201 e quebrar o silêncio.

-Ninha, não era pra ser assim, não com a Sabra atrapalhando, lá no meio do aparamento. Vi que tu ficou sem graça, eu estava tão entregue que não ouvi, não pensei, só fui. - Ela falava enquanto fitava seus pés. - Agora que já sei teu gosto, não quero desgrudar, viu?. -Agora seus olhos cor de marte estavam focados nos meus. Suas mãos nas minhas.

-Sem arrependimentos, tá? Aliás, tenho um. Não ter terminado. Se for começar uma coisa, Falcão, termine! - Fiquei na ponta do pé e puxei sua boca até a minha fazendo questão de deixar ali um beijo apaixonado. Só assim ela teria a certeza de que eu não estava chateada de ter sido pega de surpresa por Sabra. - Agora vamos?

- Vamos! Tenho que ficar cheirosa pra mulher que quase afoguei. - Finalmente ela abriu seu sorriso maravilhoso, deixou um selinho em minha boca e saiu.

Antes de ir para o banho, fui dar uma olhada no meu celular. Nesse meio tempo recebi uma mensagem da Letícia.

Letícia: Meu amor, espero que esteja aproveitando suas férias e que consiga clarear seus pensamentos. Vamos superar essa fase ruim. Estou te esperando com muuuuita saudade. Volta logo para mim.

Mas ela é muito descarada! Cara de pau, sonsa, e não sei mais o que! Ela só tinha uma coisa pra fazer, juntar as roupas dela e sair do meu apartamento. SÓ!!!! Não ia responder, mas ela precisa se tocar.

"Não sei que merda tu tem na cabeça, meus pensamentos já estão bem claros, claros até demais, Letícia! Fase ruim? Já está superada. Não te disse? Estamos solteiras. Lembrou? E o tempo de esperar já passou. Não tem saudade, tampouco voltar pra tu. Só mais um lembrete, tu tem até o final da semana pra sair do MEU APARTAMENTO."

Tirei print e mandei pra Bárbara. Não precisava nem falar mais nada, ela já sabia que teríamos problema com a Letícia para sair do apartamento.

Já perdi tempo demais com ela. Nem de longe ela iria me atrapalhar mais. Deixei o telefone carregando e fui tomar banho.







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